TRÓTSKI (07) – CONTRATO DE MÍDIA
Série Netflix.
A cena se desloca para o quarto onde Trótski está morando. Ele está lavando a sua roupa, num ambiente apertado e pestilento. A primeira pessoa que tentou falar com ele, no café onde discursou, se aproxima. Bate na porta.
- T. Sim?
- PP – Boa tarde. Permita que me apresente. Alexander Parvus.
- T. Sei quem você é.
- A. E o que sabe sobre mim?
- T. Que ganha dinheiro com tudo. Até mesmo com a revolução. Ou seja, é um oportunista.
- A. Eu vim parabeniza-lo por um discurso brilhante que, infelizmente, não muda nada. Você é um grande orador, um grande publicitário... sem dúvida você tem o que é preciso para liderar. Por isso vim oferecer ajuda.
- T. Obrigado, mas não preciso.
- A. Acha que é melhor ficar aqui? Sejamos sinceros, Plekhanov e Lenin são grandes homens, líderes experientes, mas nada acontece.
- T. E daí?
- A. Precisamos de um novo líder. E temos um. Um homem que pode inflamar corações, para seguir não apenas em cafés, mas na guerra, se preciso. Você é esse líder, Leon!
- T. Ninguém me conhece.
- A. É só um detalhe. Torna-lo famoso é meu trabalho. Eu criei Maxim Gorky (Escritor russo). Ele é famoso em toda a Europa.
- T. Ele é escritor. Não preciso dessa fama toda.
- A. Precisa, sim. Vamos analisar de outro ângulo. Imagine uma atriz. Se ela é desconhecida, ninguém se interessa por ela, mas quando ela fica famosa, o mundo cai aos seus pés. Dinheiro, joias, e, até mesmo, reinos. Sim. Temos precedentes. O líder de uma revolução é assim. Precisa chamar a atenção do público. Controlá-lo. Parece com... sexo. Não! É sexo!
- T. Digamos que eu concorde. O que você ganha com isso?
- A. Dinheiro. Irei transformá-lo no maior revolucionário do seu tempo. Farei dinheiro usando seu nome. Viu? Não escondo isso. Eu não faço caridade. Sou um homem de negócios.
- T. Eu aceito. Quando começamos?
Observamos aqui a aproximação da mídia no sentido da construção e apresentação ao público, à opinião pública, como um produto, a personalidade Trótski, necessário às reivindicações que cada um faz da vida em sociedade. No caso de Trótski, a proposta publicitária é de adequar melhor o produto que já existe em forma bruta, para que seja mais palatável ao público. No caso das eleições atuais, no Brasil e no mundo, observamos uma procura pelos publicitários para que eles construam uma personalidade que não existe, que use seus “fogos de artifício” para encantar os eleitores que nem mesmo imaginam o que existe de realidade por trás de tudo isso. Este é um trabalho que devemos ter enquanto eleitores, saber separar o joio do trigo das publicidades em torno de algum candidato, das mentiras que são colocadas como enfeite para desviar da verdade.
Série Netflix.
A cena se desloca para o quarto onde Trótski está morando. Ele está lavando a sua roupa, num ambiente apertado e pestilento. A primeira pessoa que tentou falar com ele, no café onde discursou, se aproxima. Bate na porta.
- T. Sim?
- PP – Boa tarde. Permita que me apresente. Alexander Parvus.
- T. Sei quem você é.
- A. E o que sabe sobre mim?
- T. Que ganha dinheiro com tudo. Até mesmo com a revolução. Ou seja, é um oportunista.
- A. Eu vim parabeniza-lo por um discurso brilhante que, infelizmente, não muda nada. Você é um grande orador, um grande publicitário... sem dúvida você tem o que é preciso para liderar. Por isso vim oferecer ajuda.
- T. Obrigado, mas não preciso.
- A. Acha que é melhor ficar aqui? Sejamos sinceros, Plekhanov e Lenin são grandes homens, líderes experientes, mas nada acontece.
- T. E daí?
- A. Precisamos de um novo líder. E temos um. Um homem que pode inflamar corações, para seguir não apenas em cafés, mas na guerra, se preciso. Você é esse líder, Leon!
- T. Ninguém me conhece.
- A. É só um detalhe. Torna-lo famoso é meu trabalho. Eu criei Maxim Gorky (Escritor russo). Ele é famoso em toda a Europa.
- T. Ele é escritor. Não preciso dessa fama toda.
- A. Precisa, sim. Vamos analisar de outro ângulo. Imagine uma atriz. Se ela é desconhecida, ninguém se interessa por ela, mas quando ela fica famosa, o mundo cai aos seus pés. Dinheiro, joias, e, até mesmo, reinos. Sim. Temos precedentes. O líder de uma revolução é assim. Precisa chamar a atenção do público. Controlá-lo. Parece com... sexo. Não! É sexo!
- T. Digamos que eu concorde. O que você ganha com isso?
- A. Dinheiro. Irei transformá-lo no maior revolucionário do seu tempo. Farei dinheiro usando seu nome. Viu? Não escondo isso. Eu não faço caridade. Sou um homem de negócios.
- T. Eu aceito. Quando começamos?
Observamos aqui a aproximação da mídia no sentido da construção e apresentação ao público, à opinião pública, como um produto, a personalidade Trótski, necessário às reivindicações que cada um faz da vida em sociedade. No caso de Trótski, a proposta publicitária é de adequar melhor o produto que já existe em forma bruta, para que seja mais palatável ao público. No caso das eleições atuais, no Brasil e no mundo, observamos uma procura pelos publicitários para que eles construam uma personalidade que não existe, que use seus “fogos de artifício” para encantar os eleitores que nem mesmo imaginam o que existe de realidade por trás de tudo isso. Este é um trabalho que devemos ter enquanto eleitores, saber separar o joio do trigo das publicidades em torno de algum candidato, das mentiras que são colocadas como enfeite para desviar da verdade.