Censos renovados
Censos renovados
Simon Schartzman recentemente entrevistado por Mirian Leitão, e ela mesma em um artigo, segundada pelos escritos de Merval Pereira e Andre Medici, alertaram para o fato de que a maneira de fazer os censos está mudando. Vai mudar por conta das modernas tecnologias da informação, que interliga bancos de dados com múltiplos registros administrativos, inclusive demográficos e sociais.
O IBGE sabe disso, acompanha e lidera inovações de coleta de dados há décadas – censos e pesquisas por amostragem. A questão é que para este censo que se aproxima, o de 2020, é necessário coletar a maioria das informações pelo método tradicional de visita aos domicílios, com vários quesitos sobre a população – o Brasil que pensa o seu futuro e debate o seu presente precisa desses dados.
Para que se adapte o respeitado e quase centenário Instituto, para as mudanças que ocorrerão em seus métodos de trabalho, é preciso tempo e recursos. É bom sempre recordar que educação de qualidade, saúde publica decente, segurança eficiente e informações diversificadas, confiáveis e atuais, são atividades publicas que custam caro, não se improvisa do dia para noite e são necessárias pessoas qualificadas, bem remuneradas, e equipamentos apropriados. Se os “entendidos”, que gostam de aparecer fazendo escândalo sempre apontando possíveis erros nas Instituições que mantém este país funcionando, não atrapalharem e os recursos humanos e orçamentários forem garantidos o IBGE, na próxima década, saberá continuar a produzir a melhor informação demográfica-sócio-econômica com auxílio das mais modernas e apropriadas tecnologias e rigoroso método científico.
Eurico Borba, ex Presidente do IBGE (1992/93)