Quem deveríamos reformar
A condição de leigos nos deixa em situação de certo conforto. Porque nossas avaliações não precisam ter a obrigação de estar corretas.
Por isso sustentamos aqui que a reforma mais importante no momento seria a Política, embora só se fale na Previdenciária. Pelo número de injunções de diversos setores a que está submetida, a Reforma da Previdência parece ser a solução possível para todos os problemas brasileiros. Simplesmente porque as autoridades temem que o número de aposentados, com o que recebem hoje, possa tornar inviável a situação econômica do país num futuro próximo.
O dinheiro é sempre o mais importante em qualquer circunstância. Mas nem sempre, ou quase nunca, tem a capacidade de dotar as instituições de um nível maior de estruturação ou fecundidade moral. Porque as instituições são definidas, concebidas e materializadas por homens. Cuja formação moral ou espiritual o dinheiro nem sempre, ou quase nuca, tem a capacidade de aperfeiçoar.
Assim, seria antes recomendável o investimento na depuração moral dos indivíduos com condição de interferir com os destinos de milhares de outros indivíduos. Para depois cuidar-se com mais acuidade dos aspectos puramente materiais atrelados às finanças da nação.
Com a extinção in totum do foro privilegiado, da imunidade parlamentar, do voto obrigatório, de todo tipo de mordomias e vantagens inerentes aos mandatos parlamentares e às categorias do Judiciário, e com a consequente aproximação desses agentes do serviço público do cidadão comum, a Reforma Política poderia redundar na reconstrução de um novo tipo de autoridade, capaz de se voltar de modo mais resoluto para os interesses da coletividade e não para as exigências da realização pessoal.
Rio, 07/01/2019