Previdência
Previdência
Quanto mais explica mais complica.
Não é o Brasil que está envelhecendo. As pessoas é que estão vivendo mais. Uma pessoa de 60 anos hoje equivale a uma de 40 de antigamente, e com mais energia. Por isto fica difícil estabelecer o que deve ser melhor em relação à contribuição por tempo de serviço, idade de ambos os sexos, tipo de trabalho etc.
Cabe aqui uma pergunta ...por que as mulheres têm que se aposentar mais cedo que os homens se a expectativa de vida dela é maior? De acordo com o IBGE, 2019, a expectativa de vida feminina ao nascer é de 80 anos, enquanto a dos homens é de 73. Segundo cientistas isso se deve a fatores hormonais e ao genético ligado ao cromossomo X. Na mulher este cromossomo que determina o sexo é duplo (XX), tem muitos genes que ajudam a prolongar a vida, e isto fortalece uma probabilidade de um dos X impedir manifestação de doenças ligadas ao outro X. No homem (XY), não tem essa cópia, tem apenas um X. A mulher é mais forte desde a concepção. Embriões do sexo masculino são mais propensos a abortarem nas últimas etapas da gestação.
Acredito, não querendo ser do contra, que a dupla jornada imposta à mulher não a coloca totalmente em desvantagem, porque, na maioria das vezes, o homem é submetido a trabalhos mais pesados e até certo ponto perigosos, devido a uma cultura até então machista. Trabalho de policial, por exemplo, além de uma atividade estressante implica em risco de vida. Neste caso não importa ser homem ou mulher.
Mudanças na Previdência são importantes, e acredito na proposta do Ministro Paulo Guedes, mas, ao invés de discursos demagógicos exaltados, é preciso analisar e julgar a reforma previdencial com responsabilidade, levando em conta não só a economia mas o desgaste durante o período trabalhado, independente de gênero. Não esquecendo que antes de se pensar em aposentadoria é necessário garantir o emprego. Coisa difícil na atual crise.