Sejamos politicamente incorretos
SEJAMOS POLITICAMENTE INCORRETOS
Miguel Carqueija
Uma das maiores pragas do mundo atual é a ideologia do politicamente correto, e custa a crer que uma coisa tão imbecil tenha assumido tamanha proporção. Causa espécie ver jornalistas falando nisso com a maior naturalidade, aceitando a aberração sem discutir.
No fim das contas quem é que tem autoridade para decidir ou definir o que é e o que não é “politicamente correto”? Qual foi a instância que estabeleceu tal coisa?
Até onde eu sei isso é uma invenção da esquerda norte-americana e que nós, brasileiros, macaqueamos sem noção, como macaqueamos os estrangeirismos. E essa ideologia, que na verdade é uma forma de patrulhamento das consciências, atinge paroxismos de burrice. Imagine não poder dizer que um anão é anão, tem que falar que é “verticalmente prejudicado” (e isso sim, me parece um insulto). Anos atrás noticiou-se que em algum lugar (creio que da França) haviam encenado uma peça teatral baseada no famoso romance de Victor Hugo, “O corcunda de Notre Dame”. Só que tiveram de alterar o título da obra, pois não era politicamente correto chamar alguém de corcunda. Não recordo que nome utilizaram, provavelmente alguma expressão idiota, como “peitoralmente inclinado”.
A doutrina do politicamente correto inverte os valores morais. Por essa doutrina funesta é “politicamente correto” o aborto, é “politicamente incorreta” a pena de morte, mesmo para crimes hediondos. Isso, trocado em miúdos, significa que você pode assassinar um bebê, mas não pode executar um tarado contumaz em sequestrar, barbarizar, violentar e matar criancinhas de cinco anos. Não pode a pena de morte para terríveis criminosos, mas pode para inocentes.
Também é politicamente incorreto reduzir a responsabilidade penal mesmo para 16/17 anos, sejam quais forem os crimes cometidos por adolescentes dessa faixa. Apesar de que eles podem votar, casar e dirigir carro. Não sei como não propoem que a maioridade legal suba de novo para 21 anos, afim de proteger taradinhos por mais tempo.
Ora, que a esquerda brasileira vá mas é plantar batatas, que assim ao menos estarão praticando um serviço útil ao país.
Quanto a mim, faço questão absoluta de ser politicamente incorreto.
Rio de Janeiro, 28 de novembro de 2018.
SEJAMOS POLITICAMENTE INCORRETOS
Miguel Carqueija
Uma das maiores pragas do mundo atual é a ideologia do politicamente correto, e custa a crer que uma coisa tão imbecil tenha assumido tamanha proporção. Causa espécie ver jornalistas falando nisso com a maior naturalidade, aceitando a aberração sem discutir.
No fim das contas quem é que tem autoridade para decidir ou definir o que é e o que não é “politicamente correto”? Qual foi a instância que estabeleceu tal coisa?
Até onde eu sei isso é uma invenção da esquerda norte-americana e que nós, brasileiros, macaqueamos sem noção, como macaqueamos os estrangeirismos. E essa ideologia, que na verdade é uma forma de patrulhamento das consciências, atinge paroxismos de burrice. Imagine não poder dizer que um anão é anão, tem que falar que é “verticalmente prejudicado” (e isso sim, me parece um insulto). Anos atrás noticiou-se que em algum lugar (creio que da França) haviam encenado uma peça teatral baseada no famoso romance de Victor Hugo, “O corcunda de Notre Dame”. Só que tiveram de alterar o título da obra, pois não era politicamente correto chamar alguém de corcunda. Não recordo que nome utilizaram, provavelmente alguma expressão idiota, como “peitoralmente inclinado”.
A doutrina do politicamente correto inverte os valores morais. Por essa doutrina funesta é “politicamente correto” o aborto, é “politicamente incorreta” a pena de morte, mesmo para crimes hediondos. Isso, trocado em miúdos, significa que você pode assassinar um bebê, mas não pode executar um tarado contumaz em sequestrar, barbarizar, violentar e matar criancinhas de cinco anos. Não pode a pena de morte para terríveis criminosos, mas pode para inocentes.
Também é politicamente incorreto reduzir a responsabilidade penal mesmo para 16/17 anos, sejam quais forem os crimes cometidos por adolescentes dessa faixa. Apesar de que eles podem votar, casar e dirigir carro. Não sei como não propoem que a maioridade legal suba de novo para 21 anos, afim de proteger taradinhos por mais tempo.
Ora, que a esquerda brasileira vá mas é plantar batatas, que assim ao menos estarão praticando um serviço útil ao país.
Quanto a mim, faço questão absoluta de ser politicamente incorreto.
Rio de Janeiro, 28 de novembro de 2018.