BRASIL FEUDAL
De vez em quando, tempos atrás, associava o Brasil atual com a época colonial. Um país tendo em seus projetos econômicos, políticos e sociais uma interferência colonizadora e brutal de sistemas internacionais como o F.M.I.. Praticamente em todas as reformas precisava do aval destas instituições financeiras, estávamos sendo colonizados novamente.
Ou será que nunca deixamos de ser colônia?
Hoje percebo uma mudança relevante quanto a esta intervenção externa explícita mas, por outro lado, solidifica-se cada vez mais um poder perigoso de 'trocas de favores' entre os governantes (suseranos) e os empresários endinheirados (vassalos, pagadores de tributos). Este 'cartel entrincheirado' enfraquece cada vez mais os poderes constituídos, pois as leis que legitimam estes poderes são burlados às claras, a olhos vistos. Um verdadeiro estilo feudal modernizado, em que as 'barganhas', o tráfico de influências e a tentativa de perpetuação do poder são naturais, fatos estes que me remetem ao suntuoso período medieval.
O Brasil é um país miscigenado, não só em raças e culturas mas também em sistemas políticos. O que se vê hoje no cenário nacional é uma verdadeira 'salada' de regimes e, algumas vezes regime nenhum (se tem trinta e cinco partidos registrados no T.S.E.). Há Ditadura (direitos civis sendo jogados no lixo, toque de recolher camuflado, deveres obrigatórios como o voto, a Voz do Brasil, horário de verão). Há Monarquia (as casas do governo são chamadas de palácio; perpetuidade e hereditariedade, pessoas que nunca deixam o poder e até passa de pai para filho). Há Parlamentarismo (ministros ditando e escolhendo os rumos do país, exonerando executivos, libertando presos políticos).
Há Democracia?