Diante da ordem de prisão do seu líder, não sobrou ao PT nenhuma opção além de insistir na cediça tese da perseguição política e do complô da direita para tirar Lula das próximas eleições. É o que resta para os petistas depois de tudo o que aconteceu. Afinal, como dizia Goebbels, o inefável ministro da propaganda de Hitler, a verdade nada mais é que uma mentira repetida à exaustão.
Lula foi submetido à uma investigação pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. Custoso é acreditar que todos os investigadores que trabalharam no processo fossem desafetos do ex-presidente ou adversários ideológicos do PT. Depois ele foi denunciado pelos procuradores da República. Será que eram todos anti-petistas? Em seguida foi julgado por um juiz singular. Poderíamos até acreditar que o Dr. Sergio Moro tivesse algum viés ideológico contrário ao PT e por isso não gostasse do Lula. E que isso possa ter influenciado na condenação. Difícil de engolir, mas é possível. Depois a sentença foi confirmada (e agravada) por um tribunal composto por três desembargadores. Isso no Rio Grande do Sul, que nas últimas décadas tem consagrado o PT nas urnas. Aí já fica bem mais difícil acreditar que os magistrados tenham julgado Lula com algum sentimento tendencioso. Só mesmo um sujeito muito engajado poderia pensar numa coisa dessas. Em seguida o recurso de Lula foi analisado pelo Supremo Tribunal de Justiça em sede de habeas corpus. Um ministro, por voto singular, recusou o recurso e depois cinco ministros, por unanimidade, também denegaram o habeas. Será que todos os magistrados do STJ são adversários do PT ? Nem um talebã, com seu fanatismo fundamentalista acreditaria numa possibilidade dessas.
Por fim temos o Supremo Tribunal Federal, onde a maioria dos Ministros foi indicada pelo PT. Alguns deles, como Lewandowsky e Tofolli, principalmente, visceralmente petistas. E outros, como Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello, comprometidos com políticos na mesma situação, estavam do seu lado por razões óbvias. E ele perdeu por seis a cinco.
Resta agora continuar dizendo que todas as condenações de Lula são políticas. Al Capone, Jesse James, Fernandinho Beira Mar, Eduardo Cunha e Sérgio Cabral poderiam dizer o mesmo. Sempre haverá quem acredite. Afinal, há quem diga que o PT não é um partido político, mas sim uma dessas seitas que fazem lavagem cerebral nos seus membros. Começo a acreditar nessa possibilidade. Por que para continuar achando que o Lula é inocente e está sofrendo perseguição política, depois de ter passado por todas as instâncias judiciárias (dois juízes singulares e três tribunais) é preciso mesmo ter sofrido uma lavagem cerebral. Ou então ser muito cara de pau, que parece ser o caso dos petistas. Só esperamos que a Justiça, que foi tão rápida com ele, também funcione para aqueles, que depois da eleição, perderão o foro privilegiado. Se não, começaremos a pensar também, não que há uma perseguição ao líder petista, mas que existe, no mínimo, discriminação.