ACABOU O FORO DE SÃO PAULO...

Sem Morales e Ortega, Foro de São Paulo termina com apoio a Maduro

Presidente cubano foi o único chefe de Estado presente em encontro em

Morales e Ortega, Foro de São Paulo termina com apoio a Maduro

CARACAS — A reunião do Foro de São Paulo que aconteceu no final de semana em Caracas , terminou com uma declaração de apoio ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro . Responsabilizado por críticos pela maior crise econômica e política da História venezuelana, que já levou mais de 4 milhões de pessoas a deixarem o país, Maduro sofre forte pressão internacional para abandonar o poder.

Figuras proeminentes da esquerda que geralmente participam da reunião, como o presidente boliviano, Evo Morales , e a líder do PT, Gleisi Hoffmann , que compareceu ao último encontro, não foram desta vez. O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega , cuja repressão violenta a protestos de opositores dividiu o grupo na reunião de 2018, em Havana, também não foi a Caracas. Entre os aliados de Maduro, o único presidente que compareceu ao encontro foi o cubano Miguel Díaz-Canel .

O comunicado divulgado ao final do evento faz apelos para que as sanções aplicadas à Venezuela pelos Estados Unidos sejam suspensas. Os americanos lideram um grupo de mais de 50 países que reconhecem o deputado Juan Guaidó como presidente interino.

"A Venezuela é uma das democracias mais atacadas pelo governo dos EUA e seus aliados", diz o documento. "As medidas coercivas unilaterais impostas pelos Estados Unidos contra Cuba e Venezuela são genocídio e violação maciça de direitos humanos."

Quando foi fundado, em 1990, convocado pelo PT, o Foro de São Paulobuscava rearticular a esquerda latino-americana em meio ao fim daGuerra Fria e a governos que lançavam pacotes de austeridade fiscal para colocar suas economias em ordem.

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A edição deste ano, entretanto, foi vista pela oposição venezuelana como uma tentativa de desviar a atenção para a grave crise que o país enfrenta.

— Há pessoas que cedem, que têm medo de tirar uma foto com aVenezuela e dizem: "Maduro é um ditador", repetindo as mentiras de Donald Trump — disse Maduro.

Visto como um "encontro anti-imperialista", o Foro destacou em suas conclusões que Washington, cujas sanções incluem o embargo ao petróleo venezuelano, busca "impor um cenário de guerra" na região. Isto, segundo o grupo, fica evidenciado pelas "múltiplas formas de agressão contra a Venezuela, particularmente através do bloqueio criminoso imposto pelos Estados Unidos".

No encontro, que reuniu cerca de 720 delegados de mais de 70 países, Maduro afirmou que "uma união verdadeira da esquerda é fundamental" quando o grupo "tem fama de ter um vírus para a auto-divisão".

Com a economia da Venezuela reduzida pela metade em cinco anos e uma inflação projetada pelo FMI de 10.000.000% para final de 2019, Maduro acusa os Estados Unidos de realizar um plano para derrubá-lo.