Imparcialidade em tempos de cólera: como os principais jornais digitais do maranhão se posicionam em frente aos governos vigentes
É de se notar que muitos já se apercebem das grandes diferenças de acompanhamento jornalístico politico dos meios de comunicação, principalmente os da internet, quando os governos mudam do poder. É notório salientar que a máxima de imparcialidade jornalística fora questionada por muitos, e isso é bastante discutido pelos graduandos na área. Isso é bem claro, quando se faz uma pesquisa rápida para se perceber tal fenômeno. Um exemplo claro, que aqui faço uma breve e irrisória pesquisa é quando no buscador dos sites Jornal Pequeno e O Estado do Maranhão, quando se coloca o nome Flávio Dino, então governador e reeleito no Maranhão, as noticias que nos são apresentadas, tem enfática diferença de abordagem.
Vamos para uma rápida apresentação de alguns dados qualitativos. Primeiro se pontua que as noticias levadas em consideração para esta produção, foram de espaços curtos de tempo e somente a primeira página do buscador fora analisado, deixando para uma análise mais profunda para um futuro em uma formação quem sabe de um pré-projeto de pesquisa. No site de O Estado do Maranhão, quando se digita o nome do então governador Flávio Dino, sem a utilização de filtragem de noticias, aparecem de forma cronológica de tempo, algumas noticias e textos de blogs que referiam o então governador. Do começo ao fim, com uma rápida passada por entre a filtragem feita pelo site, em uma totalidade, todas as noticias, editoriais e opiniões ali expressas são de cunho negativo.
Diferentemente do Jornal Pequeno, a primeira página de amostragem, deixa claro o fator de apontar o lado positivo do então governador. Seja elas por meio de noticias que demonstrem a finalização e ou inicialização de obras a serem executados pelo governo. Do outro lado, o O Estado faz um apontamento negativo de todas as ações do governo, destacando apenas um possível lado negativo das ações.
Quando se analisa também alguns aspectos semióticos, como as imagens que acompanham essas reportagens, editorias ou opiniões, revelam e muito o quão parcial esses jornais o são. Possivelmente muitos podem dizer que as imagens são meras estratégias para se alinharem a noticia dada, e de fato o é, todavia, não somente a isso. O O Estado quando utiliza imagens para retratar sua noticia veiculada no site, já que a maioria é de cunho negativo, as imagens que o acompanham também o são, mostrando o rosto do então governador de forma triste ou pego de alguma forma desprevenida em uma foto. Diferente do Jornal Pequeno, que já que comporta em sua maioria de noticias positivas, também aliam a imagens do governador de forma alegre e positiva.
No que concerne todas essas demonstrações de apresso ou não aos governos vigentes, não se pode deixar de reiterar que o jornal O Estado do Maranhão faz parte do Grupo Mirante, que tem como principais acionistas a família Sarney que por décadas governou o estado. Nesse sentido não fica muito difícil de tentar entender o porquê desse tipo de acompanhamento negativo do então governador reeleito por parte do jornal. Já em relação ao Jornal Pequeno, é notório que o jornal tem certo apresso ao então governador, que por muito tempo alimentou o jornal com alguns artigos de opinião, principalmente contra a família Sarney. É difícil falar em imparcialidade quando se vê dentre dessa construção. Por isso, é mais que necessário que se busque mais de uma fonte para que se tenha certo entendimento em alguns pontos sociais que vivemos em sociedade e que nos dizem respeito, sejam elas relacionadas a questões regionais ou nacionais.
Os meios de comunicação são de suma importância para se observar as construções identitárias sociais. Esses meios de comunicação jornalística e principalmente os em massa tem ajudado a questionar certas naturalizações sociais, como pensar que o jornalismo é ou tem que ser imparcial. Sabemos que devemos defender esse meio para que ele continue a auxiliar na desconstrução social que ajuda no crescimento das pessoas. Os apontamentos aqui feitos foram irrisórios como já destacado inicialmente. Sendo assim, as análises podem ser ainda mais profundas e aqui se encontra apenas um pequeno inicio para àqueles que pretendem estudar o tema proposto.