DE NOVO O GILMAR MENDES
Ontem, no Supremo Tribunal Federal, o bilioso e irascível Ministro Gilmar Mendes protagonizou mais uma cena lamentável. Desancou seus colegas de bancada, criticou a presidente do Tribunal e mostrou o seu lado mais agressivo e temperamental, ao dirigir as baterias do seu canhão de injúrias contra os próprios colegas, por estes não estarem seguindo as suas vergonhosas passadas em busca de uma forma de obstruir a operação Lava à Jato. Não bastasse o fato de ele ter se tornado o anjo protetor dos criminosos de colarinho branco, ele agora quer se tornar o paladino da impunidade, revigorando o indecoroso entendimento de que só deve ser preso o réu que tiver sua sentença confirmada em todas as instâncias permitidas pelo nosso moroso, ineficiente e falido sistema judiciário penal. Com isso, os corruptos políticos que estão sendo devidamente apenados pelos juízes de primeira e segunda instância, alguns deles já cumprindo suas penas na cadeia, ficariam lindos, leves e soltos até que suas majestades, os juízes do Supremo Tribunal Federal, ele incluso, se pronunciem sobre a culpabilidade do réu. Dessa forma, nenhum dos condenados da Lava à Jato acabariam indo para a cadeia, pois a maioria já passa dos quarenta anos de idade e um processo desses, para chegar a ser julgado no Supremo, tem levado pelo menos vinte anos. Paulo Maluff que o diga. Se não fosse tão longevo jamais teria sido preso, pois foi denunciado no ano 2.000 e só recentemente teve a sua sentença confirmada no Supremo. Pergunta-se: porque Gilmar Mendes terá enveredado por esse caminho tortuoso, estranho e tão suspeito? Em nossa opinião por dois motivos: primeiro por que ele tem mais cabeça de político do que de juiz. Seus julgamentos são informados mais pelas conformações políticas que envolvem o fato do que pela moldura jurídica que ele, em si, deve ser colocado. Segundo, por inveja. Gilmar Mendes já mostrou, em suas diatribes contra o Ministério Público e contra os seus colegas de primeira e segunda instância, o quanto ele os inveja pelo protagonismo que esses juízes e promotores vêm assumindo nos julgamentos dos crimes cometidos pelos políticos e empresários que estão sendo apanhados na rede da Lava a Jato. Ao conceder indiscriminadamente habeas corpus para políticos e empresários, que comprovadamente assaltaram os cofres públicos, ele tem mostrado que pouco está se lixando para a justiça e para o bem estar do país. Ele só quer preservar um sistema que o beneficia e aos amigos que o puseram nesse Tribunal, que diga-se de passagem, pouco tem contribuído para se fazer justiça neste país. Ter um indivíduo como Gilmar Mendes vestindo a toga da Corte Suprema da nação é um claro sinal do quanto a moral e o civismo deste pais está apodrecido. A propósito, se temos que fazer algumas reformas profundas para que o Brasil possa se tornar um país um pouquinho mais sério, essas reformas talvez devam começar pelo Judiciário. Pois um pais sem Justiça não vai a lugar nenhum.
Ontem, no Supremo Tribunal Federal, o bilioso e irascível Ministro Gilmar Mendes protagonizou mais uma cena lamentável. Desancou seus colegas de bancada, criticou a presidente do Tribunal e mostrou o seu lado mais agressivo e temperamental, ao dirigir as baterias do seu canhão de injúrias contra os próprios colegas, por estes não estarem seguindo as suas vergonhosas passadas em busca de uma forma de obstruir a operação Lava à Jato. Não bastasse o fato de ele ter se tornado o anjo protetor dos criminosos de colarinho branco, ele agora quer se tornar o paladino da impunidade, revigorando o indecoroso entendimento de que só deve ser preso o réu que tiver sua sentença confirmada em todas as instâncias permitidas pelo nosso moroso, ineficiente e falido sistema judiciário penal. Com isso, os corruptos políticos que estão sendo devidamente apenados pelos juízes de primeira e segunda instância, alguns deles já cumprindo suas penas na cadeia, ficariam lindos, leves e soltos até que suas majestades, os juízes do Supremo Tribunal Federal, ele incluso, se pronunciem sobre a culpabilidade do réu. Dessa forma, nenhum dos condenados da Lava à Jato acabariam indo para a cadeia, pois a maioria já passa dos quarenta anos de idade e um processo desses, para chegar a ser julgado no Supremo, tem levado pelo menos vinte anos. Paulo Maluff que o diga. Se não fosse tão longevo jamais teria sido preso, pois foi denunciado no ano 2.000 e só recentemente teve a sua sentença confirmada no Supremo. Pergunta-se: porque Gilmar Mendes terá enveredado por esse caminho tortuoso, estranho e tão suspeito? Em nossa opinião por dois motivos: primeiro por que ele tem mais cabeça de político do que de juiz. Seus julgamentos são informados mais pelas conformações políticas que envolvem o fato do que pela moldura jurídica que ele, em si, deve ser colocado. Segundo, por inveja. Gilmar Mendes já mostrou, em suas diatribes contra o Ministério Público e contra os seus colegas de primeira e segunda instância, o quanto ele os inveja pelo protagonismo que esses juízes e promotores vêm assumindo nos julgamentos dos crimes cometidos pelos políticos e empresários que estão sendo apanhados na rede da Lava a Jato. Ao conceder indiscriminadamente habeas corpus para políticos e empresários, que comprovadamente assaltaram os cofres públicos, ele tem mostrado que pouco está se lixando para a justiça e para o bem estar do país. Ele só quer preservar um sistema que o beneficia e aos amigos que o puseram nesse Tribunal, que diga-se de passagem, pouco tem contribuído para se fazer justiça neste país. Ter um indivíduo como Gilmar Mendes vestindo a toga da Corte Suprema da nação é um claro sinal do quanto a moral e o civismo deste pais está apodrecido. A propósito, se temos que fazer algumas reformas profundas para que o Brasil possa se tornar um país um pouquinho mais sério, essas reformas talvez devam começar pelo Judiciário. Pois um pais sem Justiça não vai a lugar nenhum.