Sempre que ocorrem eleições me lembro de um projeto que o senador Cristóvão Buarque propôs há tempos atrás. Era um projeto de Lei que extinguia a renumeração para cargos de vereador nas cidades pequenas. Achei ótima a ideia. Até escrevi para ele ampliar mais essa proposta, estendendo-a não só às pequenas cidades, mas a todas as cidades do país, pois conformá-la somente aos pequenos municípios não iria refrescar muito esse cadinho de alquimista maluco que é a representação política neste país.
Sei que é utopia, mas gostaria de ver os parlamentares, em todo o país, se tornando voluntários. Como nos velhos tempos de Grécia e Roma, onde somente cidadãos verdadeiramente interessados no bem estar da pólis exerciam esse cargo. Política, naquele tempo, não era uma profissão, mas um dom, uma arte, uma virtude dos espíritos mais elevados, que a exerciam, não como meio de vida, mas como missão e forma de realização de valores cívicos e morais. O sistema atual emancipou o político, fazendo dele um profissional, e aviltou a Política enquanto instrumento de interesse do bem estar público. Uma vaga em nossas Câmaras hoje é emprego público mais disputado do que cargo de juiz, promotor, auditor fiscal, diplomata, policial ou outra carreira de estado. Com a diferença de que para ganhar um desses cargos é preciso que o concorrente tenha as devidas qualificações. Para parlamentar não. Basta ser bom de conversa.
Também não entendo por que os cargos para o Executivo estão sujeitos à uma única reeleição consecutiva enquanto um parlamentar pode se eleger quantas vezes puder. Assim, além de tornar voluntário esse trabalho, bom seria a proibição de reeleições consecutivas do mesmo parlamentar como forma de evitar que os cargos no Legislativo continuem a ser sinecuras vitalícias de espertalhões. Essa é uma coisa que eu pagaria para ver. Adoraria ver quantos cidadãos de bem se apresentariam para concorrer a um cargo de vereador, por exemplo, se ele fosse voluntário. Quantos desses cidadãos se apresentariam para doar algumas horas cívicas às suas pólis?
Estou perguntando ao vento, porque já sei a resposta. Basta ver quantos se candidatam à provedor de uma Santa Casa, presidente da APAE, membros dos Conselhos Municipais, COMAS, CMDCAs, etc.
Faz uns dez anos que o Senador Cristóvão Buarque falou desse projeto. Ele não saiu do papel. Aliás, não acreditamos que ele seja tão ingênuo a ponto de achar que uma coisa dessas possa ser aprovada. Bobos é que os políticos não são. E dar tiro no pé eles jamais darão. Mas fica aqui a provocação: que tal voltarmos, ainda que em imaginação, aos tempos de Péricles, Solon, Demóstenes, os irmãos Graco? Que tal desprofissionalizar os cargos legislativos e voltar a tratar os assuntos da pólis como uma bela arte do espírito e não apenas como um meio de ganhar a vida? Talvez não resolvesse todos os nossos problemas, mas que os ares nas Casas Legislativas iam ficar bem mais hígidos, isso iam.
Sei que é utopia, mas gostaria de ver os parlamentares, em todo o país, se tornando voluntários. Como nos velhos tempos de Grécia e Roma, onde somente cidadãos verdadeiramente interessados no bem estar da pólis exerciam esse cargo. Política, naquele tempo, não era uma profissão, mas um dom, uma arte, uma virtude dos espíritos mais elevados, que a exerciam, não como meio de vida, mas como missão e forma de realização de valores cívicos e morais. O sistema atual emancipou o político, fazendo dele um profissional, e aviltou a Política enquanto instrumento de interesse do bem estar público. Uma vaga em nossas Câmaras hoje é emprego público mais disputado do que cargo de juiz, promotor, auditor fiscal, diplomata, policial ou outra carreira de estado. Com a diferença de que para ganhar um desses cargos é preciso que o concorrente tenha as devidas qualificações. Para parlamentar não. Basta ser bom de conversa.
Também não entendo por que os cargos para o Executivo estão sujeitos à uma única reeleição consecutiva enquanto um parlamentar pode se eleger quantas vezes puder. Assim, além de tornar voluntário esse trabalho, bom seria a proibição de reeleições consecutivas do mesmo parlamentar como forma de evitar que os cargos no Legislativo continuem a ser sinecuras vitalícias de espertalhões. Essa é uma coisa que eu pagaria para ver. Adoraria ver quantos cidadãos de bem se apresentariam para concorrer a um cargo de vereador, por exemplo, se ele fosse voluntário. Quantos desses cidadãos se apresentariam para doar algumas horas cívicas às suas pólis?
Estou perguntando ao vento, porque já sei a resposta. Basta ver quantos se candidatam à provedor de uma Santa Casa, presidente da APAE, membros dos Conselhos Municipais, COMAS, CMDCAs, etc.
Faz uns dez anos que o Senador Cristóvão Buarque falou desse projeto. Ele não saiu do papel. Aliás, não acreditamos que ele seja tão ingênuo a ponto de achar que uma coisa dessas possa ser aprovada. Bobos é que os políticos não são. E dar tiro no pé eles jamais darão. Mas fica aqui a provocação: que tal voltarmos, ainda que em imaginação, aos tempos de Péricles, Solon, Demóstenes, os irmãos Graco? Que tal desprofissionalizar os cargos legislativos e voltar a tratar os assuntos da pólis como uma bela arte do espírito e não apenas como um meio de ganhar a vida? Talvez não resolvesse todos os nossos problemas, mas que os ares nas Casas Legislativas iam ficar bem mais hígidos, isso iam.