Um péssimo exemplo
O que fizeram de nosso Brasil? Não faz muitos anos vivíamos tempos de paz e as contendas mais acaloradas entre as pessoas ficava por conta das paixões dos campos de futebol.
Agora tudo parece ter mudado. Das eleições de 2010 de pra cá vimos sentindo um grande esfriamento nas relações pessoais e o resultado disso é a constatação de que o ódio reina entre nós e cria conflitos, mesmo depois de passadas as eleições.
A mudança foi para pior, sem dúvida, motivada talvez pelo desejo de imposição de uma corrente política sobre a outra. Seja o que for, é preciso dar um “basta!”. A situação chegou a um limite a partir do qual viveremos apenas o caos e a nossa própria falência como seres pensantes e capazes de promover o entendimento e a paz social.
Mas, o que fazer? Num país, quando as coisas não vão bem, a esperança é de que as suas instituições sejam fortes o bastante para enfrentar e mudar o rumo das coisas. Neste particular, os poderes precisam estar afinados entre si para produzir os resultados esperados.
A coisa, contudo, fica complicada quando o mais importante deles, o que promove a justiça, a mais alta corte do país, desmerece da confiança popular. É o nosso caso. Ninguém ainda deglutiu aquele ignominioso “fatiamento” da Constituição promovido pelo presidente do STF, que permitiu à presidente impichada manter seus direitos políticos.
Somem-se a isso as sucessivas interferências no trabalho dos juízes, mandando soltar às carradas e às escâncaras bandidos já apanhados e presos, ou atrapalhando investigações sob argumentos os mais acintosos.
Não bastasse esse escárnio ao senso comum e mandando às favas a Constituição que um dia juraram respeitar, os nossos “deuses do Olimpo” agora protagonizam um episódio ainda mais funesto: o aumento dos próprios salários em cerca de 16%, algo muito além dos índices inflacionários oficiais e em confronto com os critérios da revisão anual do art. 37, X, da Constituição Federal. Uma medida absolutamente inconcebível neste momento de arrocho, que exige sacrifícios de toda a nação.
Não é ser pessimista. Mas depois dessas mazelas todas e da “cereja do bolo” que significa esse aumento dos próprios ganhos, ainda querer contar com o STF para o Brasil sair da crise é esperar muito de quem se revela inapto para tanto.