América Latina e golpes militares
Nos anos de 1960 e 1970, vários países latino-americanos sofreram intervenções militares.
Dessa forma, ocorreram golpes de Estado na Argentina (1976-83), Brasil (1964-85), Chile (1973-90) e Uruguai (1973-85), resultando na instalação de ditaduras civis-militares.
Na realidade, apesar das diferenças, essas ditaduras têm semelhanças: ocorreram no contexto da Guerra Fria, ou seja, num momento de avanço do socialismo. Especialmente com o êxito da Revolução Cubana de 1959.
A verdade: os golpes militares foram apoiados por diferentes segmentos da sociedade civil. É o caso dos boicotes que industriais e comerciantes realizaram no Chile para desgastar a presidência de Salvador Allende e a conhecida ''Marcha da Família com Deus pela Liberdade'', contra o governo de João Goulart.
Mais, centros de inteligência militar instalados em diferentes países, passaram a definir os contornos da chamada Doutrina de Segurança Nacional, voltada ao combate de um inimigo interno, propagador de ideias subversivas e, portanto, identificado como nocivo aos interesses da nação.
Não se pode esquecer que apesar das diferenças, existem algumas características comuns aos regimes militares desse período: a suspensão total ou parcial de atividades legislativas, a falência dos regimes e partidos políticos tradicionais, a militarização da vida política e social e a prática das prisões e da tortura.
Por outro lado, essas intervenções militares garantiam a redução das conquistas dos sindicatos e trabalhadores, a proteção dos interesses do capital estrangeiro investido nos países e a ampliação do poder do Estado no controle da sociedade civil.
Pois bem, a Operação Condor foi uma aliança político-militar entre vários regimes militares da América do Sul, com a CIA dos Estados Unidos, com o objetivo de coordenar a repressão aos opositores e eliminar líderes de esquerda, principalmente de alinhamento socialista.
Em resumo, as ditaduras militares latino-americanas, criaram um Estado policial em que os indivíduos eram interrogados, torturados e presos. E como num piscar de olhos, a vigilância era constante nas escolas, fábricas e empresas... (Texto adaptado)