COMO SERÁ O BRASIL DE AMANHÃ?

O Brasil está imerso numa crise política sem precedentes na sua história. Isso nos leva à incerteza do que acontecerá até num futuro próximo, porque os fatos cotidianos noticiados revelam um comportamento de muitos dos agentes políticos de nosso país, pautado em desvios éticos que estão levando a população ao descrédito de suas instituições.

È desanimador ver que a impaciência popular não está se manifestando nas ruas, produzindo uma apatia perigosa, demonstrando, lamentavelmente, que estamos despreparados para enfrentar o necessário período de transição. É angustiante perceber essa realidade.

Não quero aqui defender ou acusar quem quer que seja. Afinal de contas, compreendo que todos nós temos parcela de culpa nisso tudo. Somos vítimas de um sistema político viciado, que ajudamos a se estabelecer, contaminado pela corrupção, onde o jogo de poder é protagonizado pelos que não se inibem em fugir dos princípios éticos e morais para alcançarem seus objetivos.

Até no momento em que tivemos avanços, com a implementação de políticas que resultaram em diminuição da desigualdade social e da pobreza, concluímos que só foram possíveis porquanto propostas erguidas sobre a areia movediça dos conchavos políticos patrocinados pelos que detinham força partidária e econômica. As elites nunca abriram mão de serem protagonistas das ações políticas em nosso país. Ficamos, portanto, reféns dos seus interesses. Por um tempo admitiram compartilhar com as camadas sociais desassistidas os bônus da prosperidade. Quando se cansaram disso, resolveram romper acordos de ontem e estabelecer um novo conceito de governabilidade e de tratamento sócio-econômico da nação.

E agora a pergunta que nos incomoda: para onde estamos indo? A república está cambaleando. A promessa de um país nos trilhos não se efetiva. A fila de desemprego em índices crescentes. Direitos conquistados historicamente sendo retirados com o discurso de que se busca a modernização das relações de trabalho. Universidades, hospitais e escolas sem verbas para seu funcionamento pleno. Em quem depositar a crença de que experimentaremos um novo tempo, livres das mazelas da corrupção?

Estamos ainda sendo impactados pelas medidas propagandeadas como de combate à corrupção e à impunidade, executadas pela “lava jato”, embora se percebam posturas que nos levam, em alguns casos, a duvidar da isenção político-partidária dos seus agentes. De qualquer forma, é indiscutível sua importância como uma revolucionária reação aos costumes políticos e de gestão pública nocivos aos princípios do exercício honesto da democracia.

Há uma confusão ideológica, propositadamente alimentada pela grande mídia e grupos políticos e econômicos poderosos, na intenção de promover a divisão entre os brasileiros. Estamos, portanto, numa arquibancada, assistindo o jogo, sem a força de participação no seu resultado, uma vez que divididos. Pior ainda, perdendo a racionalidade, considerando a radicalização de pensamento de parte a parte. É hora de união nacional. Só assim conseguiremos vencer os nossos verdadeiros adversários, aqueles que, a qualquer custo, querem manter o domínio da situação pensando só neles.

Rui Leitão
Enviado por Rui Leitão em 16/11/2017
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