O MAL NECESSÁRIO.
Não ando com paciência para com o mundo da política. Nem para o futebol. Parece que em ambos os setores – política e futebol – estamos vivendo uma das piores entre safras de todos os tempos. Prova disso é a nossa ridícula seleção, cujo único suposto craque é um menino irresponsável e pipoqueiro que está mais para um playboy dos antigos do que para jogador de futebol. E quanto aos políticos, basta olhar para a composição atual do nosso Congresso.
Como disse, estou sem disposição para gastar meu tempo com política. Mas só por desencargo de consciência, (porque a indiferença pode nos tornar alienados), impus a mim mesmo uma penitência: fiquei algumas horas diante da televisão ouvindo e vendo a entrevista de Paulo Guedes ao Senado. Gostei do que ouvi e não gostei do que vi. De um lado, ouvi um técnico expondo claramente suas ideias e sua estratégia de ação para desengessar uma economia mumificada que ainda guarda ranços de feudalismo, e de outro vi um grupo de políticos que só consegue enxergar a periferia de seus próprios interesses.
A Constituição de 1988 transformou a economia brasileira numa múmia paralítica. Ela está amarrada por todos os lados. Não dá um passo á frente porque suas pernas estão presas por uma burocracia que valoriza mais os meios do que os fins. Também não consegue mover os braços porque eles estão engessados por um sistema financeiro que privilegia quem vive de renda ao invés de incentivar quem se arrisca e produz. E sequer consegue mexer a cabeça, porque ela está coberta pelas ataduras de um pacto federativo que ainda conserva os resquícios da estrutura da Velha República, centrada no poder central da União, sustentada na base por “coronéis” cooptados através de benesses, concessões, privilégios e favores.
Paulo Guedes é um liberal e não faz questão de esconder seu pensamento smithiniano de “Chicago Boy”. Pode-se discordar dele por questões ideológicas, mas não em termos de política econômica. Qualquer dona de casa sabe que dividir um por um é igual a um, um por dois é igual a meio e um por três é igual a um terço. Assim, não é preciso ter qualquer preparo acadêmico para saber que não dá mais para sustentar uma Previdência que só aumenta o número de beneficiários, alguns muito privilegiados, sem aumentar, na mesma proporção, o número de contribuintes. Reformar a Previdência é um mal necessário. Mas, às vezes, é preciso antes fazer um pouco de mal para atingir um bem maior. No caso, se não dermos os anéis hoje, amanhã perderemos o dedo, depois de amanhã a mão e depois o braço e o resto do corpo. Nossos últimos governos, especialmente o de Lula, poderia ter feito essa reforma sem muito sofrimento. Tinha ampla maioria no Congresso e um grande apoio popular. Preferiu fazer filantropia populista ao invés de corrigir as mazelas do país. Agora não tem mais jeito. Ou tomamos um pouco de juízo e fazemos o que precisa ser feito, ou vamos todos para o buraco e não sobrará ninguém do lado de fora para nos tirar dele.
Não ando com paciência para com o mundo da política. Nem para o futebol. Parece que em ambos os setores – política e futebol – estamos vivendo uma das piores entre safras de todos os tempos. Prova disso é a nossa ridícula seleção, cujo único suposto craque é um menino irresponsável e pipoqueiro que está mais para um playboy dos antigos do que para jogador de futebol. E quanto aos políticos, basta olhar para a composição atual do nosso Congresso.
Como disse, estou sem disposição para gastar meu tempo com política. Mas só por desencargo de consciência, (porque a indiferença pode nos tornar alienados), impus a mim mesmo uma penitência: fiquei algumas horas diante da televisão ouvindo e vendo a entrevista de Paulo Guedes ao Senado. Gostei do que ouvi e não gostei do que vi. De um lado, ouvi um técnico expondo claramente suas ideias e sua estratégia de ação para desengessar uma economia mumificada que ainda guarda ranços de feudalismo, e de outro vi um grupo de políticos que só consegue enxergar a periferia de seus próprios interesses.
A Constituição de 1988 transformou a economia brasileira numa múmia paralítica. Ela está amarrada por todos os lados. Não dá um passo á frente porque suas pernas estão presas por uma burocracia que valoriza mais os meios do que os fins. Também não consegue mover os braços porque eles estão engessados por um sistema financeiro que privilegia quem vive de renda ao invés de incentivar quem se arrisca e produz. E sequer consegue mexer a cabeça, porque ela está coberta pelas ataduras de um pacto federativo que ainda conserva os resquícios da estrutura da Velha República, centrada no poder central da União, sustentada na base por “coronéis” cooptados através de benesses, concessões, privilégios e favores.
Paulo Guedes é um liberal e não faz questão de esconder seu pensamento smithiniano de “Chicago Boy”. Pode-se discordar dele por questões ideológicas, mas não em termos de política econômica. Qualquer dona de casa sabe que dividir um por um é igual a um, um por dois é igual a meio e um por três é igual a um terço. Assim, não é preciso ter qualquer preparo acadêmico para saber que não dá mais para sustentar uma Previdência que só aumenta o número de beneficiários, alguns muito privilegiados, sem aumentar, na mesma proporção, o número de contribuintes. Reformar a Previdência é um mal necessário. Mas, às vezes, é preciso antes fazer um pouco de mal para atingir um bem maior. No caso, se não dermos os anéis hoje, amanhã perderemos o dedo, depois de amanhã a mão e depois o braço e o resto do corpo. Nossos últimos governos, especialmente o de Lula, poderia ter feito essa reforma sem muito sofrimento. Tinha ampla maioria no Congresso e um grande apoio popular. Preferiu fazer filantropia populista ao invés de corrigir as mazelas do país. Agora não tem mais jeito. Ou tomamos um pouco de juízo e fazemos o que precisa ser feito, ou vamos todos para o buraco e não sobrará ninguém do lado de fora para nos tirar dele.