RAIZES DO NAZISMO E A INTERPRETAÇÃO ESQUERDISTA
A questão de o nazismo ser de direita ou de esquerda não é algo simplista de se compreender, e esta é também a razão da confusão toda, pois se fosse simples não haveria questionamentos sobre isso. Então, pra eu poder explicar o que realmente é, é preciso primeiro entender o caráter da produção da história chamado de historiografia. Historiografia é o estudo da linha interpretativa das narrativas humanas, que pode tomar como bases a história política dialética de Karl Marx que favorece uma linha de raciocínio de lutas de classes ou uma historia social e vinculada na chamada historia nova, que não tem uma só base de apoio interpretativo como o apoio de lutas de classes de Karl Marx, a história nova tem um tripé ampliado de analise. E é por este tripé e incrementando a Escola Austríaca de forma ampliada que eu vou analisar o nazismo.
O guia ideológico da historiografia dominante no Brasil e em parte do mundo é vinculado a Escola de Frankfurt, esta escola tradicionalista e adotada como diretriz interpretativa nas universidades é de linhagem marxista, todos os filósofos que fazem parte desta escola historiográfica são marxistas, existem varias escolas diferentes e divergentes, mais no Brasil e em especial nas universidades, que consequentemente produzem livros didáticos para o ensino médio, são de predominância marxista, e usa a diretriz da luta de classes para analisar todos os acontecimentos da conduta humana durante seu percurso na história.
Além da Escola de Frankfurt francesa de caráter socialista, existem a Escola de Chicago, a Escola Austríaca de caráter liberal. A falsa sensação que alguém tem ao ouvir certos argumentos de cunho liberal como algo absurdo se dá por causa da quase inexistência do estudo dessas outras escolas historiográficas, então é natural para quem não é historiador e que durante toda a sua vida só recebeu influencias ideológicas e interpretativas da escola de Frankfurt de caráter marxista, enxergar tudo que questione o “status quo” dessa “história cristalizada” nas universidades como verdade absoluta, e enxergar o questionamento a tudo isso como algo de louco, pois é tudo que 99% sabem da historia, e muitos nem sabiam que existia este partidarismo interpretativo dentro da produção historiográfica.
Olha que eu estou resumindo o máximo essa explicação, pois explicar realmente tudo isso de forma a não deixar duvidas da existência dessas vertentes históricas seria necessário ler livros e mais livros que retrate esse outro lado não marxista.
E por existir esta escola ideológica historiográfica, baseada na interpretação marxista da história, é que existem curadores de museus, professores de universidades e consenso em geral que defendem que Hitler era de direita radical (ainda vou explicar isso do nazismo ser ou não de esquerda em detalhes, calma),e grande parte da culpa da existência dessa unilateralidade interpretativa são das universidades em adotar essa linha historiográfica como única e verdadeira, refletindo assim no inconsciente popular, pois também todo o material didático escolar são feitos por eles.
Karl Marx ganhou muitos adeptos para o seu pensamento ao criticar as formas explorativas e desumanas empregadas nas primeiras fabricas pós-Revolução Industrial. Por isso não seria diferente que no decorrer da historia este movimento fosse agregando mais e mais intelectuais na defesa nostálgica e sugestionadas dos primeiros sofrimentos dos trabalhadores nas fabricas. De lá pra cá, reformularam o socialismo, esmiuçaram suas premissas e falhas praticas, dissecaram suas teoria para tentar repagina-las, pois nas varias tentativas feitas durante a história de uma possível implementação do socialismo e consequentemente do comunismo, sempre os resultados foram desastrosos e insustentáveis no âmbito econômico como também social.
Bem, esclarecidos as premissas para entender o argumento, vamos lá agora;
O conceito ideológico do que realmente foi o nazismo não é fácil de analisar, e isso se deve a mistura e varias ideologias presentes que influenciaram a Alemanha desde a primeira Guerra Mundial. Em 1917, aconteceu a Revolução Russa em pleno vapor da primeira “Grande Guerra”, a Alemanha almejava formar um grande império germânico, impondo primazias de interesses econômicos nas regiões dos Balcãnicas, conflitos de interesses mútuos entre as principais potencias europeias pela região forram os principais motivos para o estopim da guerra.
As rivalidades entre Alemães e Russos começaram antes da revolução Russa, e por isso, o ódio de Hitler (isso já na segunda guerra mundial), não tinha origens estritamente no víeis ideológico comunista, até porque Hitler também leu muito Karl Marx, é tanto que em, sua obra principal Mein Kampf, escrita enquanto esteve preso, ele reconhece o potencial de conquista do comunismo e tenta reformula-lo em uma nova ideologia chamada Nazismo, a palavra Nazismo vem da junção “Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães” (Alemão: Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei), Hitler leu os argumentos de Marx e não querendo seguir uma ideologia do seu inimigo, mas reconhecendo sua eficácia conquistadora, reformulou suas premissas e mesclou uma politica econômica de linha Liberal com uma politica econômica de linha socialista, resumindo assim o nome do partido Alemão em “Nacional-Soocialismo” que mais tarde ficou mais caracterizado como “Nazismo”.
Ora o próprio caráter contraditório das duas palavras “nacionalismo” e “socialismo” evidencia essa fusão, e como Hitler não queria que seus adversários reconhecessem esse caráter de fusão ideológica, a nomenclatura “Nazista” e a principal doutrina Hitleriana da eugenia racial, e da purificação e exaltação da raça Ariana foi seu carro chefe de reconhecimento indenitário.
... e porque a esquerda aparentemente chegou a essa conclusão de que Hitler era de Direita Radical? Essa resposta é bem complexa se entendido com um pensamento unilateral e bitolado na historiografia marxista, mas se torna fácil quando consideramos todos os lados da fusão comprovadamente histórica das influências liberal e socialistas que compuseram o nazismo, como uma construção de um olhares ( no plural) historiográficos. A esquerda apenas escolheu as características que identificava um só lado do nazismo para evidenciar a sua afirmativa como sendo de Direita Radial.
Dizer que o nazismo era de “Direita” já é uma asneira sem tamanho, e ainda mais acrescentar o “Radical” a isso, é chamar todos nós de jumentos. Pois a esquerda ignora totalmente essa fusão ideológica do nazismo, até por que afirmar tal coisa é atestar uma parcela de culpa nas atrocidades da segunda Guerra Mundial. Uma analise superficial vai evidenciar o simples fato do sanguinário líder Alemão combater e odiar os Comunistas Soviéticos como fator preponderante para afirmar que ele era um líder de “Direita Radical”, e juntando a isso o fato de Hitler ter fomentado a indústria privada e ter deixado os meios de produção nas mãos de empresários nacionais. Mas, tudo tem uma explicação detalhada.
Hoje sabemos pelas análises das políticas do governo de Hitler que ele era sim um metacapitalista, com grandes influencias equilibrada que o levaria a um sistema totalitário de poder, ou seja, a mesma premissa da ditadura do proletariado socialista.
Metacapitalista é a situação que envolve empresários que não gostam da livre concorrência, instituições que abertamente defendem doutrinas socialistas e, em alguns casos, governos de viés socialista, com a finalidade de se manter projetos de poder que visam destruir a sociedade a qual conhecemos. Hitler nunca foi um socialista marxista leninista, e nunca foi um capitalista ortodoxo, e nem poderia ser, pois suas ambições era subjugar todas as nações a vontade da Alemanha e não comercializar no livre mercado com elas.
Ele sim aproveitou-se do que considerava o “melhor dos dois mundos ideológicos” compondo certas ideias do comunismo que pode lhe fortalecer como ditador e líder, e a falsa liberdade dos empresários nacionais que só produziam produtos pré-determinados pela indústria da guerra e suas necessidades temporais. E assim, o governo Alemão praticou um Socialismo Estatal desvinculado do Socialismo Marxista, como também uma espécie de “liberalismo interno”, pois não estatizou as empresas privadas, mais restringiu sua autonomia de produção a necessidade do seu governo, e até incentivou a iniciativa privada com recursos da União.
Por todas essas ambiguidades ideológicas é que o nazismo é e sempre foi tema de acalorados debates e produções de livros divergentes, sua defesa é imbuído de sentimentos partidários, a imparcialidade da analise diversificada usando outros olhares historiográficos é algo distante das universidades brasileiras como também em várias instituições europeias. É natural que os historiadores Alemães criem uma defesa ideológica mais a esquerda, pois afirmar diante do mundo que o nazismo era uma mescla das duas ideologias e que sua marca inicial era o socialismo (Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães) é afirmar uma vergonha continua. Existe sim a necessidade dessa desconstrução histórica, essa reinterpretação que direciona a culpabilidade ao regime, a uma ideologia de Extrema Direita.
O que também caracteriza o controle do Estado nazista sobre os empresários é a falta de livre concorrência estrangeira característica de governos liberais e de direita, a produção dos bens de consumo se limitou a armas e a um comercio interno, com uma abertura econômica no limite necessário somente para abastecer o país em gêneros alimentícios e vestuários, pois a mão de obra interna de homens e inclusive de mulheres e crianças eram direcionadas para a fabricação de armas e componentes explosivos.
O Nacional Socialismo Alemão, não tinha o nome “socialismo” só de enfeite, este nome revelava a diretriz ideológica que seria praticada, mais de forma diferente do Socialismo marxista e assim para diferenciar, Hitler propôs a junção dos nomes “Nacional- Socialismo” para “Nazismo”, criando assim seu próprio víeis ideológico característico, com aspectos liberais de direita e aspectos socialistas de esquerda, transformando em um nuances parecido com o metacapitalismo, a mesma politica mesclada que Lula praticou no Brasil nos primeiros anos de governo (que tranquilizou a mídia que tinha medo do estabelecimento pleno e logo do comunismo, e assim chamaram Lula de “Lulinha Paz e Amor”), que estava evoluindo aos poucos para uma plataforma socialista plena.
Quero também lembrar que no final do século XIX para o inicio do século XX, a mentalidade e a compreensão das origens humanas estava bem relativizadas pela nova e reveladora descoberta da ciência, a Teoria da Evolução. Muitos não sabem mais Hitler e em especial Karl Marx achava muito conveniente e sedutor uma teoria cientifica que na época classificava a humanidade como “raças em diferentes estágios de evolução”, Karl Marx chegou a dizer que os negros tinham capacidades intelectuais muito baixas em relação ao homem branco europeu, Hitler acreditava que assim como a natureza permanecia em constantes seleções naturais, a sociedade deveria passar pelo “Darwinismo Social” ou pelo processo de “Eugênia”, uma seleção direcionada para melhorar a raça humana e acelerar a evolução cientifica da Alemanha, estas doutrinas juntamente com as influencias sociais de Karl Marx foram decisivas para a formulação da “Solução Final”, onde ele matou 6 milhões de Judeus, homossexuais e testemunhas de Jeová, ( Tais praticas é de alguém que é classificado como conservador pelas universidades???), e pelo contrario do que muitos acreditam, Hitler não era Cristão, ele praticava doutrinas religiosas místicas das mitologias germânicas e hindus, numa mistura para formar sua própria religião, onde teria sua pessoa como representante máximo da vontade dos deuses.
Resumindo, a questão é o nazismo nem era de direita e nem era de esquerda, mais ao mesmo tempo tinha a natureza das duas ideologias, e em certas ocasiões fazem mais lembranças a uma ideologia socialista do que uma ideologia liberal. O nazismo hitlerista foi de inclinações socialistas-metacapitalista, ou direita-esquerda, mais certas características não se aplicam, como dizer que era de extrema direita, ou dizer que era somente de esquerda, não, Hitler tinha uma personalidade fortíssima e egoísta, jamais iria aderir fielmente a uma das vertentes, ele sim elaborou o Nazismo de forma a identificar sua pessoa, uma ideologia própria, mesclando o “melhor” de cada uma, e por vezes confundindo suas praticas.
O maior problema nisto tudo é que a esquerda brasileira e os esquerdistas historiadores do mundo analisam e enxergam aquilo que querem ver, pois a “mente ver o que escolhe ver”.