DA ARROGANTE CEGUEIRA À IMINENTE DERROCADA DO PT
“A questão não é que o PT não enxerga a solução. É que o PT não enxerga o problema”.
(Joelmir Betting, Jornalista)
O plano do PT visando eternizar-se no Poder vai ruindo, a cada nova eleição, desde a base da árvore política: em 2012, a legenda tinha 638 prefeituras. Em 2016, perdeu 60% delas, ficando com apenas 256. O número de vereadores também sofreu drástica e significativa redução: em 2012, o PT tinha 5.067 vereadores. Em 2016, elegeu apenas 2.795 vereadores, registrando uma queda de 44,8%. E a previsão para 2020, dado o recrudescimento do antipetismo, não é nada animadora.
A notória e gradual perda de poder dos ditos “Trabalhistas” teve até agora (já que devemos aguardar o desfecho do Segundo Turno da eleição para Presidente) como símbolo maior, a eleição de Gladson Cameli (PP), ontem, ao Governo do Acre, que há 20 anos era reduto intransponível dos petistas e único estado onde a legenda conseguiu eleger um prefeito numa capital (Rio Branco.), em 2016.
Entretanto, a queda tem reflexos mais abrangentes: na Câmara Federal, a composição caiu dos atuais 61 deputados para 56, a partir de 2019, e no Senado não foi diferente: a legenda viu sua representatividade numérica cair de 13 para apenas 6 senadores.
O sinal das eleições para prefeito e vereador, em 2016, deveria ter sido claro para os caciques petistas, de que algo estava mudando na mentalidade do eleitorado que, até então - arrogantemente –, julgavam como “curral eleitoral garantido”: o antigo e fervoroso apoiador do PT passou a demonstrar que percebeu (ainda que tardiamente) que a aura de “honestidade, fraternidade e pureza ideológica” decantada durante décadas, era mera fachada e que na realidade, o Partido dos Trabalhadores abriga um dos maiores contingentes de estelionatários eleitorais deste país, ainda que não seja o único que faça jus a tal definição.
Some-se à crescente rejeição ao PT, o impeachment de Dilma, a prisão de Lula e escândalos capitaneados por estes, ao espetacular crescimento – “revelação” talvez seja um termo mais adequado- da onda Conservadora brasileira, representada por Jair Bolsonaro (PSL) e fecharemos a explicação da derrocada petista em anos recentes.
Ao que parece, o “caso de amor” do Lulopetismo com aqueles que compunham sua base eleitoral está chegando ao fim, melancólica e gradualmente, até a provável extinção – caso não haja uma necessária reformulação de seus quadros e ações- do partido, em pelo menos uma década. Seria o fim anunciado de um partido que passou de promessa à realidade e de realidade a pesadelo de todos os brasileiros efetivamente trabalhadores e decentes.
Que o PT seja relegado ao merecido esquecimento, caso não reavive os fundamentos genuinamente democráticos e a honestidade que sempre afirmou ter e defender, mas que falhou miseravelmente para demonstrar, ao contrário do que pregava nos inflamados discursos da década de 80.