O MARTELO DAS FEITICEIRAS
Malleus Maleficarum é o título em latim de um curioso livro escrito em 1468, por dois padres dominicanos, Heinrich Kramer e Jacobus Sprenger. Em português o título é Martelo das Feiticeiras. Foi o manual usado pelos padres da Santa Inquisição para identificar pessoas suspeitas de praticarem bruxaria, satanismo, feitiçaria e outras superstições, supostamente inspiradas pelo Diabo.
Ler esse livro hoje pode nos arrancar boas risadas, face às bizarras histórias contadas por esses padres dominicanos, que se notabilizaram por mandar milhares de pessoas para a fogueira. Mas mesmo pensando que mais de cinco séculos nos separam desses fatos, é inconcebível que a própria Igreja, hoje ferrenha defensora dos direitos humanos tenha, um dia, pregado, sustentado e financiado um comportamento tão indigno, cruel e virulento como esse que o Malleus Maleficarum nos informa.
Se fosse hoje, todos os espiritistas, gnósticos, terapeutas holísticos, médiuns, babalaorichás e pais de santo seriam queimados nas fogueiras da Inquisição. Junto com eles os macumbeiros tarados, os padres pedófilos e os pastores vigaristas, fazedores de falsos milagres, que infestam a mídia eletrônica e os meios evangélicos de nossos dias. Nisso a Inquisição talvez até fizesse algum bem, mas o perigo de jogar fora a água suja com o bebê junto também seria grande.
Na Idade Média bruxaria e satanismo estavam intrinsecamente ligados à política. Pessoas poderosas eram vítimas constantes de encantamentos e bruxedos. Todo mundo tinha medo de acordar e ver um sapo com a boca costurada na sua porta; ou seu nome inscrito em meios a ossos e cabelos humanos, dispostos em mandalas, nas encruzilhadas; ou saber que seu corpo fora reproduzido num boneco de cera e espetado com alfinetes. Se isso desse certo, hoje não precisaríamos das ações da Lava a Jato para nos livrarmos dessa corja de políticos, empresários e funcionários públicos facínoras que está destruindo o país. Bastaria contratar um profissional dessas bruxarias e a coisa toda estaria resolvida. De quebra, ele poderia também fazer fazer uns bonequinhos do Marco Aurélio Mello e do Gilmar Mendes e espetar uma dúzia de alfinetes neles. Livraria o país de um grande incômodo.
Sei que no fim do ano tem gente que gosta de ir à praia pular sete ondas, se vestir de branco, etc. Outras fazem despachos para os orixás nas cachoeiras; algumas se reúnem em florestas para realizar os seus” sabats” e que tais. E também há os que irão aos suntuosos templos dos modernos feiticeiros da mídia eletrônica, para fazer seus pedidos. Os programas de TV entrevistarão os modernos Nostradamus em busca de previsões para o Ano Novo. A propósito, li no jornal de hoje que os místicos estão dizendo que 2019 será um ano favorável. Para quem eles não dizem, mas seria de bom alvitre acreditar que todos nós estamos incluídos nessas previsões. Quer creiamos ou não em todas essas modernas superstições, nada acontecerá sem muita ação, atitude e trabalho árduo. Sem misticismos nem bruxedos, desejo um Feliz Natal e um ótimo Ano Novo para todos os recantistas.
Malleus Maleficarum é o título em latim de um curioso livro escrito em 1468, por dois padres dominicanos, Heinrich Kramer e Jacobus Sprenger. Em português o título é Martelo das Feiticeiras. Foi o manual usado pelos padres da Santa Inquisição para identificar pessoas suspeitas de praticarem bruxaria, satanismo, feitiçaria e outras superstições, supostamente inspiradas pelo Diabo.
Ler esse livro hoje pode nos arrancar boas risadas, face às bizarras histórias contadas por esses padres dominicanos, que se notabilizaram por mandar milhares de pessoas para a fogueira. Mas mesmo pensando que mais de cinco séculos nos separam desses fatos, é inconcebível que a própria Igreja, hoje ferrenha defensora dos direitos humanos tenha, um dia, pregado, sustentado e financiado um comportamento tão indigno, cruel e virulento como esse que o Malleus Maleficarum nos informa.
Se fosse hoje, todos os espiritistas, gnósticos, terapeutas holísticos, médiuns, babalaorichás e pais de santo seriam queimados nas fogueiras da Inquisição. Junto com eles os macumbeiros tarados, os padres pedófilos e os pastores vigaristas, fazedores de falsos milagres, que infestam a mídia eletrônica e os meios evangélicos de nossos dias. Nisso a Inquisição talvez até fizesse algum bem, mas o perigo de jogar fora a água suja com o bebê junto também seria grande.
Na Idade Média bruxaria e satanismo estavam intrinsecamente ligados à política. Pessoas poderosas eram vítimas constantes de encantamentos e bruxedos. Todo mundo tinha medo de acordar e ver um sapo com a boca costurada na sua porta; ou seu nome inscrito em meios a ossos e cabelos humanos, dispostos em mandalas, nas encruzilhadas; ou saber que seu corpo fora reproduzido num boneco de cera e espetado com alfinetes. Se isso desse certo, hoje não precisaríamos das ações da Lava a Jato para nos livrarmos dessa corja de políticos, empresários e funcionários públicos facínoras que está destruindo o país. Bastaria contratar um profissional dessas bruxarias e a coisa toda estaria resolvida. De quebra, ele poderia também fazer fazer uns bonequinhos do Marco Aurélio Mello e do Gilmar Mendes e espetar uma dúzia de alfinetes neles. Livraria o país de um grande incômodo.
Sei que no fim do ano tem gente que gosta de ir à praia pular sete ondas, se vestir de branco, etc. Outras fazem despachos para os orixás nas cachoeiras; algumas se reúnem em florestas para realizar os seus” sabats” e que tais. E também há os que irão aos suntuosos templos dos modernos feiticeiros da mídia eletrônica, para fazer seus pedidos. Os programas de TV entrevistarão os modernos Nostradamus em busca de previsões para o Ano Novo. A propósito, li no jornal de hoje que os místicos estão dizendo que 2019 será um ano favorável. Para quem eles não dizem, mas seria de bom alvitre acreditar que todos nós estamos incluídos nessas previsões. Quer creiamos ou não em todas essas modernas superstições, nada acontecerá sem muita ação, atitude e trabalho árduo. Sem misticismos nem bruxedos, desejo um Feliz Natal e um ótimo Ano Novo para todos os recantistas.