ARTIGO – Hino Nacional – 05.03.2019 (PRL)
ARTIGO – Hino Nacional – 05.03.2019 (PRL)
Como é público e notório, ou seja, não é novidade alguma, o nosso ministro da educação, senhor Ricardo Vélez Rodriguez, não é brasileiro. É um teólogo, filósofo, ensaísta e professor colombiano aqui naturalizado. Suas visões políticas são tidas como de extrema-direita, bastando isso para que um amontoado de gente que se diz nacionalista seja terminantemente contrária a sua recente inovação.
Ora, cantar o Hino Nacional pela alunada nas escolas brasileiras não é novidade alguma, porquanto na nossa infância fomos educados a pelo menos saber a letra dessa linda peça musical, das melhores do mundo, que era cantada com orgulho pelo corpo docente e discente dos educandários em todos os recantos da nossa pátria.
Por outro lado, filmar a meninada cantando e remeter a gravação para o ministério, isso como uma maneira de comprovar que a resolução fora cumprida, claro que não é nada demais, assim como não precisa da anuência dos pais e/ou responsáveis. Isso não pode ser confundido com essa gama de imagens eróticas de menores que sabemos existir na internet. E quanto àquela mensagem ao final: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, que fora utilizada na campanha do presidente Jair Bolsonaro, que nos permitam as autoridades, não faz sentido algum dizer-se que o ministro estaria tentando elevar a imagem do presidente. Essas frases nós ouvimos de vez em quando nas missas da igreja católica, o que não quer dizer de maneira alguma que os padres estão fazendo campanha para o governo.
O que esse cidadão colombiano de nascimento tentou fazer foi dar uma lição de brasilidade, até por que não se estava querendo que fosse cantado o hino nacional da Colômbia, mas sim o que é só nosso. Somente de quem não tem juízo é que se pode admitir entendimento diferente; mas ocorre que alguns políticos de meia tigela foram implantando ao longo do tempo na cabeça dos menos avisados essa máxima de “nós” e “eles”. Deveria sim essa autoridade ser homenageada por todos os brasileiros, mas não como fizeram no Senado Federal, como se viu na mídia, querendo desqualificar uma pessoa do bem, que teve a humildade de responder com a máxima educação.
Até mesmo pelo lado dos esportes, digamos o futebol, as federações e confederações estão exigindo que seja executado o hino nacional antes dos jogos, sob pena de multa àquelas entidades que não venham a cumprir essa regra; mas isso é muito bom para educar os atletas e neles colocar mais disposição na defesa de suas cores, mas nas escolas até parece seja crime.
Pelas lideranças atuais no meio parlamentar, nota-se, claramente, que a renovação nos quadros tanto da câmara quando do senado foi expressiva, todavia somente quanto aos nomes, pois no que se relaciona com o dom da palavra e a facilidade de criar e discutir leis, pensamos fora até bem pior do que tínhamos em legislaturas passadas. Não vimos sequer um deles levantar a bandeira da nacionalidade e apoiar as medidas pensadas pelo senhor Ministro. O que é feio e inconstitucional é o que acabam de fazer esses senadores, quando numa situação de insolvência de alguns estados e a própria nação, aprovam, sem sequer discutir, empréstimos estrangeiros em dólar para o Ceará e Paraíba, da ordem de US$ 73 e US$ 70 milhões, respectivamente. São cifras expressivas, além do mais com o aval do tesouro nacional.
Sobre filmar os garotos cantando, que fique claro que nenhuma emissora de televisão, por exemplo, poderá fazê-lo daqui pra frente. Nada de filmagens que tenham a presença de menores, nem mesmo nas épocas de greve, ou até na praia, em jogos e seja lá qual for o evento. Nesses e em outros casos haverá de ter uma autorização de cada pai, tutor ou responsável pelos alunos, e esse argumento deveria ter sido citado por aqueles que ganham nosso dinheiro sem fazer força.
“Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”.
Nosso abraço.
SilvaGusmão
Foto: GOOGLE