ARTIGO – A diplomação de Bolsonaro – 11.12.2018 (PRL)
 

ARTIGO – A diplomação de Bolsonaro – 11.12.2018 (PRL)
 
Assistimos no dia de ontem a cerimônia de diplomação do presidente eleito Jair Messias Bolsonaro, assim como de seu vice, General Hamilton Mourão, nas dependências do TSE – Tribunal Superior Eleitoral, sob a presidência da Ministra Rosa Weber, presentes quase todas as maiores autoridades do país, num evento bem concorrido.

Antes de adentrar o assunto principal, gostaríamos de dizer que nos causou profunda estranheza o fato de um dos componentes da mesa haver ficado de costas para a plateia do começo ao fim da execução do Hino Nacional. Não sabemos e até desconhecemos os motivos, se faz parte do ritual ou foi uma forma de protesto dessa autoridade.

No discurso do deputado, que assumirá os destinos do país no dia primeiro de janeiro, notamos certa diferença entre a contundência como falava no decorrer das eleições e a maneira mais equilibrada de agora, embora com a mesma segurança, quando o dia “D” se aproxima, sendo uma carga muito grande de responsabilidade que carregará nos ombros, notadamente porque prometera colocar o Brasil nos trilhos, melhorar a situação dos brasileiros, combater a corrupção, cumprir a constituição, abrir melhores oportunidades de negócios e, no geral, tudo o que se esperava, dentro do figurino. Não destacou o assunto “reformas”, mas é sabido por todos que do jeito que estamos não podemos continuar, especialmente com a precariedade da saúde, da previdência, da segurança e do emprego.

Chamou-nos a atenção o discurso da Doutora Rosa Weber, pois fixado quase em sua totalidade no tema dos “direitos humanos”, lembrando e reiterando várias vezes os tratados internacionais, bem assim a obrigatoriedade de seu cumprimento, dando-nos a entender que ali estaria presente um recado aos militares, talvez com receio de alguma intervenção desses brasileiros, que são obrigados a assegurar a lei e a ordem quando esses bens forem esquecidos pelos mandatários de plantão.

De certo modo, acreditamos que a ministra ao discorrer sobre esses direitos tão essenciais, fizera uma crítica a seu companheiro de STF, Ricardo Lewandowski naquele episódio em que exerceu sua autoridade em excesso ao mandar prender um passageiro do avião em que viajava, em face de haver demonstrado sua insatisfação com o desempenho dessa Corte Suprema.

Pode ter deixado também a impressão de ser favorável à soltura do ex-presidente Lula, preso desde abril deste ano nas dependências da Polícia Federal em Curitiba, salientando-se que ainda remanescem vários processos em que é réu na esfera federal, agora sem a presença do Doutor Sérgio Moro, deslocado que fora para o Ministério da Justiça.

Vale ressaltar que não se devem esperar milagres por parte do novo presidente, apesar de ter o “messias” no nome. Nós não conseguimos entender, de maneira alguma, pelo pouco conhecimento que temos de economia e finanças, como sair dum buraco enorme em que o país se encontra sem criação e/ou elevação de impostos e contribuições, mesmo que por pouco tempo, em caráter excepcional. A simples emissão de dinheiro pela casa da moeda não seria remédio como muitos pensam, eis que a nossa inflação dispararia para patamares inaceitáveis. O grande problema deste país é que o que é provisório tem duração ilimitada, fica para o resto da vida.
 
Nosso abraço.
 
Silva Gusmão
Foto: INTERNET/GOOGLE - Gazeta do Povo.
ansilgus
Enviado por ansilgus em 11/12/2018
Reeditado em 11/12/2018
Código do texto: T6524398
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