A IDEOLOGIA DOS MISERÁVEIS
É espantoso o que uma crença arraigada, ou uma ideologia política pode fazer com o cérebro das pessoas. Elas provocam imensos escotomas em suas mentes, impedindo-as de ver, ouvir e até de sentir o que está acontecendo à sua volta. É o que acontece com cabeças contaminadas por crenças fundamentalistas como as dos simpatizantes do estado islâmico ou de ideologias radicais de esquerda, como a professada pela senadora do PC do Amazonas, Vanessa Grazziotin. Pois para essa senhora, conforme opinião manifestada na Folha de São Paulo de 26 de maio deste ano, a situação dramática que o povo venezuelano está vivendo não é culpa do atual governo, mas sim dos Estados Unidos e da elite empresarial da Venezuela, que nunca aceitou o fato de o povo daquele país ter eleito um governo popular, como ela chama a ditadura do falecido Hugo Chaves e seu ridículo sucessor, Nicolás Maduro. A tese da senadora comunista é a de que os americanos e as oligarquias locais, que dominavam o comércio do petróleo venezuelano, perderam o controle sobre esse setor da economia e passaram a boicotar o governo messiânico dos chavistas. É a mesma desculpa esfarrapada de todos os governos da América Latina. Nunca computam a causa da suas misérias à sua falta de competência e suas crenças limitantes. Preferem jogar nas costas dos outros a culpa pelas suas más escolhas políticas e o consequente descalabro administrativo que disso sempre advém. Ao que parece, os simpatizantes desse tipo de ideologia não conseguiram entender nem o pensamento do seu maior profeta, o velho e irascível Karl Marx, que na verdade nunca pregou a abolição do capitalismo, mas sim uma distribuição justa entre capital e trabalho da mais valia que a sociedade industrial produz. Quem o fez se deu bem, como os países nórdicos. Seria o caso de perguntar à senadora Grazziotin: a quem a Venezuela iria vender o seu petróleo, senão às nações desenvolvidas, que são os grandes consumidores? O colapso da Venezuela não se deu pelo fato de os americanos e a elite empresarial venezuelana dominarem boa parte desse mercado, mas sim pela queda vertiginosa dos preços desse produto nos primeiros anos do terceiro milênio. E porque o governo chavista, ao invés de usar os resultados financeiros da venda dessa commodity para industrializar e criar uma infra estrutura econômica para o país preferiu gastar essas reservas implantando programas sociais enganadores, que são muito eficientes do ponto de vista eleitoreiro, mas nada produzem em termos de melhora da qualidade de vida para a população. O PT fez a mesma coisa aqui e o resultado é esse que estamos vendo. Talvez a senadora Grazziotin e seus simpatizantes achem que as hordas famintas que estão deixando a Venezuela para viver como mendicantes nas cidades do Brasil e da Colômbia sejam egressos das elites empresariais que o chavismo desapropriou. São todos simpatizantes do capitalismo predador e nesse caso não precisamos ter nenhuma pena deles.
É espantoso o que uma crença arraigada, ou uma ideologia política pode fazer com o cérebro das pessoas. Elas provocam imensos escotomas em suas mentes, impedindo-as de ver, ouvir e até de sentir o que está acontecendo à sua volta. É o que acontece com cabeças contaminadas por crenças fundamentalistas como as dos simpatizantes do estado islâmico ou de ideologias radicais de esquerda, como a professada pela senadora do PC do Amazonas, Vanessa Grazziotin. Pois para essa senhora, conforme opinião manifestada na Folha de São Paulo de 26 de maio deste ano, a situação dramática que o povo venezuelano está vivendo não é culpa do atual governo, mas sim dos Estados Unidos e da elite empresarial da Venezuela, que nunca aceitou o fato de o povo daquele país ter eleito um governo popular, como ela chama a ditadura do falecido Hugo Chaves e seu ridículo sucessor, Nicolás Maduro. A tese da senadora comunista é a de que os americanos e as oligarquias locais, que dominavam o comércio do petróleo venezuelano, perderam o controle sobre esse setor da economia e passaram a boicotar o governo messiânico dos chavistas. É a mesma desculpa esfarrapada de todos os governos da América Latina. Nunca computam a causa da suas misérias à sua falta de competência e suas crenças limitantes. Preferem jogar nas costas dos outros a culpa pelas suas más escolhas políticas e o consequente descalabro administrativo que disso sempre advém. Ao que parece, os simpatizantes desse tipo de ideologia não conseguiram entender nem o pensamento do seu maior profeta, o velho e irascível Karl Marx, que na verdade nunca pregou a abolição do capitalismo, mas sim uma distribuição justa entre capital e trabalho da mais valia que a sociedade industrial produz. Quem o fez se deu bem, como os países nórdicos. Seria o caso de perguntar à senadora Grazziotin: a quem a Venezuela iria vender o seu petróleo, senão às nações desenvolvidas, que são os grandes consumidores? O colapso da Venezuela não se deu pelo fato de os americanos e a elite empresarial venezuelana dominarem boa parte desse mercado, mas sim pela queda vertiginosa dos preços desse produto nos primeiros anos do terceiro milênio. E porque o governo chavista, ao invés de usar os resultados financeiros da venda dessa commodity para industrializar e criar uma infra estrutura econômica para o país preferiu gastar essas reservas implantando programas sociais enganadores, que são muito eficientes do ponto de vista eleitoreiro, mas nada produzem em termos de melhora da qualidade de vida para a população. O PT fez a mesma coisa aqui e o resultado é esse que estamos vendo. Talvez a senadora Grazziotin e seus simpatizantes achem que as hordas famintas que estão deixando a Venezuela para viver como mendicantes nas cidades do Brasil e da Colômbia sejam egressos das elites empresariais que o chavismo desapropriou. São todos simpatizantes do capitalismo predador e nesse caso não precisamos ter nenhuma pena deles.