CÍRCULO DO MAL DE HITLER (20) – ROHM SAI DO CAMINHO
Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.
XX
Às 12h15 do dia 20 de dezembro de 1924, após cumprir nove meses de uma pena de cinco anos, Hitler deixa Hess na prisão e é libertado. Após sua tão comentada prisão e sua recente renúncia como líder, isso deveria ser importante. Mas não há público o esperando. Apenas um carro. As coisas mudaram, e seu país não está mais louco por um messias.
A Alemanha está diferente. A economia estava melhorando. A República de Weimar está mais forte. Há mais estabilidade e confiança. É uma Alemanha que lidou com a crise e agora decidiu se estabelecer e achar um jeito de seguir os termos impostos pelas outras potências. Com esse clima e sem a liderança de Hitler, nas eleições de 1924, os nazistas conquistam apenas 3% dos votos. Parecem estar acabados. O número de membros que era de 35 mil em 1923, caiu pela metade. E protestar contra empréstimos americanos é ridículo em um período de prosperidade.
O clima mudou. Ele não pode mais ficar gritando nas ruas ou tentando metralhar as pessoas. Não dá certo.
Com o partido em frangalhos, Hitler está livre para reconstruí-lo de acordo com a nova visão política criada com Hess. O Partido Nazista não pode mais ser revolucionário e violento. Precisa adotar as formas do legalismo, contar com as eleições, e entrar no Parlamento, no Reichstag. Precisa passar pelas fases de ser um partido democrático parlamentar.
Hitler tenta retomar o controle do partido, mas logo descobre que é difícil se livrar de fantasmas do passado. Ernst Rohm esperou ansiosamente pela soltura de Hitler, convencido de que ainda podem trabalhar juntos. Hitler quer que seja um partido político adequado, que sigam os caminhos legais ao poder.
Mas há gente como Ernst Rohm, com visão mais revolucionária, para quem revolução nacional é revolução mesmo.
Por ter lhe dado a chance de desenvolver a SA, mesmo secretamente, ele descobre que Rohm tem milhares de seguidores. Hitler tem de cuidar dessa situação.
Em 16 de abril de 1925, em sua casa em Munique, ele confronta Rohm, esclarecendo sua visão política. Eles precisam parecer que estão agindo dentro do sistema político e que são um partido real e crível, e não um bando de lunáticos que tentam dominar cervejarias em Munique. Mas o antiquado Rohm acredita que toda revolução deve começar com um golpe.
Rohm fala de revolução e Hitler diz, dramaticamente: “A revolução vem depois da tomada do poder, não antes. Primeiro tomamos o poder, depois há revolução. ”
A relação entre Rohm e Hitler logo fica abalada. Hitler diz a Rohm: “Você montou esse enorme exército político, um perigo revolucionário, não quero isso. Não era para fazer isso.” E Rohm claramente fica irritado com isso.
Hitler sabe que Rohm é poderoso. Com um exército à sua disposição, é um momento perigoso. Mas, surpreendentemente, é Rohm quem recua. Rohm não tem como vencer. O controle de Hitler sobre o partido, embora não tão poderoso quanto será, é bem forte.
No dia seguinte, Rohm escreve a Hitler renunciando ao Frontbahn e a SA, mas implora para que continuem a amizade. Hitler não responde.
Rohm fica chateado e decide ir para a Bolívia... do outro lado do mundo. Ele decide: “Não consigo vencer. Desisto, vou embora. ”
Retirado do círculo íntimo, Rohm vai para a América do Sul. Mas ele terá sua chance de novo.
Com Rohm fora do caminho e Hess solto, começa a campanha para reganhar o partido e os corações e as mentes do povo alemão. Para o partido se tornar uma força política séria, o processo deve começar pelo líder. Hitler passa por uma transformação. Ele pode apostar no visual tradicional alemão volkisch, com lederhosen, as meias compridas e os sapatos típicos. Isso apela a certo elemento da comunidade. Ele também pode parecer mais tecnocrata, com um terno elegante. E se vai a um grande comício nazista... ele usa seu uniforme. Ele escolhe o tecnocrata. Agora parece um líder preparado e confiante. Pronto para reganhar o controle do partido e leva-lo a uma nova direção.
Rohm percebe que todo seu trabalho junto as milícias, não tem mais o apoio de Hitler. Mesmo com todo o poder que Rohm conseguiu com esse trabalho de arquitetar e viabilizar um exército inteiro nas ruas, a favor do ideal nazista, com truculência e mortes, mesmo assim Rohm capitula e não enfrenta a nova visão do seu chefe.
Mesmo caso existe na evolução das atitudes de Lula. Mesmo sendo pessoa de origem humilde, quase analfabeto, com ojeriza ao estudo, mesmo assim consegue deixar sob sua liderança diversas pessoas de nascimento mais nobre, de títulos acadêmicos, de tocas da justiça e de mandatos dados pelo voto popular. Sim, todo esse poder, essa sua influência, passou a existir com todo esse vigor, após a passagem pela presidência do Brasil e ter deixado a marca da corrupção em quase todos os ramos da administração.
Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.
XX
Às 12h15 do dia 20 de dezembro de 1924, após cumprir nove meses de uma pena de cinco anos, Hitler deixa Hess na prisão e é libertado. Após sua tão comentada prisão e sua recente renúncia como líder, isso deveria ser importante. Mas não há público o esperando. Apenas um carro. As coisas mudaram, e seu país não está mais louco por um messias.
A Alemanha está diferente. A economia estava melhorando. A República de Weimar está mais forte. Há mais estabilidade e confiança. É uma Alemanha que lidou com a crise e agora decidiu se estabelecer e achar um jeito de seguir os termos impostos pelas outras potências. Com esse clima e sem a liderança de Hitler, nas eleições de 1924, os nazistas conquistam apenas 3% dos votos. Parecem estar acabados. O número de membros que era de 35 mil em 1923, caiu pela metade. E protestar contra empréstimos americanos é ridículo em um período de prosperidade.
O clima mudou. Ele não pode mais ficar gritando nas ruas ou tentando metralhar as pessoas. Não dá certo.
Com o partido em frangalhos, Hitler está livre para reconstruí-lo de acordo com a nova visão política criada com Hess. O Partido Nazista não pode mais ser revolucionário e violento. Precisa adotar as formas do legalismo, contar com as eleições, e entrar no Parlamento, no Reichstag. Precisa passar pelas fases de ser um partido democrático parlamentar.
Hitler tenta retomar o controle do partido, mas logo descobre que é difícil se livrar de fantasmas do passado. Ernst Rohm esperou ansiosamente pela soltura de Hitler, convencido de que ainda podem trabalhar juntos. Hitler quer que seja um partido político adequado, que sigam os caminhos legais ao poder.
Mas há gente como Ernst Rohm, com visão mais revolucionária, para quem revolução nacional é revolução mesmo.
Por ter lhe dado a chance de desenvolver a SA, mesmo secretamente, ele descobre que Rohm tem milhares de seguidores. Hitler tem de cuidar dessa situação.
Em 16 de abril de 1925, em sua casa em Munique, ele confronta Rohm, esclarecendo sua visão política. Eles precisam parecer que estão agindo dentro do sistema político e que são um partido real e crível, e não um bando de lunáticos que tentam dominar cervejarias em Munique. Mas o antiquado Rohm acredita que toda revolução deve começar com um golpe.
Rohm fala de revolução e Hitler diz, dramaticamente: “A revolução vem depois da tomada do poder, não antes. Primeiro tomamos o poder, depois há revolução. ”
A relação entre Rohm e Hitler logo fica abalada. Hitler diz a Rohm: “Você montou esse enorme exército político, um perigo revolucionário, não quero isso. Não era para fazer isso.” E Rohm claramente fica irritado com isso.
Hitler sabe que Rohm é poderoso. Com um exército à sua disposição, é um momento perigoso. Mas, surpreendentemente, é Rohm quem recua. Rohm não tem como vencer. O controle de Hitler sobre o partido, embora não tão poderoso quanto será, é bem forte.
No dia seguinte, Rohm escreve a Hitler renunciando ao Frontbahn e a SA, mas implora para que continuem a amizade. Hitler não responde.
Rohm fica chateado e decide ir para a Bolívia... do outro lado do mundo. Ele decide: “Não consigo vencer. Desisto, vou embora. ”
Retirado do círculo íntimo, Rohm vai para a América do Sul. Mas ele terá sua chance de novo.
Com Rohm fora do caminho e Hess solto, começa a campanha para reganhar o partido e os corações e as mentes do povo alemão. Para o partido se tornar uma força política séria, o processo deve começar pelo líder. Hitler passa por uma transformação. Ele pode apostar no visual tradicional alemão volkisch, com lederhosen, as meias compridas e os sapatos típicos. Isso apela a certo elemento da comunidade. Ele também pode parecer mais tecnocrata, com um terno elegante. E se vai a um grande comício nazista... ele usa seu uniforme. Ele escolhe o tecnocrata. Agora parece um líder preparado e confiante. Pronto para reganhar o controle do partido e leva-lo a uma nova direção.
Rohm percebe que todo seu trabalho junto as milícias, não tem mais o apoio de Hitler. Mesmo com todo o poder que Rohm conseguiu com esse trabalho de arquitetar e viabilizar um exército inteiro nas ruas, a favor do ideal nazista, com truculência e mortes, mesmo assim Rohm capitula e não enfrenta a nova visão do seu chefe.
Mesmo caso existe na evolução das atitudes de Lula. Mesmo sendo pessoa de origem humilde, quase analfabeto, com ojeriza ao estudo, mesmo assim consegue deixar sob sua liderança diversas pessoas de nascimento mais nobre, de títulos acadêmicos, de tocas da justiça e de mandatos dados pelo voto popular. Sim, todo esse poder, essa sua influência, passou a existir com todo esse vigor, após a passagem pela presidência do Brasil e ter deixado a marca da corrupção em quase todos os ramos da administração.