DESMISTIFICANDO A LAVA-JATO

Muitos pensam, ingenuamente, que política é algo decidido apenas internamente. Nunca foi e nunca será! Essa ideia chega a ser infantil.

Dilma não caiu em razão das famosas e decantadas "pedaladas", e sim porque desagradou a muitos setores e também porque havia um grupo que conspirava para assumir o poder, o grupo de Cunha e Temer.

Seis pontos levaram à derrubada de Dilma:

1- O PT mostrava-se firme em sua decisão de não entregar o pré-sal.

2- A turma de Cunha bolou um plano para assumir o poder à força, que envolvia o financiamento e controle de muitos deputados.

3- O governo já não tinha de onde tirar dinheiro para pagar os juros da dívida pública e o PT mostrava-se pouco disposto a fazer as reformas trabalhista e previdenciária exigidas pelos neoliberais do sistema financeiro internacional e que possibilitariam a continuidade da agiotagem de que somos vítimas há décadas.

4- As empreiteiras e a Friboi substituíram os bancos e mineradoras no papel de maiores financiadoras de campanhas políticas (fato que dava muito poder a essas empresas), além de virarem grandes concorrentes de multinacionais em todo o mundo.

5- A elite política brasileira tornava-se muito poderosa, já que financiava a si própria, como podemos ver na delação de Lúcio Funaro que aponta o Cunha como financiador de muitas campanhas.

6- Os BRICS ameaçavam o domínio econômico e financeiro norte-americano neste país.

Em razão do exposto, a influência do sistema financeiro internacional e das multinacionais diminuía no Brasil, colocando em risco os privilégios que eles têm por aqui. Portanto o PT desagradava a europeus e americanos, por isso Dilma virou alvo.

Claro que a Lava-Jato é uma operação essencialmente política. O interesse externo orienta a Lava-Jato, daí o poder de Moro e sua tranquilidade em fazer o que bem entende.