A Fuga
A fuga da família real para o Brasil pegou o povo português de surpresa.
Nos últimos dias que antecederam o embarque da família real para o Brasil havia uma movimentação atípica de pessoas e mercadorias no porto. Dava até para desconfiar que alguma coisa de estranho estava acontecendo.
No entanto, nunca passou pelas cabeças dos súditos de Sua Majestade que toda a família real estava fugindo para o Brasil, deixando o povo abandonado à própria sorte.
Os portugueses ficaram completamente desprotegidos diante da animosidade das tropas de Napoleão Bonaparte, sob o comando do general Junot, que avançavam no território português.
Realmente, não dava para imaginar a engenhosidade da família real, onde só a Rainha Dona Maria I, a louca, teve um momento de lucidez, ao dizer para os cocheiros da carroça que a transportava: “Vocês estão correndo muito. Vão mais devagar, assim pensarão que estamos fugindo”.
A situação dos portugueses não era nada fácil.
Ora, Imagine você, se um belo dia o brasileiro acordasse e tomasse conhecimento pelos jornais, em edição extraordinária, que o Presidente da República Michel Temer estava fugindo levando consigo sua bela jovem esposa Marcela, seu filho Michelzinho, todos os ministros e os funcionários mais graduados dos ministérios, além de todos os deputados, senadores e ministros dos tribunais superiores e do STF.
Com o presidente e comitiva também iriam todos os nossos reais que se encontravam depositados nos bancos oficiais, inclusive as joias em penhor depositadas na Caixa Econômica Federal.
Também o presidente havia levado todo o dinheiro dos depósitos dos bancos particulares que se encontrava sob custódia do Banco Central do Brasil.
A comitiva presidencial (dizia William Bonner, o repórter âncora da Rede Globo, em edição extraordinária) – está partindo com destino ao Líbano, do porto de Sepetiba (RJ), em navios da Marinha de Guerra e da Petrobrás.
Alguns do povo, quando souberam da fuga, se dirigiram ao porto, mas os navios já haviam zarpado. Ficaram os brasileiros, portanto, a ver navios.
Pois bem, foi o que aconteceu em 1808.