BALCÃO DE NEGÓCIOS

Temos um congresso? Temos. Ele é orgânico? Não! Aquilo é um balcão de negócios (excetuando os congressistas de sempre) na mais pura acepção da expressão. Entretanto, é bom que se ressalte, ele não é composto de ET’s desclassificados, expulsos de alguns planetas de fora do sistema solar. Ao contrário: foram eleitos por nós! Evidente que muitos de nós, com algum esclarecimento político, não escolhemos alguns daqueles que chafurdaram por estas recentes noites tenebrosas no Palácio do Jaburu, dividindo o cocho de lavagem com o ocupante da cadeira do Palácio do Planalto. Mas representam a média da sociedade.

A quadrilha que viceja e que ontem revezou-se ao microfone para declarar voto em favor do arquivamento da denúncia contra o chefão (especialista de longa data em chafurdar no mundo da corrupção), tomou de assalto, sem nenhum pudor diga-se, governo e estado brasileiros. Trata-se de um governo de ladrões que se locupletam à custa do erário e que, de quebra, ainda solapam direitos e conquistas de nós, trabalhadores.

A travessia até 2018 será longa, lenta e repleta de agonias, tudo sob os auspícios da grande imprensa, de setores do capital e de fatias de uma classe média sempre a reboque de quem a cabresteie. Como disse o “insuspeito” deputado Carlos Marun (PMDB/MS), Temer estaria apenas exercitando a execução orçamentária. As velhas raposas irão se fartar nesse galinheiro, onde os bocados serão distribuídos parcimoniosamente para que se lembrem que a troca de favores será contínua, até o fim do mandato.