ABORDAGEM ESPIRITUAL SOBRE ACONTECIMENTOS POLITICOS NO BRASIL

Assim como as atuais páginas dos jornais e das revistas, os canais de televisão e as mídias sociais estão passando informações e emitindo opiniões sobre o que acontece em nosso país, os relatos bíblicos também trazem para nós os acontecimentos políticos, econômicos, militares, culturais e sociais de povos e nações de épocas passadas.

A única diferença, extremamente relevante, é apresentar uma interpretação espiritual sobre a origem dos acontecimentos. Não apenas descreve os fatos e cita nomes de personalidades envolvidas. Também revela que a mão de Deus, o Pai Celestial, fazia-se presente, seja exercendo juízo sobre os povos e nações, seja lhes proporcionando bênçãos. Em outras palavras, nada estava acontecendo sem que o escritor fizesse referência à presença e atuação de Deus no cenário dos acontecimentos e no coração das pessoas.

O que está faltando em nossos dias é exatamente esta inclusão de uma interpretação espiritual para analisar os acontecimentos nacionais e o comportamento das pessoas diretamente envolvidas. Nesse sentido, não estou me referindo à necessidade do povo se tornar cristão (católico, protestante, evangélico ou pentecostal). Na história distante ou recente do cristianismo não faltam pessoas e acontecimentos que comprometeram a fé cristã. Aliás, a bem da verdade, uma grande parte da história bíblica interpretada espiritualmente é uma história de pessoas religiosas que não viveram de acordo com a vontade de Deus, razão porque foram julgadas e rejeitadas.

Portanto, o sentido espiritual é enxergar alguns fatos inegáveis:

a) há muitas pessoas que não tem o temor de Deus, alguns chegando mesmo a assumir uma identidade ateísta ou agnóstica;

b) consequentemente não querem saber e nem colocar em prática os princípios estabelecidos por Deus, agindo de acordo com seus próprios interesses e objetivos;

c) pessoas religiosas que poderiam proporcionar outra proposta de vida cristã deixam-se também corromper e seduzir, seja tornando a ética relativa, seja sendo atraídas pelo mundanismo, apenas usando o nome de Deus em seus interesses pessoais, familiares ou corporativos;

d) os que levantam a voz como profetas da mensagem divina não encontram eco, ficando solitários em suas posições.

Diante desse quadro espiritual, o que esperar que aconteça? Enquanto as pessoas não se arrependerem de seus pecados, em termos bíblicos, adotando outra maneira de ser e viver, nosso país continuará vendo a cada dia a iniquidade proliferar e a justiça só conseguindo correr atrás dos prejuízos, seja qual for o resultado das urnas nas eleições.

Sobreviveremos por causa da misericórdia e da graça de Deus, em Cristo Jesus, porém apenas como um “remanescente” do povo, sem que seja uma realidade nacional. Esse “remanescente” seria uma minoria sem rosto que se esforça para fazer a vontade de Deus. Não é perfeita, mas insiste em que realmente a vontade de Deus precisa ser considerada e praticada.

Por tudo isso e apesar de tudo isto, considerando a graça de Cristo Jesus, nossa imensa gratidão a Deus por continuar nos abençoando nestes dias e neste país. É como escreveu Paulo apóstolo: “Ele permanece fiel mesmo que sejamos infiéis” (II Timóteo 2.13).