Análise sobre o impeachment de 2016
O impeachment de 2016 é um tema complexo e controvertido por causa da construção narrativa que não aborda pontos polêmicos de 2014. No final daquele ano, o ministro da Fazenda foi demitido, o secretário do Tesouro assinou uma confissão assumindo toda a culpa e a meta fiscal foi alterada depois de descumprida. Com o término do primeiro mandato, houve a prescrição de eventual crime de responsabilidade por parte do executivo federal. No segundo mandato, a discussão sobre crime continuado e contaminação das contas, entre as gestões, embasa o pedido de impeachment no final de 2015. A discussão política sobre golpe entra em choque com a discussão hermenêutica do ponto de vista jurídico, pois ambas compõem a análise de crime de responsabilidade. Há componentes tanto políticos como jurídicos (ver, por exemplo, a Tese de Doutorado de Paulo Brossard de 1964 sobre o assunto) que podem apresentar interpretações divergentes, em virtude do foco dado aos fatos e a atuação dos atores políticos durante o processo e o julgamento.