Sapo

Lula, figura emblemática. Quatro vezes presidente: duas dele, duas da Dilma.

Nem Sarney, nem Collor, FHC, Itamar conseguiram façanha semelhante. Se elegeu, se reelegeu, elegendo Dilma duas vezes.

Hoje preso, o “sapo barbudo” é um perigo.

Politicamente.

Já condenado, as pesquisas de opinião o apontavam à frente na disputa presidencial, em 2018.

Outro trunfo. Dizem, se ele estivesse no lugar da Dilma, no segundo mandato dela, não seria “impichado”. Não, ele sabe negociar. É bom de articulação política.

Do Obama: “Ele é o cara”.

Há quem o odeie, faz parte do jogo, não tanto por causa das acusações de corrupção. É mais questão pessoal, creio.

Tem centenas de corruptos senadores, deputados, governadores, ministros. Estão imunes, impunes.

Há quem o venere. Toda unanimidade é burra, diria Nelson Rodrigues.

Seus dois governos – foi o que foi alardeado – trouxeram avanços ao Brasil.

O pagamento da dívida externa – muitos já especulam que não vai demorar muito para o país recorrer de novo ao FMI – que Deus nos livre desse jugo.

O roubo na Petrobras – penso eu – tem dois viés, em relação a ele, Lula. Se sabia, preferiu não se confrontar com os partidos que o apoiavam, um deles o então PMDB.

Mas vale o princípio de que cada um é responsável pelos seus atos. Sem o Congresso não se governa. Bolsonaro que o diga.

Pode ele ter esperado pela CGU/PF/MPF. Estes seriam os responsáveis pelas providências. A estatal é uma sociedade de economia mista, portanto qualquer um de seus acionistas poderia (e deveria) fazer a denúncia.

Por que ninguém o fez? Não sabemos.

E se não sabia, bem, não sabia. Não poderia agir “no escuro”. É “ouvir o galo cantar e não saber onde o galo está”.

Hoje, sua condenação está comprometida. A reportagem-denúncia dos jornalista norte-americano Glenn Greenwald revela parcialidade da turma de Curitiba.

Excelente trabalho deste jovem jornalista, vencedor de prêmios internacionais. Creio que deva ter credibilidade. Certamente que sim.

Esse sim é jornalismo para valer. Deve continuar bisbilhotando, desde que sejam fatos de interesse do povo, da sociedade, de todos nós.

O atual presidente, Bozo, oficial do Exército, não teve a coragem de um combatente de verdade para enfrentar o “sapo barbudo”, nas urnas.

Poderia dizer ao Moro: ----- Moro, não condena esse comunista, quero disputar a eleição com ele, cara a cara. Quem perdeu, perdeu. Quem ganhou, ganhou. Não tenho medo dele.

Claro, o Bozo levaria o destempero.

Pelo que sei, militar não tem de ser medroso.

Também recuou não indo ao debate com Haddad.

O pilar, a alma da democracia é a transparência. Com ampla participação popular. Se não me falha a cabeça, Collor também não foi ao último debate, na eleição de 1989. Já há um bom tempo. Lula era o adversário, perdeu.

Naquele debate Collor deveria avisar: ------ Povo brasileiro, se for eleito, irei confiscar a poupança de vocês.

Mas omitiu. Claro, seria derrotado se dissesse isso. Só que aquilo foi um autêntico estelionato. Uma picaretagem política.

E foi o que fez, confiscou. A velha guarda certamente lembra dessa lambança.

“Bem, amigos da Rede Globo”, Lula está nas mãos dos magistrados do STF. Sua salvação será as gravações do jornalista Glenn. Vamos aguardar.

Ressalta-se, o STF é covil.

Justiça e Polícia são assim: Se você for amigo deles, tudo bem, “tá de boa”.

Se for inimigo, pobre de ti.

Creio que depois do caso Lula o Judiciário passe por ampla reforma, democrática.

É que o brasileiro espera. Democracia é o menos pior dos sistemas políticos. Falta testar a Anarquia.

Nota: Este artigo não tem ponto final. Pelo contrário, está aberto para críticas, sugestões, alterações - o que vier. "Cada cabeça é uma cabeça", diz o ditado.

Salatiel Hood
Enviado por Salatiel Hood em 03/07/2019
Reeditado em 04/07/2019
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