BolsoNERO
Qualquer semelhança NÃO é mera coincidência.
De 18 para 19 de julho do ano 64 depois de Cristo, aconteceu, em Roma, o grande incêndio da história universal. Levou de 05 a 07 dias para ser debelado.
Se na Amazônia, talvez, cinco a sete décadas.
As versões a respeito da causa desse incêndio têm variado ao longo dos séculos, mas em qualquer uma delas Nero figura no meio das chamas como o grande culpado.
No Brasil, os culpados culpam as ONGs,
enquanto os inculpados permanecem encarcerados.
Na visão dos cristãos, o Imperador (Nero) era um doente mental vingativo.
BolsoNERO tem as mesmas duas fraquezas.
Nero achava que os cristãos, fanatizados e com pregações imbuídas de conceitos apocalípticos, iam destruir Roma.
Quem sabe, fosse hoje, esses cristãos impertinentes não seriam os "petralhas"!?...
Crescia o número de adeptos do cristianismo, até mesmo em seu palácio. Para Nero, crenças cristãs eram menosprezadas e tidas como "superstições maléficas". Construiu um grande circo onde os cristãos, mesmo que fossem seus súditos, eram atirados aos leões famintos.
Pedro, um dos líderes do cristianismo, - fazia mais de um ano que estava preso -, foi enforcado alguns dias antes do grande incêndio, em 30/06/64.
Seus seguidores eram conhecidos como "pedristas".
Era importante, para o Império, livrar-se da "chaga" do cristianismo, ou do pedrismo.
Para dar um exemplo maior do ódio de Nero e de seus súditos (que eram punidos e retirados do palácio se pensassem diferente) e, ainda, para manifestar o seu autoritarismo (aqui, quem manda sou eu!), no ano 59 sacrificou a própria mãe (Júlia Agripina Minor, que, a partir do ano 58, passara a ser chamada de Júlia Augusta Agripina). Por seus procedimenos, a mãe bem que merecia a sua cria.
Nero, com o seu ponto de vista unilateral, achava que estava tudo errado em Roma. Aí, resolveu fazer uma grande reforma, a princípio urbana. Demoliu bairros inteiros a fim de erguer grandes construções modernas.
Fico imaginando o fim apocalíptico de tudo, se, àquela época, tivessem de ser feitas as reformas: trabalhista, previdenciária, educacional... e, se lá tivessem índios, de que forma os vassalos do império ocupariam as terras indígenas para desmatá-las com o fito único de plantar soja, hein ! ?...
Nero queria aumentar o complexo palaciano, o que exigiria uma enormidade de demolições, mas o Senado Romano indeferiu o seu pedido.
Tinha que se vingar do Senado de alguma forma, pois os senadores não pensavam igual a ele.
Sobravam razões para deflagrar sua vingança, contra tudo e contra todos.
Provocou o incêndio, que atingiu dez das quatorze zonas urbanas da antiga Roma.
Subiu ao teto do palácio e, como se nada acontecesse, começou a tocar a sua lira. Quem sabe, uma elegia à sua grande obra!...
Conforme se lê no romance polonês "Quo Vadis", de Henryk Sienkiewcz, Nero, admirando o belo-horrível das chamas, se inspirara poeticamente em Homero, que, declamando, descreveu o incêndio de Troia.
Homero estava para Nero, assim como Trump ainda está para BolsoNERO.
E o Brasil em chamas...