O BANQUETE DOS DEUSES
Um almirante de esquadra, conhecido pela sua arrogância e autoritarismo, estava levando seu navio para exercícios de guerra em um local bem afastado da costa. Era noite, o mar estava calmo, mas uma espessa neblina prejudicava a visibilidade. De repente, o imediato veio lhe comunicar que uma luz havia sido avistada em meio à neblina, e que ela vinha se dirigindo diretamente contra o navio.
–Entre em contato com essa embarcação e diga ao seu comandante que mude seu curso imediatamente – ordenou ele ao imediato.
Assim foi feito. Logo o imediato recebeu a resposta.
– Quem tem que mudar de curso são vocês. E façam isso depressa.
O Almirante ficou uma fera e respondeu com a arrogância que lhe era peculiar:
– Eu sou o Almirante Fulano de Tal e estou ordenando a você que saia da frente do meu navio, entendeu? Se não fizer isso agora, eu vou afundar sua embarcação.
Recebeu prontamente a resposta: – Pois eu sou o marinheiro operador do farol aqui da ilha X e aviso que se não mudarem o curso imediatamente, em cinco minutos o Senhor nunca mais vai comandar porcaria nenhuma!
A Isto É desta semana publica abertura de licitação na qual o Supremo Tribunal Federal pretende contratar uma empresa para servir refeições, cafés da manhã e coquetéis aos membros e convidados do STF por doze meses, ao preço de um milhão e cem mil reais. No cardápio, iguarias do tipo lagosta, camarão, bacalhau, filé mignon, preparados com o requinte de um restaurante cinco estrelas. E para acompanhar, vinhos premiados internacionalmente, uísque de maturação superior a doze anos e cachaça maturada em barris de carvalho.
Evidentemente, na montanha sagrada que é a nossa Suprema Corte não há crise. Ou necessidade de apertar o cinto, nem que seja para aparentar um pouco de humildade. Que é coisa que os olímpicos magistrados do STF nunca tiveram. Essa licitação solicitada pelo Ministro Toffoli é um acinte e uma agressão a um país que patina na crise e a um povo que não consegue nem encontrar trabalho para ganhar o mínino para garantir sua subsistência.
É num momento desses e com comportamentos desse naipe que a opinião pública começa a questionar a necessidade de se manter um aparato desses, que ao invés de promover segurança jurídica ao país, torna o ambiente ainda mais inseguro. E aí é que mora o grande perigo, pois acaba-se tomando a parte pelo todo, e os vícios que deveriam ser computados à algumas pessoas acabam sendo atribuídos á Instituição como um todo.
Seria de bom alvitre que os responsáveis pelo STF viessem a público para desmentir essa informação e começassem, como na metáfora que ilustra este texto, a mudar de rumo o seu navio. Porque, se nada for feito, o desastre que se aproxima será inevitável. Que os senhores Ministros do STF não deixem a arrogância guiá-los. Ela sempre foi mau timoneiro.
Um almirante de esquadra, conhecido pela sua arrogância e autoritarismo, estava levando seu navio para exercícios de guerra em um local bem afastado da costa. Era noite, o mar estava calmo, mas uma espessa neblina prejudicava a visibilidade. De repente, o imediato veio lhe comunicar que uma luz havia sido avistada em meio à neblina, e que ela vinha se dirigindo diretamente contra o navio.
–Entre em contato com essa embarcação e diga ao seu comandante que mude seu curso imediatamente – ordenou ele ao imediato.
Assim foi feito. Logo o imediato recebeu a resposta.
– Quem tem que mudar de curso são vocês. E façam isso depressa.
O Almirante ficou uma fera e respondeu com a arrogância que lhe era peculiar:
– Eu sou o Almirante Fulano de Tal e estou ordenando a você que saia da frente do meu navio, entendeu? Se não fizer isso agora, eu vou afundar sua embarcação.
Recebeu prontamente a resposta: – Pois eu sou o marinheiro operador do farol aqui da ilha X e aviso que se não mudarem o curso imediatamente, em cinco minutos o Senhor nunca mais vai comandar porcaria nenhuma!
A Isto É desta semana publica abertura de licitação na qual o Supremo Tribunal Federal pretende contratar uma empresa para servir refeições, cafés da manhã e coquetéis aos membros e convidados do STF por doze meses, ao preço de um milhão e cem mil reais. No cardápio, iguarias do tipo lagosta, camarão, bacalhau, filé mignon, preparados com o requinte de um restaurante cinco estrelas. E para acompanhar, vinhos premiados internacionalmente, uísque de maturação superior a doze anos e cachaça maturada em barris de carvalho.
Evidentemente, na montanha sagrada que é a nossa Suprema Corte não há crise. Ou necessidade de apertar o cinto, nem que seja para aparentar um pouco de humildade. Que é coisa que os olímpicos magistrados do STF nunca tiveram. Essa licitação solicitada pelo Ministro Toffoli é um acinte e uma agressão a um país que patina na crise e a um povo que não consegue nem encontrar trabalho para ganhar o mínino para garantir sua subsistência.
É num momento desses e com comportamentos desse naipe que a opinião pública começa a questionar a necessidade de se manter um aparato desses, que ao invés de promover segurança jurídica ao país, torna o ambiente ainda mais inseguro. E aí é que mora o grande perigo, pois acaba-se tomando a parte pelo todo, e os vícios que deveriam ser computados à algumas pessoas acabam sendo atribuídos á Instituição como um todo.
Seria de bom alvitre que os responsáveis pelo STF viessem a público para desmentir essa informação e começassem, como na metáfora que ilustra este texto, a mudar de rumo o seu navio. Porque, se nada for feito, o desastre que se aproxima será inevitável. Que os senhores Ministros do STF não deixem a arrogância guiá-los. Ela sempre foi mau timoneiro.