PROFESSORES, FUTEBOLISTAS, CAPITALISMO E RAZÃO: UMA ANÁLISE.
Nos últimos anos – e já não era sem tempo- a discussão política no Brasil ganhou contornos de novela mexicana, com drama venezuelano: de um lado, a choradeira dos que só enxergam EMOTIVIDADE em cada um dos vários espectros políticos, e do ou outro, aqueles que só enxergam...MAIS EMOTIVIDADE.
A dicotomia Direita X Esquerda não é recente. Verbos como “Oprimir”, “Censurar”, “doutrinar”, “lutar”, entre tantos outros de maior ou menor apelo emocional, são utilizados por ambos os lados há mais tempo do TODOS que leem esse texto, respiram. E acredito que isto NÃO é novidade para muitos de vocês. Mas para uma parcela significativa dos brasileiros, nos últimos anos, é: parecem ter despertado de um estado de letargia política – majoritariamente influenciada pelo inegável alcance das redes sociais- que agora figura num passado próximo, mas que, pelo visto, não se repetirá. Estamos mais atentos aos movimentos políticos, mais incisivos em nossas cobranças e, paradoxalmente, mais IMBECIS.
Na obra “A República”, Platão já assegurava que “A velhice é um estado de repouso e de liberdade no que respeita aos sentidos. Quando a violência das paixões se relaxa e o seu ardor arrefece, ficamos libertos de uma multidão de furiosos tiranos”. Ele estava certo: analisar espectros políticos por meio da PAIXÃO, é de uma estupidez corriqueira, mas ainda assim, imperdoável: POLÍTICA é uma SERVA da Humanidade. Não deveria nos escravizar, automatizar-nos ao nível da mera REPETIÇÃO sem filtro.
Todavia, encontramos nestes e nos dias pretéritos, criaturas – esquerdistas, direitistas, centristas ou de qualquer outro espectro político- que agem exatamente como deveriam evitar: tomando suas fraquezas, medos, invejas, ciúmes, frustrações, recalques e tantas outras mazelas genuinamente HUMANAS, como se fossem “salvos-condutos” para a defesa de certa posição dita “política”, mas que não passa de “agenda pessoal” de um grupo muito bem definido, previamente: a Bancada Cristã afirma que “mais Deus” terá o condão de melhorar o país, ao tempo em que a Bancada Esquerdista defende que “mais Estado” é a solução dos nossos conhecidos - e, ao que parece, perpétuos- problemas; Sociais-Democratas não se fazem de rogados ao sugerir que o Estado do Bem-Estar Social ( usar as benesses do Capitalismo para alavancar uma sociedade socialista, mas SEM desprender-se desta) seria a “solução” para o mundo. Defensores do Liberalismo Econômico afirmam e demonstram que países com mais LIBERDADE ECONÔMICA – menor intervenção estatal nas relações entre pessoas físicas e jurídicas- são mais PRÓSPEROS. Os FATOS e DADOS críveis, demonstram que aos últimos, assiste razão.
Em que pese o fato de que o sistema Capitalista NÃO fornece – nem deveria, já que é um sistema econômico, criado por HUMANOS, e como todo HUMANO, tem suas limitações- todas as respostas, não se presta a “igualar” todos – e nem deveria, uma vez que NÃO somos iguais-, entendo que ele é o MAIS JUSTO, no que se refere à possibilidade de MOBILIDADE SOCIAL – sair de uma categoria para outra dita “superior”-, quando permite, pela MERITOCRACIA (palavra abominada pelos que creem que o Estado “deve” nos fornecer TUDO – inclusive a capacidade inata de desenvolver as próprias habilidades), que aqueles com mais MÉRITO intelectual ou físico atinjam posições e RESULTADOS melhores que outros.
Ao contrário do que muitos podem estar imaginando, a esta altura do texto, a “IGUALDADE” pregada pelos esquerdistas NÃO iguala ninguém, apenas faz com que aqueles MAIS CAPACITADOS OU DISPOSTOS sejam REDUZIDOS ao nível daqueles que NÃO se esforçam, trabalham, desejam ou criam tanto quanto os outros: é uma “nivelação por baixo”.
É FATO NOTÓRIO que algumas pessoas têm MAIS talento que outras, para certas atividades: eu, por exemplo, nunca tive paciência e/ou vocação para ensinar. Mas pq eu deveria criticar ou invejar o SUCESSO (revertido em salário, ganhos monetários) daqueles que têm e sbame ou souberam explorar tal talento/vocação e conseguem ter uma vida MAIS MONETARIAMENTE CONFORTÁVEL que a minha, ensinando, ainda que esta NÃO represente a realidade da grande maioria dos que lecionam? O mesmo aplica-se aos esportes, áreas das Ciências, finanças, entre tantas outras. NÃO EXISTE RESPOSTA RACIONAL, para este tipo de comportamento: quando um jogador de futebol recebe MILHÕES por mês, o que se avalia NÃO é o “retorno social” dele para a sociedade, mas sim para aqueles que o PATROCINAM e ADMIRAM: basicamente, oferecer um salário de R$ 2 milhões a um jogador e de R$ 2 mil a um professor, NÃO significa “desvalorizar o professor”, mas apenas reconhecer o ÓBVIO: em que pese o fato dos ensinamentos dos professores serem mais duradouros e significativos para o conjunto da SOCIEDADE que as atuações em campo dos jogadores, o RETORNO FINANCEIRO do jogador, para as empresas e clube que o patrocinam/expõem é bem mais imediato. E é justamente por isto, que ele recebe muito mais: ao contrário de um professor competente, a “vida útil” – para os patrocinadores- de um jogador mediano/bom, geralmente é bem curta. Os lucros monetários, também. Aplique a analogia aos jogadores EXCEPCIONAIS, e terá a resposta para a pergunta “porque recebem tanto”?
RECONHECER que existe valoração a cada profissão, de acordo com a demanda e importância sazonal –ou não – dada a ela, NÃO configura uma “concordância com a exploração do Homem pelo Homem”, mas apenas mero exercício de RACIOCÍNIO, como expliquei no parágrafo anterior: perceber que pessoas que dão mais LUCRO MONETÁRIO merecem receber MAIS, NÃO é nenhum “salvo-conduto à “injustiça”, como alguns entendem.
Pelo contrário: quem mais PRODUZ monetariamente, DEVE receber mais monetariamente. É por isto que a IMPORTÂNCIA SOCIAL de um professor NUNCA será rebaixada a de um jogador de futebol ou o lucro monetário de um jogador será tão reduzido ao de um professor: professores, temos aos milhares, todos os anos, saindo de centenas de faculdades, país afora: jogadores excepcionais ou medianos, são POUCOS, a cada década. E por isto recebem MAIS que aqueles profissionais que são mais COMUNS no mercado, por mais que suas percepções pessoais digam o contrário do que afirmei. É uma simples relação econômica entre Oferta X Demanda: quanto MENOR a Oferta, MAIOR o “preço” que se paga pelo bem/serviço. E isto acontece em QUALQUER LUGAR deste planeta. Em qualquer aspecto que se julgue...
Defender o Capitalismo NÃO é o mesmo que “defender a exploração”, mas ao contrário, reafirmar que a MERITOCRACIA é a forma mais JUSTA de remuneração pessoal e social que já foi inventada: professores têm MÉRITO social ao demonstrar sua IMPORTÂNCIA para o bojo da Sociedade, ao tempo em que jogadores de futebol têm sua IMPORTÂNCIA comercial para aqueles que os patrocinam. É tão simples quanto 1+1= 2.
Mas se você INISISTIRÁ em afirmar que “TODOS” devem receber e TER O MESMO, com base na UTOPIA do que você entende por “sociedade igualitária”, lembre: se chegarmos à sociedade que você almeja, seus esforços NÃO serão mais compensados que a PREGUIÇA do seu vizinho, uma vez que você defendeu que TODOS devem ser nivelados por baixo. Se você entende isso como “Justiça”, aconselho que reveja seu entendimento sobre nossa quista e idolatrada senhora cega e, supostamente, certeira.