ARTIGO – Engana-me que eu gosto! – 12.03.2019 (PRL)
ARTIGO – Engana-me que eu gosto! – 12.03.2019 (PRL)
Ficamos chocados ontem ao assistir notícias de um jornal da TV local – estamos no Recife (PE) – de que uma tradicional escola municipal de Olinda, bela cidade do litoral Pernambucano, de praias maravilhosas, estava passando por sérias dificuldades ante a escassez de providências por parte do governo municipal, em virtude do precário estado de semiabandono da unidade.
De ensino fundamental, a escola (cujo nome não será citado), que comporta cerca de 300 alunos, tem problemas na sua estrutura, na indisponibilidade de ar condicionado, embora instalado, tem vazamentos pelo teto, além de falta de professores para a missão linda de educar, obrigando a que crianças fiquem sem aulas por períodos muito longos.
O senhor prefeito do município, que é muito bem visto pela população, tanto que a sua votação foi excepcional, certamente não está sabendo dessa ocorrência, pois inobstante a professora encarregada haver escrito mais de vinte comunicados à Secretaria de Educação e a diversos órgãos, providência alguma vem sendo tomada, tudo indicando que pode ser alegada a famosa “falta de recursos” para execução das obras necessárias e indispensáveis à consecução dos objetivos primordiais da educação pernambucana.
Causaria espécie se essa declaração fosse dada, eis que a cidade está aniversariando exatamente no dia de hoje – 484 anos, desde que fundada por Duarte Coelho Pereira, que foi o donatário da capitania de Olinda --, porquanto as festividades em comemoração estão em pleno vapor, e essas coisas não são sem custos. Não é somente isso: O carnaval da cidade, que é tido como um dos melhores do país, terminou há poucos dias, contando com a presença de milhares de brasileiros e estrangeiros pelas suas ruas, trazendo arrecadação extra aos cofres municipais, bem como movimento extraordinário no comércio.
Não se pode admitir que uma cidade com cerca de 400 mil habitantes não tenha uma assessoria de qualidade para ajudar ao prefeito nessas horas em que mais se precisa de sua interferência na formação das crianças, especialmente as mais pobres, que se utilizam em grande escala dos estabelecimentos do governo. Então fica a pergunta: Pro carnaval tem verba, mas para a educação?...Não há.
Ficamos por aqui.
Nosso abraço.
SilvaGusmão
Foto: GOOGLE - Olinda/com Recife ao fundo.