Democracia às avessas
O país vive uma democracia às avessas por causa do presidencialismo de coalizão. A eleição para presidente monopoliza a atenção e, por ser simultânea, atrapalha as 27 eleições para governador. Cada estado não pensa sua relação com os municípios e o que é melhor em termos de saúde, educação, transporte, segurança e saneamento. Por um lado, a centralização no executivo federal é um traço marcante que influencia a forma como os partidos fazem intervenção para definir candidatos nos estados. Por outro lado, o legislativo representa os interesses do executivo na agenda política e na pauta de votação. Não se sabe se haverá maioria de esquerda ou de direita mesmo depois de eleito o parlamento, pois o futuro 2º turno da eleição presidencial definirá o resultado passado do Congresso Nacional, quando o ganhador inicia a formação da base aliada do governo ao negociar cargos, verbas e ministérios.