CENÁRIOS ASSUSTADORES
Quando instigados a opinar sobre possíveis cenários políticos para 2018, os cientistas políticos ousam falar apenas de dois. Sobre um terceiro que as pesquisas eleitorais indicam, há uma espécie de silêncio. Não sei o que esse silêncio significa, mas podemos fazer algumas conjecturas.
O primeiro cenário trata de uma candidatura econômica. Um sonho que os mercados financeiros começam alimentar para o Brasil. Com um crescimento ainda cambaleante, procuram um novo FHC como alternativa. Que pode ser Henrique Meirelles. Observem juros e inflação, de repente “forçados”, descendo a ladeira.
Claro, existe um problema. Este Ministro da Fazenda não tem na manga o coringa do Plano Real. Desde que assumiu, Meirelles vem se notabilizando como um especialista em promover o terrorismo econômico. Para que as reformas que agradam os mercados financeiros sejam aprovadas, nosso ministro usa ameaças de cortes aqui e acolá.
Não creio que trocar um governo corrupto por um terrorista econômico que caiu nas graças dos mercados seja o melhor dos cenários. Só que existem sempre os detalhes. Havendo possibilidade de vitória e sem plano B, PSDB e PMDB darão apoio e se agarrarão a ela. Afinal, só interessa manter-se no poder. E nem precisa ser Meirelles.
O segundo cenário parece assustar todos os cientistas políticos. O cenário do aventureiro. Quando falam de Jair Bolsonaro, fazem questão de lembrar Collor de Mello.
Os brasileiros parecem propensos a procurar “salvadores”. Com um grande empurrão da mídia, quem depois intitulou-se “caçador de marajás” foi eleito. Em seguida, foi a vez de procurar o “salvador” num trabalhador. Agora parece que o hipnotismo do novo “salvador” foi ter usado farda. De salvador em salvador estamos ficando sem salvação.
Justamente por lembrar Collor de Mello, Bolsonaro é o cenário menos assustador. Sem apoio político ninguém consegue governar. A não ser que se “venda”, poderá ser mandado embora rapidamente. E vender-se parece estar no DNA dos políticos.
O cenário das pesquisas é o mais assustador e sombrio. Nossa grande tragédia seria a recondução de Lula e do PT ao poder. Um cenário perfeitamente possível, diante de juízes e decisões que perderam toda a credibilidade. É difícil compreender essa vontade de reconduzir Lula à presidência, ao mesmo tempo que a corrupção encabeça a lista dos maiores problemas do país. Talvez, e explicação esteja num país de despolitizados.
E Lula terá apoio político? Nunca duvidem disso. Se precisar, o PMDB usará sua camuflagem de “aproveitador de ocasião”. Por poder, deixará o PSDB com a canoa furada e subirá novamente no agora “iate” do PT. Ao som de “Amigos para Sempre”.