ARTIGO – Que Senado é esse? – 10.04.2019 (PRL)
 

ARTIGO – Que Senado é esse? – 10.04.2019 (PRL)
 
 
Muito se tem falado, desde as apurações dos votos das eleições de outubro/2018, na expressiva renovação ocorrida, por exemplo, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. A introdução de gente nova nas duas casas do Congresso Nacional, como foi público e notório, representou um sinal de que o povo brasileiro estaria a querer mudanças substanciais na política, especialmente para promover benefícios aos mais sacrificados, porquanto cabe ao poder legislativo fazer leis boas e justas em favor dos concidadãos.
 
Ocorre que, em princípio, a substituição de parlamentares no Senado, para ficar só nessa Casa, parece-nos que fora apenas aquela tradicional de “seis por meia dúzia”, ou seja, de pouca valia, nada de ideias novas, isso a partir do próprio presidente eleito para comandar os trabalhos desse poder, que vem dando demonstrações de muita esperteza política, sendo daqueles que optam pelo enfraquecimento dos colegas da Casa de Rui Barbosa, parecendo-nos alinhado a um chefe maior.
 
Para resumir nossas considerações, a fim de não cansar os leitores, veja-se o caso do requerimento da CPI apelidada de “Toga”, da lavra do novel senador do Sergipe, Delegado Alessandro Vieira (PPS-SE), que contém 29 assinaturas, com fatos determinados e, pelas nossas leis, são mais do que suficientes ao deferimento do pedido. Todavia, o doutor Davi Alcolumbre (DEM-AP), mandou ouvir a sua assessoria jurídica, que deu um parecer sem tanta segurança, enquanto mandava a matéria para exame na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a fim de se pronunciar sobre a constitucionalidade do ato, numa prova cabal de medida protelatória, isso sem falar na atitude nada republicana de ter havido muita pressão para que alguns senadores retirassem suas assinaturas do documento.
 
Confirmando o que se esperava, por esmagadora maioria de 19 x 07, a CCJ julgou inconstitucional o pleito, que ainda deverá ser votado no plenário do Senado no dia de hoje, sendo praticamente certo o seu destino, qual seja o arquivo morto. Só num país como o Brasil, de tradição na roubalheira, permite-se que políticos com processos em aberto no próprio Supremo Tribunal Federal possam figurar em comissão de tão alta responsabilidade, sendo absolutamente claro que esses votos não têm qualquer valor moral, e é nessa fraqueza que reside a maior crise que enfrentamos de longa data. Mas uma coisa é certa: alguns senadores que chancelaram o requerimento também votaram contra a CPI, sendo ludibriados (?) por discursos sem qualquer coerência com o pedido que o embasou.
 
Mais uma vergonha para o povo nacional.
 
Nosso abraço.
 
SilvaGusmão
 
ansilgus
Enviado por ansilgus em 10/04/2019
Reeditado em 10/04/2019
Código do texto: T6620351
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