ARTIGO – Quando começa mal... – 18.02.2019 (PRL)
ARTIGO – Quando começa mal... – 18.02.2019 (PRL)
Quando lembramos do nosso sacrifício – meu e de minha mulher - nas eleições passadas, em dois turnos, ao nos deslocarmos para as nossas seções eleitorais, a fim de confirmar a esperança de um novo país, sério, justo e sem corrupção, baseados nos discursos de campanha do candidato vencedor, nossos corações começam a sangrar, assim como se nada tivesse acontecido.
Estamos sentindo que a mídia do Brasil, notadamente um grupo poderosíssimo que apoiou a ditadura militar, transformou um episódio corriqueiro de troca de ministro numa “crise” institucional que pode até abrir caminho para outros impasses no decorrer do mandato do Capitão Bolsonaro. Ora, minha gente, o presidente Donald Trump, dos Estados Unidos da América, demite de vez em quando um ministro lá nos seus domínios e nunca faz gravações de pronunciamentos para dar satisfações aos eleitores americanos. Aqui, não, o presidente teria de consultar a imprensa para decidir se manda embora ou não qualquer auxiliar.
Na nossa impressão, e não queremos ser donos da verdade, nem tampouco escrever somente para agradar, o nosso presidente errou redondamente, parecendo que perdera aquela autoridade que se fazia possuir em seus discursos durante o período eleitoral, isso que fora de primordial valor para a sua eleição, cujos seguidores se engajaram na sua promessa de peito aberto, dando-lhe razoável diferença de votos. Mas se demorasse mais quinze dias, em face das manipulações de pesquisas seria capaz de angariar uma derrota para o seu adversário, o Doutor Fernando Haddad (PT).
Inobstante a doença e as cirurgias a que fora submetido, com êxito é verdade, o nosso mandatário mor precisa começar a governar pra valer, não se sujeitando a qualquer dúvida, até por que o ministro demitido, segundo se ouviu no noticiário, mantinha a certeza de que não seria posto pra fora, isso que para nós daqui da periferia estava significando que no entender dele o Bolsonaro teria alguma mancha capaz de abreviar sua permanência no palácio. Talvez queiram imputar a ele, presidente, culpa pelas candidaturas laranja de que se utilizara o PSL, embora se saiba que essa prática nociva para cumprir a lei (obrigatoriedade de 30% de candidatas do sexo feminino) já está instalada no seio dos partidos não de agora.
Sinceramente, salvo se houver sequela dessas cirurgias, o que é bem possível, não vemos quais motivos estariam impedindo que o presidente da república exercesse sua autoridade e poder de decisão durante as vinte e quatro horas do dia, ainda mais cercado de muitos militares graduados, isso que pode nos dar a certeza de que a tropa de políticos que fez o país mergulhar nessa crise profunda da economia, da ladroagem e dos mal costumes decerto não voltará nem tão cedo.
Sobre a propalada “Reforma da Previdência”, a nosso pensar não deveria ter sido prometida durante a campanha e nem depois da posse, eis que o povo trabalhador desta terra está cansado de se sacrificar com reformas e mais reformas, assim como elevação de taxas de contribuições para o setor previdenciário, todavia os recursos são pessimamente administrados, misturando-se no caixa do governo, passando a ser utilizado por muitos ministérios.
Esse negócio de criar uma conta de poupança para cada trabalhador não é boa ideia, até por que nos lembramos do antigo GBOEx, que pagamos por mais de vinte anos, tendo os recolhimentos sido suspensos por falta do competente carnê de pagamento, causando prejuízo imenso a quem, como nós, colaborou pensando numa velhice melhor.
Todos sabemos que o problema do governo é o rombo anual no orçamento da união. Falam que não querem criar/aumentar impostos, que também foi promessa de campanha. Todavia, não há como escapar de uma contribuição provisória emergencial para cobrir o rombo, porquanto já não se suporta mais esse pagamento assombroso de juros à rede bancária.
Vejam bem, caros leitores, todo o dinheiro que o governo arrecada, mesmo que já distribuído aos ministérios, estados, etc., vai com certeza sendo aplicado por cada órgão/instituição em operações de curto prazo, rendendo a taxa SELIC, que é a taxa oficial, e mais um pequeno acréscimo, chegando no máximo a 9% ao ano. Inobstante os bancos, de posse desses recursos os empresta aos seus clientes (pessoas físicas ou jurídicas), via desconto de títulos, financiamentos, cheque especial, etc., a juros elevadíssimos, muitas vezes chegando a beirar os 300% ao ano. Um exemplo claro e rápido. Se uma pessoa aplica 1.000,00 via SELIC, receberá, no máximo, R$ 90,00 no ano; mas se essa mesma pessoa, ao contrário, tomasse emprestada essa quantia de mil reais poderia estar onerada em três vezes esse valor, ou seja, R$ 3.000,00, passando a dívida para R$ 4.000,00. O pior de tudo é que fica governo ganhando/pagando juros pra ele mesmo. No dia em que essas transações forem proibidas, coisa difícil porque a rede bancária não deixaria, a inflação tenderia a despencar ainda mais.
Nós nos ariscaríamos dizer que o mais certo seria abandonar essa reforma, da qual sabemos muito pouco, salvo na questão das idades (homem/mulher). Em seu lugar e rapidamente seriam tomadas as seguintes providências: a) – cobrar com firmeza dos devedores o que de direito; b) – colocar na dívida ativa com a união o nome das empresas e pertinentes sócios/diretores, impedindo-os de figurar em negócios com os governos municipal, estadual e federal e de abrir novas empresas; c) – vender esses créditos bilionários a firmas nacionais e ou estrangeiras especializadas em cobrança, mediante um ágio compensador; d) – acabar com regalias na concessão de aposentadorias, deixando de fora apenas os que são portadores de invalidez permanente; e) – abolir, de uma vez por todas, o acúmulo de aposentadorias, pensões e empregos, de sorte que ninguém receba, realmente, acima do máximo permitido pela lei; f) – criar uma taxação extra de até 20% dos proventos, escalonadamente, para os que recebem do governo e em qualquer empresa, em todos os níveis, cargos e funções, mesmo políticas, deixando-se de fora todo aquele que ganhasse até R$ 5 mil reais, Esse numerário sim seria depositado em conta única, proibida de ser movimentada, salvo pelo Banco Central, que seria o depositário, para ir cobrindo os rombos, isso até que a economia reagisse e não mais se necessitasse dessa medida extrema.
Do que necessitamos, realmente, é uma reforma da imprevidência!
Ficamos por aqui.
Nosso abraço.
Foto: INTERNET/GOOGLE