Comentando as últimas pesquisas eleitorais
Não por acaso, elas já começaram a pipocar nos quatro cantos do país. Sim, as pesquisas eleitorais estão sendo divulgadas nos mais variados meios de comunicação, dando uma ideia prévia do que pode acontecer em outubro. Muitos duvidam da sua precisão, mas é fato que recentemente houve poucos erros cometidos pelos institutos. Eles se baseiam em uma metodologia científica e estatística, usando uma tabulação de dados que pauta pela distribuição proporcional da população do país propiciando o êxito majoritário em seus prognósticos.
É exatamente por isso que diferentes institutos estão apontando praticamente os mesmos resultados, com variantes percentuais insignificantes, prevalecendo as mesmas colocações de preferência de votos dos candidatos. Pesquisa é ciência, estatística, diferente de enquete.
Portanto, quando alguém diz "nas ruas não é bem isso", ou na "internet não é bem assim" e a coisa não se reflete nas urnas, surge outro equívoco argumentativo em cascata: O de possível fraude eleitoral. O que o eleitor muitas vezes não compreende é que a rua da sua casa não é um país, tão pouco sua cidade ou estado. A internet reproduz as intenções de voto de um segmento específico, (o dos que tem acesso ou tempo para clicar nas enquetes, e em boa parte dos casos, mais de uma vez).
É fato que Lula esteja na frente, mesmo que tenha orquestrado um governo corrupto continuado por sua sucessora. Mas também é fato que os mais de 35% dos votos atribuídos a ele migrarão para outros candidatos, porque sua candidatura não será validada, porque é assim que tem que ser e assim será. Didaticamente falando, é como você pensar numa prova de atletismo onde é sabido que o favorito esteja dopado. Ele pode até estar na frente, mas já começa desclassificado. Portanto, esqueçam o Lula, ele é carta fora do baralho!
Consequentemente, quem está na frente é Bolsonaro. Este sim atingiu um capital eleitoral invejável, que provavelmente o levará ao segundo turno. Porém, a incógnita surge com o grande contingente de votos lulistas e sua migração após a decisão oficial do TSE quanto à nulidade da candidatura do petista. Para quem estes votos migrarão, e quem irá ao segundo turno contra Bolsonaro?
As possibilidades são muitas, e a partir da decisão do TSE, as pesquisas poderão sofrer reviravoltas surpreendentes, aumentando inicialmente a margem de erro, pois estes fatos pontuais interferem na precisão nos resultados. Aconteceu isso na eleição anterior, quando o avião que conduzia Eduardo Campos caiu e oxigenou temporariamente a campanha de Marina Silva, que perdeu fôlego na reta final, fazendo com que Aécio Neves fosse para o segundo turno.
Outro ponto a ser destacado é a intenção de votos em Bolsonaro. Pode ser que muitos dos que votarão nele não se sintam totalmente à vontade em assumir esta postura, mas possam clicar "17" nas urnas. Concluindo, digo que qualquer pesquisa feita antes da oficialização da anulação da candidatura de Lula é pouco esclarecedora. Assim que o ex-presidente for confirmado fora do jogo - e será-; os resultados apresentados se tornarão gradualmente mais próximos da realidade, alcançando um retrato mais fidedigno somente a poucos dias da votação, em outubro.
* O Eldoradense