Perspectivas nebulosas
Nesse início de ano, podemos dar uma parada para refrescar a memória ou fazer uma tímida retrospectiva.
A ditadura teve poderes discricionários, tais como o pérfido AI-5 – prendeu, torturou, assassinou, jogou pessoas no oceano do alto de aviões –, e no que deu? A Reforma Agrária não aconteceu (aliás, nem podia porque era coisa de comunistas). Os problemas com a Educação, Saúde, Transportes, Habitação continuam.
Referendado por expressivo apoio popular, o PT também teve o poder que a esquerda tanto esperava. E no que deu? A Reforma Agrária não aconteceu. Os problemas com a Educação, Saúde, Transportes, Habitação continuam. Agravados agora pelos alarmantes casos de corrupção, envolvendo inclusive pessoas ligadas à chamada esquerda. Corrupção que se não foi inventada pelo PT – e temos aí o Maluf como prova –, intensificou-se nos governos petistas, sobretudo após o Mensalão. De que Temer, vice de Dilma, de uma forma ou de outra não deixa de ser a continuação.
Mas há os que advogam uma nova intervenção militar como a solução apropriada. Como há os que, indignados com o que chamam de “golpe”, sustentam que o PT seria ainda a solução indicada.
Só que estamos em 2018. Não seria o caso de esperarmos por novidades? Mas quais? Será que conseguimos vislumbra-las?
De qualquer forma, em que pese a diferença do período de existência midiática ou de projeção popular, Lula parece tão jurássico quanto Roberto Carlos. E quanto aos militares, esses não deveriam deixar seus quartéis a não ser para o patrulhamento de nossas fronteiras, cuja redução é sistematicamente cobiçada por países mais poderosos. Sendo ainda não menos importante o objetivo de “coibir o tráfico de armas e o narcotráfico, crimes transnacionais”. Portanto, um trabalho (de patrulhamento) com toda certeza capaz de significar a ocupação de expressivos contingentes das nossas FFAA.
Nesse sentido, parece que não há claras perspectivas a priori, devemos admitir. Contudo, temos, pelo menos, o dever de reconhecer aquilo que experimentamos. Isso não pode passar despercebido.
Paris, 020118