ARTIGO – O debate na Band – 10.08.2018
ARTIGO – O debate na Band – 10.08.2018 (PRL)
Como de costume, há trinta anos que a emissora BAND de televisão, vem fazendo o primeiro debate entre os candidatos à Presidência da República, dando, assim, o pontapé inicial à disputa que se nos afigura sem a mínima empolgação do povo brasileiro.
À noite de ontem, em horário praticamente proibitivo aos trabalhadores (de 22h00min até 01h00min), oito pré-candidatos estiveram debatendo os problemas nacionais, assim como tentando divulgar seus próprios planos de governo, que na verdade ninguém os vê, até porque todos parecem iguais: Educação, Segurança, Saúde, Combate à corrupção, Redução de impostos e etc., naquele beabá de sempre. Só não dizem de onde virão os recursos para essas empreitadas.
Só há duas maneiras de conseguir dinheiro para os cofres públicos: Cobrar mais impostos em cima de uma carga tributária excessivamente alta; Emitir e vender títulos públicos remuneráveis com juros e correção monetária, que tem repercussão nos índices inflacionários, especialmente quando sem o competente lastro, isso que vem ocorrendo no país nos últimos tempos, porquanto na hora de resgatar esses papéis não tem condições de fazê-lo, prorrogando a dívida com a emissão de novos títulos como se diz na gíria: Adiando o enterro da viúva.
Na verdade, sinto que não houve desempenho digno de destaque. Algumas agressões desagradáveis; Posições burlescas de vez em quando, e até desconhecimento razoável dos problemas brasileiros. Tecnicamente, nesse assunto, o Ex-ministro da Fazenda, Doutor Meirelles, saiu-se muito bem; Considerei o Álvaro Dias deveras tímido, sem aquele ímpeto necessário a quem busca ser o mais alto mandatário da República; O cabo Daciolo, deputado pelo Rio de Janeiro, sempre muito empolgado com a palavra de Deus, como se Ele fora o indicado para resolver nossas mazelas; A Doutora Marina, como sempre, com aquela sua educação esmerada, mas que não demonstra “cacife” para assumir tal cargo, porquanto seria engolida rapidamente pelas “raposas” da nossa política; O Doutor Ciro Gomes, muito engraçado, diz que vai resolver tudo, nada escapará em seu governo, se ganhar, é claro; O Deputado, Capitão do Exército Jair Bolsonaro, mais uma vez agredido, foi até certo ponto poupado de pronunciamentos, até porque numa investida, provocado, viu-se obrigado a dizer que “pensou que estava ali para discutir problemas nacionais e não sobre sua vida pessoal”, tendo sido até aplaudido por parte da plateia; Sobre o Senhor Boulos, nada a registrar, porquanto demonstra ser apenas um fervoroso admirador das elites do PT e, quanto ao Doutor Alckmin, Ex-governador de São Paulo, a meu pensar teve, apesar de poupado, uma boa jornada, em face de sua experiência administrativa e parlamentar, sobressaindo-se de certo modo dos demais concorrentes.
Quero pensar que as candidaturas de alguns são meramente para reduzir a votação de favoritos, ajudando, assim, àquele de seu interesse pessoal ou partidário e até financeiro.
A impressão que se tem, grosso modo, é que a inflação poderá recrudescer, pois a necessidade de dinheiro por parte do governo é premente, o que implicará na elevação da taxa SELIC, que comanda os juros nas transações financeiras do governo com o mercado, a fim de torná-la atraente para os aplicadores. No momento existem algumas opções para quem dispõe de dinheiro: Compra de dólar na baixa, ações de empresas e títulos do governo, estes que estão rendendo apenas 6,5%, que se considera pequeno, eis que chegou aos 14,5% em passado não distante.
Aqui vale registrar que o Banco Central, a fim de controlar a alta do dólar, recentemente utilizou dez bilhões de dólares de nossas reservas na aquisição dessa moeda forte, fortalecendo, desse modo quem vive especulando capital no mercado, comprando na baixa e vendendo na alta ao próprio governo.
A propósito de redução de impostos, puro sonho, veja, por exemplo, o que faz o governo municipal. Quando não eleva a taxa do IPTU anual, reavalia o valor dos imóveis, o que dá no mesmo ou até fica mais vantajoso para os cofres da prefeitura.
Tem-se a impressão de que o governo deu um grande golpe nos poupadores, a exemplo do que fizeram outros entendidos na época dos Planos Collor e Bresser, quando “caparam” os rendimentos da população, ludibriando àqueles que se esforçaram para poupar, gerando milhões de ações judiciais para haver o recebimento daquilo que lhes era devido. Sim, porque parece que a redução recente da SELIC em nada impactou as despesas financeiras da União, haja vista que o débito público só aumenta. Talvez fosse o caso desse assunto ser provocado por economistas e escritórios de advocacia.
Como não se pode, em princípio, reduzir despesas de custeio da máquina pública, que só faz aumentar, inclusive com reajustes para algumas categorias privilegiadas, resta restringir investimentos, esses que são molas propulsoras do desenvolvimento, inclusive, pois, na contratação de mão de obra. Estamos com treze milhões de desempregados, mas não se deve perder de vista a juventude que, a cada ano, coloca cerca de 1,5 milhão de aspirantes ao mercado de trabalho.
Outro assunto que merece destaque é o limite de saque que os bancos impuseram aos seus correntistas e poupadores. Noutro dia um meu amigo foi sacar R$ 5.000,00 e sofreu que só “cachorro doido”, pois teria de ter avisado previamente ao banco. Ora, o limite do cheque especial dele era R$ 18.000,00, a conta estava credora, isto é sem utilização de saques ou compras a crédito, e pra liberar o dinheiro precisou do visto do gerente geral da agência. Mas quando se vai depositar, o tratamento é outro completamente diferente.
Vejo a situação do país bastante sombria. A esperança vai-se esvaindo do seio da população, o caos cada vez mais presente em todos os setores da vida nacional, e isso tudo pode até desanimar os brasileiros. Quando a sociedade desanima, não acredita em solução viável e perde a esperança, o jeito é fundar uma nova república para começar tudo de novo.
Estamos roubados!
Ansilgus
Editado por Georgegus
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