RESENHA CRÍTICA: A felicidade como fundamento teórico do desenvolvimento em um Estado Social.

GABARDO, Emerson. A felicidade como fundamento teórico do desenvolvimento em um Estado Social. Faculdade de Direito de Ribeirão Preto – FDRP. Dezembro de 2017.

No decorrer da introdução do artigo, o autor deixa claro que a criação de um Estado de Bem-Estar Social não pode ser feito de qualquer maneira, ele deve ser concebido aos moldes republicanos, trazendo os princípios da igualdade, liberdade e fraternidade, onde o Estado promove o desenvolvimento e a subsidiariedade para a coletividade.

Para solucionar a problemática, o autor diz que é necessário criar medidas intervencionistas por parte do Estado, com o objetivo de trazer a evolução científica, políticas públicas, educação, garantias, saneamento básico, esporte, lazer, entretenimento e criação de mais empregos, típico programa governamental da ideologia keynesiana adotada em países onde rege a socialdemocracia.

São elencados cinco fundamentos primordiais da liberdade: liberdades políticas, as facilidades econômicas, as oportunidades sociais, as garantias de transparência e a segurança protetora. Percebe-se que o fundamento teórico da pesquisa apenas se preocupa com valores abstratos como “oportunidades” e “igualdade social”, a verdadeira intenção é criar um Estado paternalista, onde o povo é forçado a retirar o dinheiro do seu bolso para pagar impostos extorsivos e manter o funcionamento da máquina pública, que aumenta os seus gastos cotidianamente.

Há uma falsa interpretação no texto em relação às classes menos favorecidas, de que o liberalismo considera os pobres em seu sistema de concorrência como “imorais, alcoólatras, corrompidos ou no mínimo preguiçosos”, essa definição é errônea, o capitalismo mede a competência das pessoas de acordo com a sua eficiência produtiva e competência profissional, as pessoas que possuem uma formação profissional inferior, logicamente receberão uma retribuição menor.

É fantasioso acreditar que o Estado adotaria um papel de neutralidade, onde ajudaria qualquer pessoa independente da classe social, raça, religião, ideologia política e profissão, assim os subsídios estatais atenderiam ao princípio da isonomia, todavia, em governos totalitários compostos por um Estado inchado, como por exemplo, o governo da URSS e outros países nacionalistas, criaram sistema de corrupção e desvios de verbas através do aparelhamento estatal, cito como referência a Nomenklatura soviética, onde os burocratas ganhavam privilégios, vagas em universidades, vinhos, viagens internacionais, convites de restaurantes grã-finos e frequentavam os melhores cinemas russos, e a população vivia na miséria.

Pelo visto, nem a União Europeia consegue ser aceita como um projeto de subsidiariedade corporativo, porque não alcança a definição de centralização comunitária, o autor favorece quesitos mais protecionistas, políticas padronizadas, solidariedade e erradicação da pobreza, o que é totalmente oposto ao capitalismo, onde enaltece a genialidade, inovação, empreendedorismo, liberdade pessoal e riqueza, o último recurso é distribuído pela criação de mais empregos, assim é mais fácil de dinamizar a liquidez do mercado e proteger a função operativa da propriedade privada.

Ressalta-se o comprometimento de fazer as obrigações da Agenda 21 da ONU, órgão globalista, o documento estabeleceu diretrizes transnacionais sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento sustentável, a primeira etapa consiste em integrar os conceitos de desenvolvimento, bem-estar social e qualidade de vida, a segunda etapa tem como objetivo a distribuição da riqueza para as gerações presentes e as futuras e a terceira etapa promove o uso racional dos recursos naturais. A falsa dicotomia do projeto é fornecer uma participação mais ativa para os povos ao invés dos representantes, mas todos nós sabemos que os magnatas e filantropos globalistas governam o mundo, a Fundação Rockfeller, Fundação Ford, Comissão Trilateral, Clube de Roma, Clube Bilderberg e a Fundação Clinton são os principais investidores dessa Agenda.

O fator do capital é apontado, embora o Brasil seja uma grande fonte de recursos minerais, um grande exportador no mercado mundial e um dos maiores produtores de carnes e mantimentos agrícolas, temos uma arrecadação precária, beirando à desigualdade social em larga escala, contudo, o autor acaba entrando em contradição, mesmo que ele queira criar um Estado forte, coletivista e que seja capaz de manipular as massas a executar funções cooperativistas em prol de um bem maior – algo muito comum em ditaduras –, a intenção continua sendo a mesma, quanto maior for o Estado maior será a corrupção e a desigualdade, porque os burocratas do governo não conhecem a realidade do país, o funcionalismo público abusa do erário e dos anseios populares.

Como dizia o economista Milton Friedman, membro da Escola de Chicago, “o indivíduo com pouca capacidade reprodutiva entra na política, ele busca interesses individuais ao invés do interesse coletivo”, o poder hegemônico corrompe o homem, até mesmo oligarquias e reinados absolutistas, é necessário criar um Estado cada vez menor para assegurar a plena liberdade do ser, a sua liberdade espontânea, criatividade, defesa da família, propriedade privada, dogmas religiosos e costumes, a liberal-democracia corroeu o homem e transformou as relações sociais em mecanismos de troca de favores, traições, ganância, degeneração sexual e a disputa exacerbada pelo poder, seja através da força ou da manipulação pela engenharia social, vivemos em tempos puramente materialistas.

Temos a dignidade da pessoa humana como um princípio orientador das normas, nenhuma lei positivada pode ferir o ser humano, porque são invioláveis e garante a autonomia da sociedade, esse conceito possibilita que os seres tenham liberdade para configurar suas vidas, lutar contra a coação, embustes e a ignorância; Canotilho elenca a dignidade como uma das bases republicanas em nosso Estado Democrático de Direito, todavia, isso não abrange apenas o aspecto do espírito libertador, a dignidade humana absorve o aspecto moral, segundo a filosofia de Kant, onde uma pessoa deve respeitar a outra, tendo em vista o tratamento social.

A reciprocidade material entre os indivíduos é um dos objetivos da ONU, tendo em vista a constituição de uma paz universal, a convivência harmônica entre pessoas que compartilham crenças diferentes e o uso igualitário dos recursos para cada homem, em nossa realidade isso é impossível, o multiculturalismo é uma política de amizade forçada, o maior exemplo disso é a crise de imigrantes nos EUA e nos países ocidentais da Europa, encontramos notícias e artigos evidenciando a infiltração de traficantes, estupradores e muçulmanos radicais, a verdadeira intenção do multiculturalismo é destruir a Civilização Cristã Ocidental, acabar com a influência da Igreja Católica, sabotar as nossas instituições de ensino e substituir a nossa cultura greco-romana-judaico-cristã pelo relativismo cultural, onde não existe “pior” e nem “melhor”, não existe um critério avaliativo.

De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito e fraternidade”. A premissa para os olhos dos leigos parece interessante, mas é um engodo, a cúpula da ONU é formada majoritariamente por membros progressistas, eles apoiam a secularização dos países europeus e latino-americanos, mas negam a existência da desigualdade social e repressão da razão e consciência em ditaduras comunistas na África, Ásia e Caribe, negam a violação da dignidade das mulheres nos países governados pela Sharia Islâmica, e fazem de tudo para atacar a oposição conservadora.

Chega a ser irônico ver os Direitos Humanos fazendo contrapontos aos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial, como citei anteriormente, a ONU é totalmente negligente em relação à violação de direitos humanos nos países eurasianos (composto pelo bloco Russo-Chinês), teocracias islâmicas no Oriente-Médio e os resquícios do totalitarismo comunista nos países subdesenvolvidos.

A idealização do salário mínimo é definida como um dos primórdios dos direitos humanos no Brasil, de acordo com a lei o piso salarial destina-se: “capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social”. Há um ditado bíblico que diz que o homem não vive apenas do pão, sendo necessário o lazer, educação, leitura e solidariedade, contudo, no quesito econômico o salário mínimo tem os seus defeitos, o Chefe do estabelecimento comercial tem dificuldades para pagar o salário pré-determinado pela lei, pois a fixação de taxas, preços e valores atrapalha a liquidez do mercado, tendo um alto risco de gerar hiperinflação, infelizmente o Chefe não consegue subtrair essa quantia todo o mês, e o Estado empresta um investimento aos empreendedores pela expansão de créditos (impressão da moeda), o que é algo negativo e agrava a economia nacional, o meio mais racional de aplicar o salário dos trabalhadores encontra-se na eficiência e produtividade dos mesmos, o salário é condizente com a qualidade do trabalho.

Há pontos positivos no texto, citando a liberdade de identidade, igualdade jurídica, limites da intervenção estatal, o respeito à integridade corporal do homem e a proteção social do Estado, dessa forma o Estado não toma o controle da população, não viola o livre-arbítrio e o uso do corpo e propõe o direito de defesa e assistência jurídica aos cidadãos, em uma ditadura (independente do viés ideológico) o Estado dominaria os meios de comunicação de radiodifusão, aplicaria a tortura, pena de morte e trabalho forçado de forma sistemática, e o poder Judiciário sofreria a infiltração de sociólogos, antropólogos, políticos e ideólogos, todavia, tivemos esse problema no Brasil durante a gestão PSDB-PT, ambos partidos introduziram a agenda progressista no Brasil por meio do Pacto de Princeton, venderam a nossa soberania nacional para os órgãos transnacionais tais como o Foro de São Paulo e o Diálogo Interamericano.

Após a dignidade da pessoa humana, encontramos a felicidade com um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito, nele as relações interindividuais são enaltecidas e defendidas, pois o homem é sociável por sua natureza, dificilmente consegue se rebelar contra ela ou fugir da realidade, porque o homem que vive em plena solidão é considerado como um selvagem, o quesito da sociabilidade foi difundido pelo filósofo grego Aristóteles.

Para a felicidade ser conquistada será necessária à participação ativa do legislador, essa virtude depende da luta acirrada dos políticos e movimentos sociais, os representantes da nação devem proporcionar a liberdade para maior quantidade de indivíduos possível, obedecendo aos interesses e anseios da pátria e cumprir com as promessas; a felicidade não é compreendida como um conceito teológico e utilitarista, mas sim no aproveitamento útil e pelo bem posicional, a subjetividade interna do ser humano é mais importante do que os bens materiais dos indivíduos.

O antagonismo de classes entre o rico e o pobre difundido no texto, é bem semelhante com a dialética marxista da história, a pobreza não é algo eterno e trata-se de um estágio transitório, e a pobreza não se resume apenas pelo aspecto material, existe o lado espiritual da riqueza e da pobreza, um dos maiores vícios da modernidade em relação à miséria humana encontra-se na laicidade do Estado e a supremacia dos animais sobre os humanos, além disto, temos uma cultura que não impõe limites, o trabalho é mais importante do que a convívio familiar e relacional, a educação é integralmente formada para o mercado de trabalho e não para o conhecimento, há um grande índice de suicídio entre os jovens e o entretenimento não goza de originalidade e temas que incitam a inspiração.

Contudo, não é legítimo ferir a “sociedade de consumo” por este erro, o consumo é a consequência de um mercado estável onde a demanda tem sua correspondência pela oferta, os verdadeiros males do século XXI possuem raízes bem antigas, o pensamento agnóstico introduzido pelo Iluminismo que descartou a concepção da vida eterna católica, a secularização das escolas, cemitérios e universidades feita pela Maçonaria e associações ateias, a ideologia niilista infestando o meio artístico e acadêmico, a rebeldia e vandalismo impetrado por ideologias revolucionárias como o comunismo e o anarquismo, por fim temos a maior ameaça da nossa atualidade, o infame Marxismo Cultural criado pelos intelectuais da Escola de Frankfurt, Max Horkheimer, Theodor Adorno, Herbert Marcuse e Walter Benjamin.

E o próprio artigo cita o intelectual socialista Herbert Marcuse (coincidência?), propôs a conceituação do Estado Social como o promovedor da vida pacífica, e a felicidade deve ser alcançada individualmente sem a interferência estatal, portanto, ele nega claramente a existência de uma moral objetiva, ou seja, uma verdade-absoluta, dessa forma não é necessário criar um dever-ser normativo, pois existe o “pluralismo ético” na sociedade contemporânea, ou seja, mais uma vez encontramos uma apologia ao relativismo moral.

Se não existe uma verdade-absoluta, quem garante que essa premissa é absoluta? Chega a ser contraditório a retórica relativista, se o mundo é composto pela ausência da verdade então vivemos em uma mentira, utopia da mentalidade humana; como o Brasil carrega um grande passado com a história e a cultura luso-brasileira, portanto, o Brasil tem a obrigação de adotar a Civilização Ocidental Cristã em nosso ordenamento moral, social, jurídico e educacional, isso não significa que iremos ferir a liberdade e felicidade do próximo, principalmente no campo o religioso. Durante a época do Império a tolerância religiosa era respeitada, naquele período eram permitidos os cultos domésticos.

Entretanto, Ronald Dworkin aborda a existência de um ceticismo moral objetivo, em relação a aplicação das leis de forma positivista, sem a fusão de valores axiológicos, psicológicos, interesses subjetivos, econômicos e sem qualquer perspectivas particulares ou de outra ciência.

A respeito da seguinte informação: “uma renda média de cerca de US$ 26 mil anuais por habitante nos países ricos (América do Norte, União Europeia, Oceania e Japão — onde vivem cerca de 900 milhões de indivíduos). Já no resto do planeta (Ásia, África, América Latina e Leste Europeu — onde vivem cerca de 5,1 bilhões de pessoas) a renda per capita não passa dos US$ 3,5 mil ao ano. Isso significa que o nível de desigualdade entre os países do mundo é maior do que a desigualdade de renda existente dentro de qualquer país do planeta”. Vale lembrar que os países asiáticos dominados pelo comunismo como a China, Coréia do Norte, Vietnã e Mongólia, sofriam essas consequências negativas na economia por culpa da ideologia marxista adotada, não pela interferência das nações estrangeiras ocidentais, essa narrativa é muito utilizada para difundir o mito do Imperialismo Americano, o Leste Europeu, África e América Latina passaram pelo mesmo problema quando foram corrompidos pelas guerrilhas, movimentos de libertação nacional e pela infiltração gramsciana no setor educacional.

Essa ideia de criar um Estado distributivista, fortalecido por uma política de honestidade e transparência não funciona na prática, a honestidade é substituída pelo conchavo, pela troca de interesses entre os políticos e os cidadãos, a transparência é substituída pela manipulação de dados, pela compra de emissoras de rádio, canais de televisão, celebridades e sites tendenciosos que não estão interessados em compartilhar informações verídicas, estão mais interessados em seus cargos e pela conservação do poder, cito como referência os governos socialistas da Angola e da África do Sul, eles recebem grandes doações caridosas de organizações globais, todavia, o dinheiro não é colocado na mão do povo, ele cai direto na mão dos burocratas, a melhor forma de acabar com essa tirania é por meio de uma Guerra-Justa ou por uma intervenção pacificadora feita por potências ocidentais.

Concordo com o fato de que o Direito não deve ser apenas um instrumento positivista, isso é uma visão parcial da matéria, o Direito tem dimensões mais abrangentes como o fato, valor e a norma, ele é um organismo vivo que sempre está recebendo atualizações, todavia, o povo não pode vender a soberania nacional para os interesses estrangeiros, os maiores propiciadores dos movimentos feminista, gay, raciais e apoiadores da legalização das drogas são burgueses que fazem parte do globalismo, George Soros e a Fundação Bill e Melinda Gates aprovam esse antagonismo de classes e etnias em prol de interesses políticos, eles não respeitam a nossa soberania nacional e a democracia foi feita para aprovar os interesses da maioria e não da minoria.

E a suposta intolerância religiosa citada no texto não passa de uma farsa, ela não foi pregada pelo árbitro de um poder absoluto, o Rei Fernando o Católico e o Papa Sisto IV atenderam aos interesses do povo espanhol, os espanhóis eram pessoas extremamente religiosas, o Deus católico fazia parte da vida do povo europeu em seu cotidiano, trabalho, lazer e cultura, a Inquisição Espanhola contou com o apoio popular e foi destinada a combater a heresia dos cátaros, uma seita herética, os cátaros queriam criar um mundo perfeito, sem o casamento e menosprezavam a importância do sexo feminino, portanto, a Igreja Católica combateu os cátaros e preservou a autenticidade do evangelho sagrado.

O intermédio do Estado nas relações sociais e econômicas é notável, principalmente nesta sentença: “priorização do interesse público com supremacia sobre o privado. Afinal, num país desenvolvido o interesse público tenderá a identificar-se consigo mesmo, além de adquirir sua essência a partir de um duplo grau de fundamentação: dignidade (condição necessária ou grau satisfatório) e felicidade (condição satisfatória ou grau ótimo)”. Parece que o autor esqueceu que maior parte das ditaduras consolidadas na História não foi feitas por interesses privados, mas por ideologias coletivistas que estabeleceram governos colossais, o Império Romano é um exemplo clássico, o Nazismo foi um exemplo notável do século XX, o qual Adolf Hitler criou uma ideologia racista, acabou com o direito da herança, regulamentou a propriedade privada, perseguiu religiões, criou normas de censura e campos de extermínio, portanto, o interesse privado deve prevalecer sobre o público.

Bem que a teoria da Felicidade tentou criar um equilíbrio entre o capitalismo e o socialismo, procurando uma alternativa neutra que viabilize o capital e evite uma ditadura aos moldes stalinista, no entanto, o ideal econômico em que o Estado é um grande interventor é o popular corporativismo, onde o Estado obriga a participação dos cidadãos na criação de uma prosperidade eterna e universal, ao contrário do capitalismo que não obriga ninguém a fazer nada, porque a participação é voluntária e a propriedade privada não é controlada por diretrizes estatais e decretos, o capitalismo não gera a desigualdade, o capitalismo não concentra a renda, o capitalismo não escraviza a mão de obra, o capitalismo propicia o desenvolvimento econômico sem o acompanhamento do Estado, a meta principal é simples, a lei básica do capitalismo é a propriedade privada.

A economia corporativa foi adotada em regimes fascistas e comunistas, muito comum nos governos de Getúlio Vargas, Benito Mussolini, Adolf Hitler, Salazar, Francisco Franco, HiroHito e Juan Doming Perón, quando os Aliados derrotaram os fascistas na Segunda Guerra Mundial a URSS obteve acesso aos textos de Teoria Econômica e Administrativas da Escola Austríaca, após estudarem esses textos minuciosamente, eles compreenderam que jamais conseguiriam estatizar todos os meios de produção, pois a economia ficaria congestionada e teria uma inflação crônica, principalmente não existiria o cálculo econômico das mercadorias, os comunistas entenderam que o mínimo que poderiam fazer era criar regulações dos preços e da propriedade privada, em tese eles copiaram o modelo econômico dos fascistas.

Para fundamentar a crítica abordada neste texto, foram utilizados fragmentos da obra “O Estado Corporativo” escrito pelo próprio fascista Benito Mussolini, o texto foi publicado oficialmente em 1938: “Quando a onda capitalista deixa de ser um fato econômico? Quando a sua própria grandeza faz com que ela seja um fato social. É justamente este o momento em que a onda capitalista, achando-se em dificuldades, atira-se nos braços do Estado; é o momento em que se torna cada vez mais necessária a intervenção do Estado” (MUSSOLINI, Benito).

“Agora sempre que o Governo deve tomar medidas de certa importância, consulta os interessados. Se amanhã esta consulta se tornar obrigatória, para determinadas questões, não vejo nisso mal nenhum, porque tudo o que aproxima o cidadão ao Estado, tudo o que faz entrar o cidadão dentro da engrenagem do Estado, é útil aos fins sociais e nacionais do Fascismo” (MUSSOLINI, Benito).

Na citação anterior, percebemos que o cidadão era considerado como uma engrenagem dentro de um sistema político, uma visão do mundo completamente coletivista, pois o fascismo valorizava a classe trabalhadora e o Estado era o Pai e o tutor dessa classe, ele tem o dever de criar mais direitos trabalhistas, combater a opressão do empregador no mercado, fixar impostos e obrigações tributárias, a economia fascista era um “capitalismo de Estado”.

Na seguinte sentença, Mussolini diz que a sua ideologia é exclusiva do povo italiano, o pluripartidarismo foi suprimido pelo fascismo, a ideologia fascista funciona como a espinha dorsal da Itália, reunindo valores trabalhistas, sociais, culturais e econômicas em apenas uma ideia: “Um partido único, que permita a ação da disciplina politica juntamente com a ação da disciplina econômica, que esteja acima dos interesses em jogo, e que seja um vinculo que una a todos na mesma fé. Isto porem, não basta. É necessário além do partido único, um Estado totalitário, isto é, um Estado que absorve para transformar e fortalecer todas as energias, todos os interesses, todas as esperanças de um povo. Mas ainda não basta. Terceira, ultima e mais importante condição: é preciso viver um período de altíssima tensão ideal, como o que atualmente vivemos” (MUSSLINI, Benito) .

A implantação da Carta Del Lavoro (Carta do Trabalho) na Itália Fascista foi um fato muito importante, já que o antigo Presidente Getúlio Vargas a usou como base para fundamentar a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), a partir deste dia o corporativismo ganhou mais destaque no Brasil, e o texto a respeito da felicidade no Estado de Bem-Estar Social faz apologia ao corporativismo, onde o Estado determina os interesses subjetivos da coletividade (relativismo), apoia a interferência do Estado na economia, planos de governo desenvolvimentistas (uso do dinheiro público e aumento do gasto da máquina estatal) e a segurança protetora (criar um serviço policial-militar repressor capaz de desfigurar a convivência social).

“Mas o fascismo não recebeu o apoio financeiro do capitalismo?” Sim. O investidor Henry Ford ajudou os fascismo nesse período turbulento, o mesmo Henry Ford abriu uma fábrica de tratores na URSS, Armand Hammer, Julius Hammer, Thompson, David Rockfeller, Chase Bank e J.P Morgan financiaram a revolução bolchevique na Rússia. Tanto o fascismo quanto o socialismo usaram o Estado como uma ferramenta mediadora do capitalismo veja as medidas que o Hitler tomou na Alemanha, ele criou uma classe de dirigentes econômicos, Betriebsführer, responsáveis por criar normas no mercado, congelar preços, fazer parcerias e associações, fixar o salário mínimo e criar impostos.

O integralista Gustavo Barroso descreve o funcionamento da economia nazista no livro “O Integralismo e o Mundo”, onde ele destaca que o significado de nazismo é nacional-socialismo, ele resumiu o projeto de governo nazista na seguinte descrição: “A propriedade privada será mantida sob a égide do Estado, que velará pela honestidade de sua aquisição e impedirá o excessivo enriquecimento de uns em benefício de outros. Condenação absoluta da usura (juros extorsivos). Soberania econômica do Estado a par da Soberania política. Monopólio Bancário do Estado. Estabilização Cambial. Proibição de empréstimos públicos. Empréstimos sem juros às atividades nacionais na indústria e na lavoura. Abolição dos impostos indiretos que gravam o consumidor. A supremacia da lei da nação é o bem público” (BARROSO, Gustavo).

O que percebemos neste artigo é uma breve tentativa de ressuscitar o Leviatã, criação de Thomas Hobbes, um Rei com poderes onisciente, onipresente e onipotente, controlador das terras, finança, comunicações, atividades de guerra, usa o Clero como instrumento político, usa a escola como instrumento de doutrinação político-partidária, cria programas sociais (clientelismo) para viciar a população e criar escravos em estado de insolvência e a propriedade das pessoas não é absolutamente privada, ela é um bem do Estado.

E a Agenda 2021 exerce um papel fundamental nesse plano de governo totalitário mundial, diria que não é mais um Leviatã, mas um verdadeiro Octopus (Polvo gigante) governando os países por meio de burocracias, leis de controle ambiental, uso racionalizado da energia, usando ferramentas de controle populacional e financiando movimentos revolucionários de Justiça Social, criar um sistema de vigilância para punir quem queira abrir um comércio ou usar um lote abandonado para finalidades de mercado, essa é uma das etapas primordiais da Reforma do Bem-Estar Social Federal.

Em meados de 1994, especificamente no governo de Bill Clinton, a cúpula dos ambientalistas decidiu criar um modelo de educação sustentável, apoiado pelas Nações Unidas, o nome do projeto é “Educação para a Sustentabilidade”, eis as etapas: Abordagens interdisciplinares, educação continuada por toda a vida, pensamento sistêmico, parcerias, perspectivas multiculturais e capacitação. A educação dos nossos filhos foi montada por corporações globais, querem ensinar que o ser humano não pode modificar o meio ambiente para garantir a sua sobrevivência, alocar recursos, conservar alimentos e educar a prole.

O ser humano tornou-se um súdito da Deusa Gaia, o homem apresenta um comportamento imóvel, não é mais o ser racional que modifica a natureza, agora é a natureza que modifica o homem, criar um homem perfeito que não putrifique o meio ambiente, o Estado molda o seu comportamento, ele perde a sua capacidade cognitiva de pensar, o seu comportamento é moldado pelos filmes, documentários, seriados e propagandas, tudo o que está ao seu redor pertence ao órgão da Gestão da Qualidade Total (GQT), o cenário é similar ao enredo do livro 1984, escrito por George Orwell.

Esse futuro foi meticulosamente estudado e programado pelo membro da Sociedade Fabiana H.G. Wells, responsável por escrever o livro “A Conspiração Aberta”, nesta obra ele definiu a criação de um Estado Transnacional, um mundo perfeito que apagaria qualquer forma de nacionalismo e amor pela pátria, Wells deixou bem claro que as bandeiras nacionais, distintivos, honrarias, culturas regionais e religiões deveriam ser apagadas, o homem deveria ser totalmente neutro e perfeito, a educação não é responsabilidade dos pais, a educação e o ensino é uma obrigação dos agentes globalistas, as crianças serão transformadas em indivíduos apátridas, ateus, mutualistas e submissos ao governo. A liberdade de expressão é um direito de poucos, qualquer pessoa que ousar criticar um servidor público será considerado como um “inimigo de Estado” e deverá ser punido ou expulso.

A história se repete quando as pessoas não estudam ou são enganadas pelo revisionismo histórico, o ditador comunista chinês, Mao Tsé-Tung, doutrinou camponeses, operários e crianças usando livrinhos educacionais, ele introduziu a filosofia materialista de Karl Marx em livros compreensíveis, qualquer pessoa em tenra idade foi transformada em um militante fervoroso da causa comunista, essa estratégia abriu espaço para a Revolução Chinesa em 1949, os guerrilheiros camponeses lutaram como cegos em busca de um mundo melhor, onde reinaria a igualdade entre os seres humanos e a pobreza seria extirpada, todavia, o seu plano fracassou e muitos chineses morreram de fome pela Reforma Agrária Radical, cristãos e xintoístas perderam os seus templos de culto e os reacionários foram fuzilados pelos algozes comunistas.

A literatura comunista chinesa aplicada para o público infantil apresenta as seguintes obras: O Camponês e o seu Cavalo, A Menina e o Pássaro, O General Envaidecido e Florescem as Cerejas. O método de doutrinação política chegou a ser aplicado no Brasil, mas ele seguiu uma linha diferente, o pedagogo Paulo Freire plagiou os estudos do pastor Laubach, onde misturava o uso de imagens e textos para ensinar a língua portuguesa, matemática e outras disciplinas básicas, todavia, Paulo Freire introduziu os elementos da luta de classes dentro da pedagogia, a educação foi usada como um instrumento de luta do oprimido contra o opressor, o professor era o vilão e o aluno era a vítima, o aluno tem autoridade suprema no campo escolar.

Esse é o erro do brasileiro, enxergar os problemas sociais apenas pelo lado do patrimônio público, julgar um político pelo fato dele ser ou não um corrupto, a corrupção é uma consequência de um plano maquiavélico destinado à criação de um Estado absolutista, aconselho o estudo dos textos do cárcere de Antonio Gramsci, ele concebeu um Estado governado por um Partido único que exercia a função de Príncipe, os membros do partido dirigiam as relações comerciais, faz a distribuição dos recursos, faz acordo com facções criminosas, controla a educação nacional, manipula os jornais, define a cultura nacional e designa a nova religião do Estado usando como base a figura do político.

O famoso culto da personalidade é um traço muito comum em regimes totalitários, burocratas gastavam o dinheiro público para endeusar a figura do político, criar estátuas, pinturas enaltecendo as características físicas do governante, criar bustos para enfeitar salas de aula, escritórios e apartamentos, criar filmes para mostrar a valentia do Presidente destruindo as outras nações, subjugando as nações estrangeiras, combatendo os conspiradores internos e externos; Getúlio Vargas abusou desse recurso através do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), os trabalhadores e os miseráveis eram considerados como a sua massa de manobra, ninguém conseguia sustentar a vida sozinho, todos dependiam de serviços sociais, nepotismo e indicações.

Portanto, creio que é um erro criar um Estado intervencionista e garantidor da paz e da felicidade comum, a União Europeia está entrando em colapso recentemente, essa entidade faz de tudo para suprimir o livre mercado, impedindo a transação voluntária entre os comerciantes, criando tabelas, leis de direitos autorais ultrapassadas, moeda desvalorizada, o governo é centralizado, vestígios de intolerância religiosa, a UE faz de tudo para legalizar o aborto, aprovar o uso da eutanásia e apagar a Doutrina Social da Igreja.

O trabalho é o melhor programa social de todos os tempos, o emprego exerce uma função muito mais produtiva na vida do homem, ele aprende a ter obrigação na sua vida diária, tem uma autoridade de boa índole, comparece ao horário marcado e faz de tudo para agradar os seus clientes e consolidar uma marca na história, o programa social é um remédio anestesiante, o Estado cria uma classe parasitária, completamente adestrada e sem senso crítico, os homens obedecem de forma cega aos interesses do líder supremo, são capazes de doar os seus pertences, lucro e força de vontade para o Estado, essa é o novo sistema de escravidão do século XXI, engana-se quem pensa que a escravidão resume-se apenas na venda da integridade física aos senhores escravocratas, o pós-modernismo escravizou a alma do ser humano, a idade contemporânea é o fruto do conflito entre capitalismo e socialismo que são duas faces da mesma moeda.

O maior fracasso do Ocidente na Guerra Fria foi o descaso com a educação e a cultura, os agentes socialistas penetraram no setor intelectual, introduziram as teses científicas de Michel Foucault, Engels, Karl Marx, Shulamith Firestone, Harry Hay, Robert Mapplethorpe, Simone Beauvoir, Sigmund Freud e Nietzsche, ocupar escolas, grêmios estudantis, universidades, reitorias, cursos de cinema, literatura e arte é uma tarefa muito mais engenhosa e inteligente do que ocupar trincheiras e pegar em armas para fazer a revolução, uma prova disso é que o Livro Vermelho de Mao Tsé-Tung foi uma das obras mais vendidas no século XX, despertou a curiosidade de jovens revolucionários e professores subversivos.

Um dos fatores que desencadeou a falsa redemocratização do Brasil foi a negligência dos militares na educação, o manual de Educação Moral e Cívica do Regime Militar foi um fracasso, a UNE (União Nacional dos Estudantes) e a JOC (Juventude Operária Católica) desempenharam um papel fundamental na propaganda comunista brasileira, demonstrou que o sistema de repressão e censura do Regime Militar era inoperante e repleto de falhas, os estudantes faziam palestras, estudos, escreveram os fundamentos progressistas da Teologia da Libertação, convocaram greves, peças de teatro, músicas enaltecendo a rebeldia, revolução sexual (semelhante aos moldes do Festival de WoodStock) e filmes com teor marxista, enquanto a URSS monitorava e financiava a libertinagem dos estudantes no Brasil.

Atualmente, o Brasil vai demorar 260 anos para dominar a leitura, esse foi o resultado da doutrinação ideológica na educação, os estudantes estão mais preocupados em idealizar um Estado de Bem-Estar Social perfeito, sendo que a teoria do contrato-social consegue ser mais eficiente do que o multiculturalismo absorvente, a laicidade do Estado que ignora as suas raízes baseadas em dogmas, costumes e tradições cristãs, o vilipêndio religioso é a máquina da difamação global, a “cristofobia” transformou Jesus em um tirano e seus abominadores em santos imaculados, adolescentes estão nas ruas segurando a bandeira vermelha com a face de Stalin, o ditador comunista que jogou milhares de pessoas em gulags (campos de trabalhos forçados), queimou igrejas, deportou judeus, mandou os seus soldados estuprarem mulheres alemãs, fuzilou homossexuais, fez os ucranianos morrerem de inanição e ordenou a tortura de padres e bispos, a sociedade abandonou o Deus da Cruz e criou o ídolo do Estado.

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GABARDO, Emerson. A felicidade como fundamento teórico do desenvolvimento em um Estado Social. Faculdade de Direito de Ribeirão Preto – FDRP. Dezembro de 2017.

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Acesso em: 30 nov. 2018.

Retronium_Duster
Enviado por Retronium_Duster em 01/12/2018
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