O MARTELO E A BIGORNA
Uma mosca entrou numa cozinha e viu uma panela de sopa. O cheiro estava bom. Ela desceu para prová-la. Ficou presa no caldo. Tentou nadar até a borda da panela, mas quanto mais se debatia, mais pesadas suas asas ficavam.
Então pensou: “Não foi para isso que desci até aqui? É melhor aproveitar. Parou de se debater e comeu até se fartar. Depois dormiu. Uma colega, que costumava voar com ela em busca de comida, avistou a parceira, dormindo, boiando no cheiroso e grosso caldo e gritou:
"Hei amiga, vamos. Continue a nadar. Mexa as asas. Saia daí ou vai morrer afogada.”
E a mosca, pesada e sonolenta, respondeu: Deixa estar, amiga. Aqui tem comida, bebida, cama. De que mais preciso?
***
Um jovem pai, querendo dar a melhor educação ao filho que acabava de nascer, foi procurar um renomado educador para receber alguns conselhos.
– O que me aconselha professor? Uma educação rígida, como aquela que meus pais avôs tiveram, ou moderna, como a que temos hoje?
O professor perguntou: – Qual o objeto mais valioso que o senhor tem em sua casa?
O jovem respondeu.– Acho que é este relógio de ouro que meu pai me deixou. Ele foi do meu avô e do meu bisavô. É uma relíquia de muito valor – disse o jovem, mostrando um relógio de bolso.
– Empreste-me esse relógio por alguns segundos – disse o professor.
Em seguida, pediu ao jovem que trouxesse dois bules, um com água fervendo, outro com água gelada.
Sem entender muito o motivo daqueles estranhos pedidos, o jovem foi até a cozinha e voltou com dois bules, um com água gelada, outro com água fervendo.
– Observe o que acontece quando jogo seu precioso relógio dentro da água fervente ou dentro da água gelada– disse o professor.
– Espera aí – disse o jovem assustado. – O Senhor não pode fazer isso. Em qualquer dos casos vai destruir o meu relógio.
– Pois é exatamente o que você fará com seu filho se adotar um desses tipos de educação – disse o professor.
***
Estamos nos encaminhando para uma polarização entre a direita e a esquerda. Ganhe uma ou outra, nenhum dos dois terá maioria expressiva para governar. Vale lembrar que os dois candidatos que estão à frente das pesquisas são os mais rejeitados também. Hadad é o candidato da mosca na sopa. Os petistas, iludidos com a vida fácil que ele e seu partido oferecem, continuam a sonhar com a utopia lulista como se ela pudesse ser sustentada à custa de ilusão. Já Bolsonaro fala em jogar toda a sopa fora para fazer outra com seu tempero. Não se dá conta que derrubar um prédio é barato e é coisa de minutos, mas reerguê-lo leva anos e custa caro. E entre o martelo e a bigorna estamos nós, o povo. A Constituição atual está fazendo trinta anos. Idade, segundo Balzac, da mulher madura. Mas em política continuamos tão inocentes como se fôssemos recém-nascidos.
Uma mosca entrou numa cozinha e viu uma panela de sopa. O cheiro estava bom. Ela desceu para prová-la. Ficou presa no caldo. Tentou nadar até a borda da panela, mas quanto mais se debatia, mais pesadas suas asas ficavam.
Então pensou: “Não foi para isso que desci até aqui? É melhor aproveitar. Parou de se debater e comeu até se fartar. Depois dormiu. Uma colega, que costumava voar com ela em busca de comida, avistou a parceira, dormindo, boiando no cheiroso e grosso caldo e gritou:
"Hei amiga, vamos. Continue a nadar. Mexa as asas. Saia daí ou vai morrer afogada.”
E a mosca, pesada e sonolenta, respondeu: Deixa estar, amiga. Aqui tem comida, bebida, cama. De que mais preciso?
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Um jovem pai, querendo dar a melhor educação ao filho que acabava de nascer, foi procurar um renomado educador para receber alguns conselhos.
– O que me aconselha professor? Uma educação rígida, como aquela que meus pais avôs tiveram, ou moderna, como a que temos hoje?
O professor perguntou: – Qual o objeto mais valioso que o senhor tem em sua casa?
O jovem respondeu.– Acho que é este relógio de ouro que meu pai me deixou. Ele foi do meu avô e do meu bisavô. É uma relíquia de muito valor – disse o jovem, mostrando um relógio de bolso.
– Empreste-me esse relógio por alguns segundos – disse o professor.
Em seguida, pediu ao jovem que trouxesse dois bules, um com água fervendo, outro com água gelada.
Sem entender muito o motivo daqueles estranhos pedidos, o jovem foi até a cozinha e voltou com dois bules, um com água gelada, outro com água fervendo.
– Observe o que acontece quando jogo seu precioso relógio dentro da água fervente ou dentro da água gelada– disse o professor.
– Espera aí – disse o jovem assustado. – O Senhor não pode fazer isso. Em qualquer dos casos vai destruir o meu relógio.
– Pois é exatamente o que você fará com seu filho se adotar um desses tipos de educação – disse o professor.
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Estamos nos encaminhando para uma polarização entre a direita e a esquerda. Ganhe uma ou outra, nenhum dos dois terá maioria expressiva para governar. Vale lembrar que os dois candidatos que estão à frente das pesquisas são os mais rejeitados também. Hadad é o candidato da mosca na sopa. Os petistas, iludidos com a vida fácil que ele e seu partido oferecem, continuam a sonhar com a utopia lulista como se ela pudesse ser sustentada à custa de ilusão. Já Bolsonaro fala em jogar toda a sopa fora para fazer outra com seu tempero. Não se dá conta que derrubar um prédio é barato e é coisa de minutos, mas reerguê-lo leva anos e custa caro. E entre o martelo e a bigorna estamos nós, o povo. A Constituição atual está fazendo trinta anos. Idade, segundo Balzac, da mulher madura. Mas em política continuamos tão inocentes como se fôssemos recém-nascidos.