Crise Política na Catalunha

Após a transição democrática ocorrida em meados da década de 1970, o pluralismo interno da sociedade espanhola foi respeitado com a aprovação do Estatuto das Autonomias que agrupa as 50 províncias em 17 regiões autônomas. As deficiências do sistema e os episódios de recentralização, por parte do governo central, causam insatisfação na sociedade catalã. O diálogo e a negociação não ocorrem por causa das posições extremadas: manutenção do status quo versus a independência da região. Nenhum dos lados discute novos horizontes de auto-governo, definir e melhorar as competência da "Generalitat" (governo da Catalunha), ampliar financiamentos e investimentos estruturais, criar o estatuto da língua catalã nas universidades e outras instituições do Estado, dar maior visibilidade da cultura e implantar uma reforma constitucional com a introdução do federalismo que é melhor do que a ruptura com a Espanha.

Mariano Rajoy foi uma das vozes mais críticas ao novo Estatuto de Autonomia da Catalunha em 2005 e 2006. Seu partido recolheu mais de 4 milhões de assinaturas para pedir um referendo para sua aprovação. Após a fracassada a iniciativa, foi apresentado recurso ao Tribunal Constitucional que anulou parcialmente o Estatuto em 2010. Agravado pela crise econômica e pelos escândalos de corrupção que engolfaram seu partido durante a legislatura 2011-2015, o incêndio político provocado pelo atual primeiro-ministro levou ao impasse na formação do governo após as eleições em 2015 e, novamente, após a convocação de novas eleições em 2016. Seu governo minoritário não foi uma decisão acertada, pois a escalada de seu confronto pessoal contra a Catalunha exige agora a sua saída definitiva e a convocação de novas eleições.