PRISÃO DA CÚPULA DA ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA

Prisão da cúpula da Administração Penitenciária abriu caminho para faxina em presídios

Brasil 25.03.18 09:05

“A cadeia fala, e eu quero escutá-la.”

Foi o que disse ao Globo o delegado da Polícia Civil David Anthony, ex-corregedor-geral do Detran, que assumiu a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do Rio de Janeiro após a prisão do coronel da PM César Rubens Monteiro de Carvalho e do sucessor dele no comando da pasta, o também coronel da PM Erir Ribeiro das Costa Filho Ribeiro.

O primeiro é acusado de comandar uma máfia que desviou recursos do esquema de fornecimento de pães aos presídios fluminenses; o segundo, de envolvimento com mordomias oferecidas a Sérgio Cabral e aliados na cadeia de Benfica.

A queda da cúpula da Seap removeu os obstáculos que impediam investigações profundas no sistema penitenciário, segundo promotores ouvidos pelo jornal.

Apoiado pelo general interventor Walter Souza Braga Netto, David Anthony deu início a uma série de vistorias nas quase 50 unidades prisionais do estado.

“Em menos de dois meses, já apreendeu nas celas, entre outros ilícitos, 700 celulares, 3,8 mil papelotes de cocaína, quatro granadas e três balanças — sinal da existência de bocas de fumo nas unidades.”

Mas retirar os celulares em operações isoladas não é suficiente, porque, no dia seguinte, os aparelhos estão de volta; então é preciso atacar os esquemas de acesso.

Anthony anunciou que a Seap terá uma corregedoria geral sob comando de um delegado federal, que terá sob o seu guarda-chuva o setor de inteligência do órgão produzindo informações sobre a conduta de agentes penitenciários, além do que circula nas celas e se reflete nas ruas do estado.

É neste sentido que Anthony quer “escutar” a cadeia.

O Antagonista
Enviado por Miguel Toledo em 25/03/2018
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