Às favas com os móveis velhos...
As agruras que temos presenciado e principalmente vivido nestes últimos tempos na política brasileira apontam para uma coisa só: é preciso inovar; se não tudo, ao menos alguma coisa consistente. É preciso reinventar a forma de fazer política no país, mudando toda a sua estrutura e buscando novos e mais benfazejos rumos.
O sistema que aí está mostra-se descompassado com a realidade. Absolutamente caduco, não consegue oferecer as respostas necessárias a cada ponto problemático revelado, transformando-se, ele próprio, no grande mal a afetar a vida de cada brasileiro neste torrão de dimensões agigantadas.
Não dá mais para suportar os malefícios perpetrados por uma categoria que se alçou ao poder e nele se mantêm distribuindo benesses entre si e os seus, enquanto que a massa trabalhadora dá um duro danado para pôr a comida na mesa e pagar seus cada vez mais escorchantes impostos.
Na vida tudo é um ciclo. E o ciclo desses que por aí estão, espalhados pelos luxuosos gabinetes dos poderes da República, parece que chegou à sua fase última – nada glamourosa, diga-se de passagem, pois entrega um país afundado em dívidas, com diferenças sociais gritantes, uma economia alquebrada e marcada pelo desemprego, uma educação falida, uma corrupção nunca antes vista e que corrói as instituições de modo epidêmico; e mais: uma justiça cega e inerte, mas parceira.
Mudar é preciso.
Urge encontrar alternativas que substituam aquilo que agora sabemos não funciona, como o processo licitatório fraudável num piscar de olhos, bastando um conluio entre licitantes e o pessoal administrativo e político encarregado do serviço. Milhões vão para o ralo assim. Ou seriam bilhões, trilhões? Ademais, para que serve a reeleição de políticos senão para perpetuar sua permanência no poder por tempo indefinido, passando o bastão de pai para filho, em nada praticamente o instituto se prestando à qualidade da representação popular?
São apenas ideias para se pensar com bastante carinho. Muitas outras aparecerão se nos dedicarmos firme e sinceramente a pôr um fim à roubalheira que tomou o Brasil de assalto e revelou uma classe política totalmente apodrecida pelas más práticas.
Contudo, segundo estudiosos da política, existe algo que se pode fazer, e já: uma recusa generalizada em se votar em político que esteja pleiteando a reeleição, renovando assim totalmente os poderes, e pondo lá, como representantes populares, pessoas realmente sérias e de mentes arejadas para cuidar dos interesses nacionais.
Afinal, móveis velhos pra quê?