No vale dos ressentidos
Para quem não se orienta pela mídia tradicional, segue a atualização dos últimos acontecimentos:
- a Suprema Corte decide que o Governo Federal não pode vender empresas estatais sem consultar o Congresso, praticamente inviabilizando a agenda de privatizações do Presidente da República, via Ministério da Economia;
- o Congresso adia a votação do Projeto de Lei que autorizará o Executivo a gastar/captar R$ 250 bilhões de reais, sem o qual não conseguirá pagar despesas correntes como apostentadorias e programas sociais, que aconteceria hoje, apenas para ver o Governo se ferrar, caso não seja votado até o próximo dia 15;
- a Proposta de Emenda Constitucional da Nova Previdência continua represada no Congresso, e já se fala que será votada apenas no 2 semestre, depois do “recesso parlamentar” (sim, recesso!);
- confabula-se no Parlamento a respeito da instauração de uma CPI para investigar um suposto “bullying virtual” que os parlamentares estão sofrendo por postagens da população nas redes sociais, tendo como alvo da investigação os perfis desses usuários, na internet;
- o Presidente da República propõe uma mudança no Código de Trânsito, retirando um pouco da burocracia do Estado sobre a vida privada dos cidadãos, e imediatamente a mídia e outros setores que fazem oposição ao Governo começam uma campanha contra as proposições do Presidente, dizendo que elas vão “provocar insegurança no trânsito”, como se o Brasil fosse um exemplo de trânsito seguro;
- o país depara-se com um escândalo sexual envolvendo o jogador de futebol Neymar, que vem sendo injustamente acusado de estupro, e o Presidente da República declara que acredita na versão que o jogador Neymar deu sobre o fato, versão essa que é pública e conhecida, e juristas dizem que “o pronunciamento do Presidente viola a ética do cargo”.
Eu poderia listar mais coisas, mas não vale a pena. Porque o que eu pretendo demonstrar certamente já consegui: que o esforço do Presidente da República, ao fazer até um pacto com os chefes dos demais Poderes da República depois das manifestações populares de apoio que recebeu no dia 26/05 para aprovar as reformas que o país precisa, aparentemente não vem dando resultados, pela falta de comprometimento das demais partes envolvidas (principalmente o Parlamento).
Desse jeito, infelizmente o Brasil jamais dará certo.
Porque aqui, no nosso punhado de terra desse país continental ao sul do Equador, é o local onde os ressentidos, os amargurados, e os egoístas reproduzem-se de maneira mais fértil no planeta, e é onde os políticos, que deveriam representar o povo, não têm o sentimento de patriotismo que devem apresentar, ao se prestar a servir ao Estado (e ao próprio povo).
Adaptando a conhecida frase do grande “Bob Fields” (cujo neto, aliás, integra o Governo, no cargo de Presidente do Banco Central), infelizmente a verdade é que “a melhor saída para o Brasil é pelo saguão do aeroporto”.
(G. F. P. R.)