Luta de classes contemporânea
Antes que se pense tratar de uma declaração de guerra vinda da favela, pelo contrário, sabemos que essa disputa por privilégios não é de hoje.
Causada pela história dos mais fortes, dos braços à ilusão, esses mesmos que iludem também se iludem, pois, é comum percebermos hoje em dia guerra declarada.
Porém, o que muitos não sabem e como dizia Tom Zé, a cobra já começou a comer o próprio rabo. Trata-se da humanidade que, sem saber que é a própria cobra, não cuida do seu próprio rabo, seu povo. É fera de si mesmo. Lutam por direitos na escola e quando não é dominada pelo saber, requer sangue.
Não digo que o sangue seja uma coisa que acontece do nada, mas, é
constantemente derramado pela dor e pela desigualdade. Pelas vantagens alheias, requer os seus direitos pelo prazer de morrer.
Sendo coisa de sociólogos, talvez a dinâmica dos acontecimentos seja coisa difícil capturar num instante. Todavia, teimo em dizer que todos percebem o tratado das mortes.
Determinada de vários modos, a guerra começa a ganhar contornos de classes. Os desafiadores da "Lei" avançam. Mais polarizado, com o tempo e com a fome aprende-se a não atentar contra os seus, a não ser quando se trata de negócios e poder. É povo contra povo! Confusos, tentam afastar o medo ao mesmo tempo que pensam em fortalezas.
Muitos também já compreendem que heróis são construções, montam seus arquétipos particulares de defensor e dão-lhe comandos. São muitas sociedades de feridos, por aqui jovens começam a tomar dianteira pela luta de 500 anos dos direitos, ao que é comum em muitas sociedades, estes avançam sem espadas, mas, com a vida na boca: assumem balas pelo risco do logro ou sucesso.
Nesse momento, cangaceiros do novo estado moderno vivem contemporizados para tal. Alguns já homenageiam os seus, pela coragem, pela determinação. Jovens que se levantam contra a esmola, e agora, não querem declinar.
Como a juventude é corajosa. E não se trata de apologia, ou lógica, ou do próprio logos, mas, do etos que é hábito viciado na ética do seu próprio povo: Vê os seus morrer e entende do que se trata.
A cobra começa a comer seu próprio rabo. A humanidade se entrega ao seu próprio veneno: a guerra mata todos os lados. Desde aqueles mesmos que deixaram estes a beira do colapso até os corajosos que cobram na luta o sangue.
Assim, em investidas contra o patrimônio e a vida morre a sociedade. E por outro lado, corpos se enfileiram nas favelas evocando uma reação. Cobra de si mesmo a humanidade declina presa de todos os lados. Num "sistema perfeito: Alguns se escondem no "suborno" estatal e fecham os olhos, outros, vendo tal cegueira, subtraem dos vigilantes do bem em torno do rei bens e vidas que acabam rifadas.