Dever de casa
Garantem os estudiosos que com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, modificou-se o “alinhamento político” no mundo. Por um lado, estabeleceu-se a ONU, destinada à “construção de uma cooperação global nos estados capitalistas e para evitar novos conflitos armados”; e por outro, fortaleceu-se a URSS, “principal representante do modelo de socialismo real, que disputava terreno com as políticas capitalistas”.
Surge, então, a partir daí o que se convencionou chamar de “guerra fria”, com o protagonismo dos EUA e da URSS e que durou até o início da década de 1990, quando foi derrubado o Muro de Berlim (1989). Polaridade que teve fim com “a crise do socialismo real, erguendo-se sobre os seus destroços uma recuperação neoliberal” travestida por um discurso social.
Segundo tais estudiosos, a um Estado liberal, que não deve mais ser visto como promotor ou defensor de políticas sociais, cabe “salvar as empresas, repassar os lucros, abrir a porta para o investimento em serviços que estavam na mão do próprio Estado e alterar o formato da sua administração”. Foi o que se viu a partir do governo FHC e do próprio Lula, que assimilou sem maiores reservas a chegada declarada do neoliberalismo.
Como pouca coisa ou nada mudou até agora, temos como decorrência a febre dos nossos governantes atuais pela privatização, ou seja, “transferir ao setor privado uma atividade até então afeta ao setor público”, esquecendo-se de que há setores estratégicos que jamais deveriam ser privatizados.
Entendemos que tais conhecimentos e seus aprofundamentos devem ser compartilhados por nossos governadores e pelo mandatário maior da República, deixando de ser um monopólio de economistas notáveis aos quais parecem recorrer apenas aqueles com a obrigatoriedade de apresentação de tese para Mestrado em alguma coisa.
Rio, 05/02/2019