O CIRCO DAS ILUSÕES    

As concepções esquerdistas da sociedade propõem pegar o produto social para fazer uma distribuição equitativa por todos, como forma de promover a igualdade. É bonito e romântico isso, mas totalmente utópico. Se todas as riquezas do mundo fossem distribuídas em partes iguais pela totalidade dos habitantes da terra, em menos de um ano dez por cento dos mais talentosos já estariam retendo noventa por cento delas. Isso ocorre por um motivo muito simples: enquanto uns investem, trabalham, empreendem, arriscam, produzem, outros se escondem, dormem, guardam, esperam, e só consomem. Jesus resume tudo isso na parábola dos talentos: a quem mais tem mais será dado; ao que menos tem, o pouco que tem lhe será tirado. 
Injustiça? Não. É que a natureza, o mundo, a vida, premiam o talento, o trabalho, a competência, a inteligência, a atividade, o empreendedorismo, e não a passividade, a acomodação, a preguiça, a incompetência e a falta de ousadia. Por isso a parábola diz que a moeda de quem recebeu uma será tirada e dada a quem recebeu dez.  Isso não quer dizer que um bom governo não deva financiar programas sociais. Deve sim. Bons programas que proporcionem oportunidades iguais a todos. Isso se consegue com saúde, educação, treinamento profissional, aliado ao incentivo para novos empreendimentos, desenvolvimento tecnológico e científico, que façam a economia crescer, gerar bons empregos e pagar altos salários.  Não se consegue aumentar a renda social com meras políticas distributivistas. É o que as esquerdas têm tentado sem conseguir. O chavismo destruiu a Venezuela. Cuba socializou a miséria e sacrificou duas gerações. Os russos, só depois de sacrificar quatro resolveram mudar de rumo. Os chineses, mais sábios, fizeram isso mais cedo. Não há um único exemplo na História das sociedades humanas em que esse tipo de regime tenha obtido sucesso. É certo que todos esses países fizeram algumas conquistas sociais importantes. Principalmente na educação e na saúde. Mas o que adianta formar centenas de médicos, engenheiros e outros técnicos que depois irão trabalhar como camareiros, mascates e motoristas de táxi, por falta de empregos na suas especialidades? Ou então médicos para trabalhar em regime de semi-escravidão nos grotões do Brasil ou da Bolívia recebendo minguados salários cuja metade é confiscada por seus governos?
Trabalho e oportunidades sim, esmolas não. Como dizia Sêneca, filosofo romano dos tempos de Nero, quem distribui pão e circo não quer pessoas livres e felizes, mas sim um povo indolente e domesticado. É bonito ver pessoas que nunca viajaram de avião lotando os aeroportos; é prazeroso vê-las comprando geladeiras, TVs coloridas,  computadores, alegria que os petistas dizem ter proporcionado á grande maioria da pessoas menos favorecidas.  Mas seria bem melhor se elas, depois da ilusão do consumo, pudessem ter certeza de que nenhum oficial de justiça virá bater na sua porta para levar o bem que elas não conseguiram pagar. Porque depois que o circo fecha o que fica é a tristeza da ilusão desfeita.