O SHOW MUNDIAL DE LULA

Quando o juiz Sérgio Moro emitiu o mandado para prendê-lo, o ex-presidente Lula deve ter pensado: Já que a mídia gosta tanto de espetáculo vou ser o protagonista de mais um. Lula é convincente mostrando que o show precisa continuar.

Para uma democracia Lula sempre esteve fora dos padrões. Podemos culpar como fez o ex-ministro e ex-embaixador Rubens Ricupero a nossa Constituição. Concordo com Ricupero. Uma Constituição que permite a cada brasileiro uma interpretação diferente, sempre de acordo com suas convicções e ideologia precisa com urgência ser revista.

Infelizmente para o Brasil, neste atual momento, nenhuma Constituição estará acima de Lula. Apesar dos perigos que isto represente, o ex-presidente atingiu um outro patamar. Gostem ou não, o PT deixou de ser um partido político para se transformar em seita. E sabemos do que as seitas são capazes. Lula é uma seita, e não uma ideia como ele disse.

O que aconteceu na sexta-feira e no sábado como muitos formadores de opinião quiseram fazer parecer, não foi um ato político. A corrente humana formada ao redor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, não era ideológica. Era de devotos num culto a imagem do seu “líder supremo” num momento de “martírio”.

Incrível que após quinze anos governados pelo Partido dos Trabalhadores, os brasileiros ainda se espantem com as imagens. Aquilo que se viu nunca foi uma exceção. Sempre foi a regra petista. E se resta algo de positivo é que talvez, os eleitores conscientes que elegeram Lula no passado, se distanciaram da seita. Sobraram apenas os devotos.

Fiquei espantado sim com a cobertura da mídia internacional. É inacreditável que nos países de primeiro mundo a imagem de Lula permaneça intocada. Aumentando o coro da seita de que Lula foi, é e sempre será um corrupto inocente. Um jornal francês foi ao cúmulo de chamá-lo “pai do povo”.

Mais longe ainda foi o ativista argentino Adolfo Pérez Esquivel. Ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1980. Com Lula prestes a ser preso, Esquivel escreveu uma carta ao comitê do prêmio. Iniciando uma campanha para que Lula receba o Nobel da Paz de 2018.

No relato da carta, Esquivel tenta vender o Brasil como um paraíso sem corrupção criado na Terra por Lula. Alguns diriam que as palavras de Esquivel revelam uma certa inocência e desconhecimento. O que tem ali na verdade, é muita ignorância e a defesa de uma ideologia doentia. Que tenta enganar a todos e a si mesma.

Ignorância pura e simples algumas vezes é aceitável. Quando ela tenta alçar para o mesmo nível num mesmo parágrafo Lula e Martin Luther King, acende-se perigosamente um sinal. A ignorância de Esquivel começa a cometer seus sacrilégios.