ARTIGO – Desilusão – 12.11.2018 (PRL)
 
ARTIGO – Desilusão – 12.11.2018 (PRL)
 
Havíamos decidido não mais escrever sobre política. Aliás, o desejo era apenas de continuarmos publicando nossas frágeis poesias e cordeis, até por que o pessoal daqui não é muito chegado a assuntos que não se refiram à esfera poética, no que faz muito bem.

Todavia, a tristeza que se nos apodera no momento, ante ao desenrolar dos acontecimentos praticamente na véspera da assunção do presidente Jair Bolsonaro, é de tal sorte que não poderíamos calar. Primeiro, a nosso pensar, a escolha de um deputado federal beneficiado de caixa dois, da empresa JBS, para ser o Chefe da Casa Civil não soou muito bem, embora pelo que se saiba tenha pedido desculpas ao Ministério Público; depois, a escolha intempestiva do Doutor Sérgio Moro para o Ministério da Justiça, que está causando vexame nas rondas jurídicas, tanto que já motivou novo pedido dos advogados do Lula, seja para soltá-lo ou para cancelar o processo do famoso Sítio de Atibaia, cuja sentença está demorando bastante, talvez ficando tarde demais, se é que o ex-presidente tem realmente culpa no cartório; terceiro, está passando do tempo de suspender/parar essas falas e entrevistas dele, Jair, e de alguns de seus auxiliares, porquanto elas servirão de munição para que os adversários, especialmente da imprensa, até porque a oposição já falou que vai boicotar o novo governo, o que realmente ocorrerá disso não se tem dúvida. Não se brinca com a imprensa, não é hora de aparecer, tem de deixar tudo pra depois da posse.

Outro fato que nos pegou desprevenidos foi a indicação do Doutor Joaquim Levy, ex-ministro da Doutora Dilma, para assumir a presidência do BNDES, em face de declarações repetidas de que o novo governo não iria aproveitar ninguém que tivesse servido ao PT, especialmente em cargos chaves da república. O senador eleito Cid Gomes, irmão do doutor Ciro Gomes, ex-candidato ao palácio do Planalto, declarou há pouco tempo que a equipe econômica do Bolsonaro não duraria seis meses, palpite que estamos tendentes a considerar como praticamente certo. Será que num país tão grande não existe outro cidadão com capacidade para exercer tal cargo?! O Banco do Brasil, o BNB e o Ministério da Fazenda têm gente de grande competência para as funções.

Outra coisa: Não se compra briga com os presidentes do Senado e nem da Câmara Federal, pois esses cidadãos são responsáveis pela pauta de votação das leis no parlamento, e mesmo com todo o prestígio que possa gozar perante o povo o prejuízo a contabilizar fica nas costas do presidente da república. Certo que o Eunício não foi reeleito, não voltará na próxima legislatura à Casa de Ruy Barbosa, mas certamente o seu grande amigo Renan Calheiros (MDB-AL) bem que pode ser eleito mais uma vez presidente da Instituição.

A nossa impressão é que o nosso Bolsonaro vai ficar sozinho no meio do caminho, engolido pelo sistema, enquanto o povo continuará sofrendo cada vez mais, perdendo-se a grande oportunidade de mudar os destinos da nação. Quem tem a Rede Globo como inimiga não precisa de mais nada para sucumbir e não levar avante tudo o que fora prometido aos brasileiros.

Ficamos por aqui.

Nosso abraço.
Silva Gusmão

Foto: INTERNET/GOOGLE
ansilgus
Enviado por ansilgus em 12/11/2018
Reeditado em 13/11/2018
Código do texto: T6501178
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